O terceiro dia de competição

3.3K 258 1
                                    

Desde que estava internado no hospital, eu havia perdido a noção do tempo. Já havia sido realizado o segundo dia de competição e meu irmão havia se classificado mais uma vez.

O sol estava queimando os miolos de quem ousasse estar sem boné ou em baixo de um guarda sol e eu podia ver uma camada Branca na água de tanto protetor solar que os turistas estavam passando.

Ao chegarmos na praia, meu pai abriu uma toalha e sentamos no chão bem em baixo de uma árvore.

Meu irmão se preparava para a tão sonhada final de seus sonhos, aliás era um mundial.

Uma voz conhecida, gemeu atrás de mim e ao olhar me deparei com katnis.

Aposto que ela tinha vindo para estragar todo o meu dia e em um tom sarcástico se pronuncio:

- Será que há lugar para mim aqui?

Sem nem esperar, meu pai disse que sim e ela se sentou ao meu lado.

Estava com tanta raiva que não conseguia nem olhar para a sua cara. Tentava desviar o máximo de olhar possível, mas parece que meus olhos a buscavam.

Meu coração estava tão amolecido que podia sentir ele se chacoalhar por ela.

Por sorte o alto falante anúncio:

- Bem vindos à final do mundial de surf. Espero que tenham gostado das outras duas competicoes e creio que ficaram arrepiados com os três melhores surfistas do mundo presentes aqui.

Se acomodem que o show irá começar...

No instante em que o homem do Alto falante parou de falar, começou a tocar Summer.

Todos por ali dançavam como se estivessem em uma balada gigantesca.

Katnis que ainda estava ao meu lado se agitava e ao mesmo tempo, tentava colar sua mão na minha para talvez parecermos um casal.

Biiiiiiiiiiiii. A competição começou.

Meu irmão ainda estava atrás do australiano na competição. Preocupado, o australiano assistia freneticamente a apresentação do brasileiro, sabendo que este também era um forte concorrente e se encontrava em terceiro lugar.

O dono do quarto lugar, tinha sido desclassificado por ser pego usando alguns tipos de drogas, o que não era permitido.

O brasileiro saiu da água tendo uma torcida gigantesca. Tinha a sensação de que ele ganharia o torneio.

- Bryan sweet, competindo pelo Brasil, notaaa geral, 9.6*

Wow, a torcida foi ao delírio. Neste momento o brasileiro era o primeiro colocado, deixando meu irmão e o australiano para trás.

Eles precisavam também mais de nove pontos se quisessem ganhar, pois a minutos atrás a diferença dos três eram de décimos.

O australiano entrou na água. Só deu tempo de ouvir os gritos e quando olhei sua primeira onda, ele havia caído feio.

Os paramédicos e salva vidas correram para a água na tentativa de ajudá-lo.

Ele está desacordado e com muito sangue em seu braço, que estava cortado. Não respirava, e quando consegui enxergar mais longe, pude ver meu irmão fazendo respiração boca a boca no surfista.

Meu sangue ferveu, mordi os lábios de nervoso e despenquei um olhar de ciúmes. Katnis abriu um sorriso maléfico e quando a olhei, imediatamente o desviou.

- Vejo que está tudo bem com o nosso competidor. Quem entra na água agora é o representante dos E. U. A.

Disse o alto falante.

O australiano obteve nota 4. 9 e já estava na terceira posição.

Meu irmão pegou a prancha, entrou na água e fez o que sabe fazer.

Sua apresentação foi tão majestosa que até mesmo os torcedores dos outros países estavam o aplaudindo.

- Johnas, representante dos E. U. A, notaaa 9.3*

Todos que estavam ali pararam.

Como eles tinham uma diferença de três décimos antes de começar a competir, haviam empatado. O que fazer quando os dois maiores surfistas do mundo empatam?

- Já temos o grande vencedor. Por decisão dos juízes, quem leva o torneio mundial de surf, é...

...................... Bryan!!!

Loucamente estava a torcida. Gritavam tanto que não podia ouvir mais o alto falante.

Algo estava mudando, e de repente...

- Mas... Não seria justo, se um dos competidores mais bravios deste torneio, onde teve uma iniciativa linda, ficasse de fora da festa. Acho que temos dois ganhadores galera...

Não sei explicar a sensação que tive. Estava tão feliz por meu irmão que nem katnis era capaz de estragar mais nada ali. Muito barulho, aplausos, gritos...

Meu irmão havia ganhado o mundial também.

Mais tarde... estávamos de volta ao nosso apartamento. Abraçava tanto meu irmão, que ele estivera sem ar por alguns instantes. Sentia como das outras vezes,  um calor passar de seu corpo para o meu e seus olhos eram tão penetrantes que parecia que me hipnotizavam.

Era tarde da noite. Pensava em katnis e na carta. Oh meu Deus a carta.

Abri a porta do quarto do quarto do meu pai e logo comecei a busca.

Olhei ao redor na tentativa de achar um papel velho Branco.

Revirei todo o quarto até que... a carta!

Peguei e sai com ela em minhas mãos. Arrepios tomaram meu corpo, mas sentia que aquilo era preciso...

Sentei na varanda, e então a abri...

O amor contra o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora