Desliguei o chuveiro, me enrolei na toalha e sai correndo do banheiro. Meu irmão também havia corrido, infelizmente para o lado de fora da casa. Como eu estava de toalha não poderia ir atrás dele e fazer o questionário de perguntas que eu tinha na minha mente.
Segui até seu quarto, tranquei a porta e então comecei a fuçar em suas coisas. Me lembro de uma vez ter achado uma carta muito estranha, mas que eu não a compreendia, no entanto, agora algo fazia sentido.
Procurei por horas e nada!
Sai do quarto e continuei procurando nos outros cômodos da casa. Nada!
Me troquei, e esperei ele voltar, porém, ele não voltou...
Eram 2:45 da manhã e eu ainda estava acordado, na esperança de vê-lo, na esperança de esclarecimentos, mas infelizmente nada e então decidi ir dormir.
Logo cedinho, levantei e vasculhei novamente a casa.
Bem no Alto de um guarda roupa, no quarto de visitas, havia um quadro que eu nunca havia notado. Um quadro diferente dos outros, onde seus personagens pareciam ter vida própria, como os dos filmes do Harry Potter.
Fui me aproximando, e então, tudo era diferente.
- O que deseja? (Perguntou uma criança pintada no quadro)
- Vo-vo-vo-ce-cê fala? (Eu disse espantado)
- Sim, mas falo apenas com os "guardados" dos anjos.
- co-com quem?
- Com as pessoas que os anjos tem o dever de proteger, como no seu caso.
- Eu sou pro-protegi-gido?
- Infelizmente sim!
- E por que eu seria um protegido?
- Não posso te dizer, você é quem terá que descobrir! Bom saia daqui, não é muito indicado que você fique de papos comigo. Bom, vá.
- Estou atrás de uma carta, que meu irmão guarda.
- "A carta", só é achada por aqueles que tem o coração puro, não completamente, mas o suficiente para ajudar a quem precisa.
- E onde ela está? Preciso ler para entender...
- Já disse pra você sair daqui, agora vai!
Sai correndo mais uma vez, desta vez, assustado. Na minha cabeça eu só podia estar tendo alucinações, onde já se viu uma garota pintada em um quadro falar? Bom, pra quem já se encontrou com a morte, isso não era problemas. Naquele momento, eu apenas gostaria de ter a carta em minhas mãos.
Passado alguns minutos, fiz o café da manhã caprichado, pois teria mais ensaios da peça. Após o café, me troquei e segui em direção a Universidade. Mesmo com a vontade que eu estava sentindo de ir para o ensaio, algo me dizia que eu corria perigo, mas, como um inocente, porque eu correria risco?
Fernando e a Amanda já estavam trocados no momento em que cheguei. Precisava desabafar com alguém, mesmo sem eu saber o que estava acontecendo. Seria muito estranho eu chegar neles e dizer - gente acho que meu irmão é meu anjo da Guarda.
Provavelmente nunca acreditariam e se perguntassem de onde eu havia tirado aquilo, diria que meus sentidos falavam.
Depois de trocado, eu subi no palco e então começamos a encenar...
- Amor, jura que nunca esquecerá de mim, e que foi você quem foi meu primeiro amor? (Eu disse ao Fernando, que na verdade, estava encenando o Robert)
- Cara, quando vai entender que não te amo mais? (Disse Fernando - Robert)
- Mas porque você faz isso comigo? Sabe que te amo!
- Será que pode me deixar em paz? (Ele me empurrou)
- Não! Não posso te deixar em paz. Sei que me ama e só quer ficar com a Selena porque ela é mais rica né? Mas tudo bem, creio que um dia você irá entender que dinheiro não é a melhor coisa do mundo.
- Hahaha sua bixa, acha mesmo que teria chances com Robert? Olha pra você, todo humilhado. (Disse Selena - Amanda)
- Nossa Selena, como você é baixa né. Quem não tem caráter, apela para a compra né? Mas tudo bem, sejam felizes juntos...
E assim continuamos a encenação. No final de tudo, Robert e Augustus ficam juntos e se casam.
O professor de artes visuais, começou a aplaudir e com lágrima nos olhos disse:
- Amanhã será o melhor dia nessa Universidade. Eu tenho fé.
Saí, me troquei, e fui embora sem falar com ninguém.
No meio do caminho, vejo Johnas conversando com Matias.
- oi? Matias estava no Brasil até ontem e como está aqui hoje? (Pensei alto)
- Falando sozinho Bruno? (Perguntou Fernando)
- Fer, o Matias estava até ontem no Brasil, como ele pode estar aqui hoje?
- Onde você está vendo o Matias? (Me perguntou com cara de estranho)
- Ele está ali olha. Ao lado do Johnas.
- Mas não tem ninguém ao lado do Johnas! Larga de graça Bruno.
- Não estou brincando. (Sai correndo em direção ao meu irmão)
Johnas estava em pé, ao lado de um poste, com um papel em uma de suas mãos e na outra estava seu celular.
- cadê o Matias (perguntei)
- Matias? Affs cada pergunta. Onde acha que ele está? No Brasil né.
- Mas acabei de vê-lo aqui.
Ele demorou a responder e depois disse:
- Você está ficando louco cara. Esta bebendo algo?
- Brunoooooooooooo (Fernando gritou bem alto)
Olhei para ele e quando voltei a me direcionar para meu irmão, este havia sumido. Simplesmente sumido.
- Cara, você está maluco? Tá conversando sozinho ai.
- Mas, o Johnas estava aqui agora mesmo...
-O Johnas aqui? Quando? Onde?
Ou eu estava ficando louco, ou estavam tentando me deixar. Como Johnas havia estado ali momentos antes e de repente sumiu do nada? Não estava acreditando em mais nada.
- Venha Bruno. Vamos embora, você precisa de descanso.
- Mas fer, você acabou de dizer...
- Bruno, chega e vamos embora.
Na minha cabeça tudo estava acontecendo, mas na verdade, não se passavam de alucinações, na concepção de Fernando. O medo estava me invadindo, dia após dia, e tudo foi piorando...
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O amor contra o destino
RomanceGosta de romances, dramas e fantasia? Pois bem! Matias sempre foi um pai presente e rigoroso sobre a postura de sua família e principalmente a de seus filhos. Sempre lhes cobrou autonomia e responsabilidade como homens. Eram uma família perfeita, m...