| 03 | Um Novo Aliado?

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Hermione

Peguei minha bolsa, saí da minha sala e fui até a porta do Ministério, aparatando no portão da Mansão. Ela se abriu e um segurança me conduziu até a entrada, me levando até a sala de estar. Eu estava arrepiada e sentia cada parte do meu corpo tensa por estar naquele lugar de novo. Dor. Medo. Desespero. Eram as lembranças que eu tinha.

- Hermione. - Draco me tirou do meu transe. Olhei para ele e respirei fundo. Ele parecia preocupado. - O que aconteceu?

- Comensais. Você ajudando o Ministério. Quem tem que dar explicações é você, Malfoy. - falei rápido e sem conseguir esconder a tensão na voz.

Ele suspirou e se aproximou, levando sua mão delicadamente em meu braço, acariciando e me causando mais arrepios. - Não precisa temer, nada nem ninguém irá te fazer mal enquanto estiver aqui na Mansão.

Senti verdade e sentimentos em suas palavras, o que me deixou ainda mais confusa, mas não diminuiu o incômodo por estar ali. Afastei meu braço e falei baixo: - Vamos ao que interessa, Draco...

Ele abaixou a cabeça e suspirou, me levando até um grande escritório. Entramos e sentamos em dois sofás, um de frente para o outro.

- Eles vieram me procurar e mencionaram meus pais... - ele começou e suspirou, o olhar fixo em algum ponto, provavelmente se lembrando. - Vieram dois deles. Um falou que meu pai não era mais digno de ser comensal depois de tudo que fez, nem minha mãe.

- E você...? - perguntei em tom baixo quando ele ficou em silêncio.

- Eles me falaram que podem me dar uma chance pra me redimir e fazer o certo. - então ele me olhou. - Eles querem que eu me junte a eles, mas não me deram mais informações. Falaram que eu só saberia mais depois de provar minha lealdade.

- E como você iria provar?

- Eu não sei, Hermione... eu não aceitei e mandei que fossem embora, mas ainda assim me falaram para pensar. E ameaçaram chegar em Scorp caso eu soltasse algo para o Ministério. - ele se encostou no encosto do sofá, parecendo exausto. - Eu não quero participar do que quer que seja que estejam planejando, nem me envolver com o Ministério... mas... eu tenho medo pelo meu filho.

Suspirei. Esse sentimento eu entendia muito bem. - Ele vai ficar bem, está protegido aqui com vocês...

- Eu não posso prendê-lo o tempo todo aqui... não posso protegê-lo o tempo todo.

- O Ministério já está tomando as devidas providências e...

- Para de falar assim.

- Assim como?

- Automaticamente, como um robô. Eu não quero te machucar, Hermione.

- Eu sei que não quer. Você quer algo mais difícil, Draco.

Suspirei e me levantei, mas ele segurou meu braço antes que eu pudesse me afastar, me virando e me puxando para si, consequentemente colando meu corpo no dele.

- Me solta... - falei baixo, empurrando seus ombros, mas isso só fez com que ele me apertasse mais contra seu corpo. Ofeguei e me xinguei mentalmente por isso.

- Você quer isso tanto quanto eu, Hermione, seu olhar não mente. - ele sussurrou, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto tão delicadamente que prendi o ar por alguns segundos. - Por que resiste ao que sente?

- Isso não está certo... - sussurrei, apertando seus ombros.

- Se é o que você quer, então está certo. A vida é curta, não podemos viver escondendo o que sentimos. Temos que nos permitir ser feliz.

Suspirei e tomei a iniciativa dessa vez, beijando-o delicadamente. Merlin, como senti saudades desse beijo. O beijo de Draco me fazia sentir coisas que nunca senti, nem mesmo com Ron, e isso me assustava ao mesmo tempo em que dava uma sensação de êxtase.

Draco me encostou na parede, intensificando o beijo. Sua mão apertou mais minha cintura enquanto ele entrelaçava seus dedos nos meus cabelos.

Se afasta, Hermione!, uma voz baixa em minha cabeça dizia, mas eu só conseguia sentir. Sentir o toque de Draco, sua língua habilidosa, seu calor, seus cabelos e lábios macios, seu gosto delicioso...

Soltei um gemido baixinho quando ele desceu seus lábios até meu pescoço, distribuindo beijos e chupões leves para não deixar marquinha - assim espero. Dei um puxão leve em seus cabelos e revirei os olhos, sentindo algo que eu jamais imaginei sentir por Malfoy. Desejo.

Já estávamos ofegantes, mas isso pouco importava. Eu já não conseguia pensar, era como se seu beijo tivesse algum tipo de feitiço que me deixava tonta e completamente entregue à ele. E isso era viciante.

Ouvi meu celular tocar e ofeguei, sem querer atender. Draco ignorou o toque totalmente, voltando a me beijar com ainda mais intensidade.

Meu celular parou e voltou a tocar, então percebi que devia ser importante, mas não conseguia lembrar o motivo. Empurrei Malfoy um pouquinho e, ainda bem ofegante, peguei o celular, vendo o nome e foto de Harry.

- Droga. - sussurrei, me afastei de Draco e respirei fundo algumas vezes, recuperando o controle da respiração e voltando à mim. Atendi: - Oi, Harry.

- Mione, temos um caso suspeito. Onde você está?

- Com Malfoy. Tenho algumas informações e talvez um plano, mas precisamos conversar pessoalmente. Venha para a Mansão com Ron assim que possível. Não deixe que ninguém veja vocês.

- Tudo bem, já estamos indo. Está tudo bem? - ele perguntou mais preocupado, talvez pela demora ou pela minha respiração ainda um pouco acelerada.

- Sim, Harry, tudo bem. Até logo! - e desliguei, me sentando no sofá novamente.

- Qual seu plano? - Draco perguntou e se sentou ao meu lado.

Olhei para ele. Não conseguia entender o que sentia por ele, por Ron, pelo plano arriscado que estava se formando na minha cabeça, mas disse determinada: - Você. Você vai nos dar as informações de que precisamos. Vai ser nosso espião.

Dramione: O Que o Futuro Nos ReservaOnde histórias criam vida. Descubra agora