Estava tentando me acostumar com a rotina do novo país. Levantava cedo para ir até a Universidade onde por lá ficava até 14hrs, logo após ia até a lanchonete vizinha para almoçar e depois voltava a Universidade novamente para completar meus estágios. Estava me dando bem com meus colegas de classe e já havia feito muitas amizades. À noite, ia para casa fazer os deveres e no outro dia a rotina recomeçava.
Levantei como de costume, me higienizei e sentei a mesa esperando que meu irmão sentasse ao meu lado para o café da manhã.
Ao ver ele sair do quarto notei o papel que segurava e o tipo não me era estranho. Lógico que não me era estranho, katnis havia mandado a mim. Conhecia a correspondência de minha antiga cidade, já havia usado muito dela.
- Isto é para você! Veio de katnis.
- obrigado. Agradeci para não faltar com educação pois a carta ja estavá aberta e meu irmão se encontrava pálido.
Comecei a ler...
Bruno, creio que deva estar tudo bem com você por aí. Espero alguma correspondência sua a semanas e nada chega até mim. Quero te contar algo que o deixará feliz porém chocado. Estou grávida de 2 meses...
Não consegui terminar de ler. Tudo ao meu redor rodopiou e logo caí. Cai como um saco indefeso, sem ver nada, sem saber de nada, estirado ao chão.
Levantei tentando me recuperar mais cai novamente.
- Brunoooo! Foi a última coisa que ouvi.
Acordei, estava em um quarto no hospital da cidade. Ao meu lado meu irmão me acariciava como se fosse um pai cuidando de seu filho ao se machucar, sentia sua mão leve e macia passar entre meu rosto e se chocar em minha máscara de oxigênio. Não podia falar, mais eu podia sentir. Sentia um calor por onde ele escorregava sua mão em minha pele. Sentia vontade de sair dali e lhe dar um grande abraço até o deixar roxo. Ao contrário disso, meus sentimentos confusos esvoassavam pelo quarto, não sabia no que pensar nem no que iria fazer.
- Grávida? Hora bolas... Grávida?
Não me conformava. Nunca quis ter um filho, ao contrário de katnis que era loucamente apaixonada por crianças.
Meus pensamentos voltaram ao quarto. Agora via meu irmão enxugar suas lágrimas que escorriam dançantes em seu belo rosto.
- Por que está chorando?
- Tenho a obrigação de cuidar de você agora. Mas é que sinto tanta falta de nossa mãe que...
Seus olhos tremeram e sua voz falhou. Pálido novamente, la estava ele como na manhã em que saiu com a carta na mão.
Gostaria muito de ler o final da carta, mas sentia que algo havia de errado por ali.
Apenas pensava por que meu pai não viajara comigo, porque ficou preso a aquela cidade.
Tive alta do hospital e fui para casa repousar. Ao chegar, uma amiga de meu irmão o esperava ansiosamente na porta. Tinham combinado de sair então não quis estragar tudo. Disse a ele para ir pois eu ficaria bem.
Com meus sentimentos a flor da pele, me encontrei preso ao perguntar porque sentia ciúmes de meu próprio irmão.
Confuso, confuso e confuso... realmente, eu não estava bem.
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O amor contra o destino
RomanceGosta de romances, dramas e fantasia? Pois bem! Matias sempre foi um pai presente e rigoroso sobre a postura de sua família e principalmente a de seus filhos. Sempre lhes cobrou autonomia e responsabilidade como homens. Eram uma família perfeita, m...