| 02 | Difícil Ter Paz

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Hermione

Draco não ficou para o almoço, Scorpius falou que ele precisou ir resolver algumas coisas na Mansão. Achei isso bom, não sei se conseguiria vê-lo após o que aconteceu.

Duas semanas se passaram sem nenhuma notícia de Malfoy, e acabei deixando isso para lá, apesar de me sentir culpada por ter retribuído o beijo, mas não podia contar para Ron.

- Senhora Weasley, precisamos da senhora... - um funcionário do Ministério me chamou quando já estava à caminho da saída com Ron. Suspirei.

- É urgente, Michael? - perguntei, cansada de ficar até tarde trabalhando e só precisando da minha casa.

Michael assentiu. - Parece assunto sério...

- Tudo bem, amor, te encontro em casa... - ele disse e me deu um selinho, seguindo seu caminho.

- Na verdade, o senhor também precisa vir. São ordens do senhor Potter.

Ron e eu nos olhamos já preocupados e seguimos Michael até uma das salas de reuniões, onde Harry e Kingsley já nos esperavam.

- Harry, o que...?

- Sentem-se... - ele me interrompeu, estava muito sério. Ron e eu nos sentamos.

- Chamei vocês aqui, porque recebemos uma informação de que alguns ex-comensais estão se reunindo novamente. Precisamos de investigação.

Balancei a cabeça negativamente. - Vocês acham que Você-Sabe-Quem pode ter voltado? Isso é impossível!

- Não, Hermione, não achamos que seja Voldemort. - Kingsley disse, cruzando suas mãos sobre a mesa. - Desconfiamos que conseguiram um líder e estão planejando algo ruim.

- E onde entramos nisso?

- O senhor Potter e Weasley são aurores. Mas a senhora pode ajudar. Sei que os três trabalham melhor juntos e vão garantir a segurança do mundo bruxo, com ajuda do Ministério.

Respirei fundo. Eu não precisava de mais uma batalha. Apenas assenti e fiquei quieta, não iria discutir com o chefe nesse momento..

Harry suspirou. - Vamos fazer nosso melhor, senhor.

- Não espero menos de vocês, senhor Potter. Podem ir.

Nos levantamos e saímos da sala de reuniões, caminhando em silêncio para a sala de Harry.

- Certo, vocês sabem que isso é loucura, né? - olhei para os dois. - Eu trabalho no Departamento de Execução das Leis Mágicas, não quis trabalhar com os aurores e muito menos quero uma batalha novamente. E, Harry, realmente acha que pode estar acontecendo algo?

- Sim, Mione... - ele se sentou em sua cadeira e suspirou. - Eu não sei o que, mas algo está acontecendo. Algo grande.

- E o que vamos fazer? - Ron se sentou no sofá.

- Ainda não sei, Ron...

Balancei a cabeça e revirei os olhos. - Dois idiotas. - suspirei e me sentei na cadeira em frente à mesa de Harry, pegando um bloco de anotações e uma caneta, olhei para Harry. - Antes de qualquer coisa, quem deu a informação sobre os comensais?

Ele olhou para Ron e voltou a me olhar. - Malfoy.

- O que?

- Draco Malfoy. Ele deu a informação.

- Droga... - suspirei e anotei seu nome, pensando. Continuei a fazer anotações enquanto falava, minha cabeça já à mil em pensamentos: - A primeira coisa a se fazer é ir até a Mansão e falar com Draco, ou chamá-lo aqui, que seja. Depois, vamos ter uma noção de onde os comensais foram vistos, onde podem estar se encontrando. Nesse meio tempo, vamos checar se está tudo certo em Azkaban e se houve algum caso suspeito que devemos investigar.

Os dois me olhavam atentamente, quietos. Olhei para eles e levantei uma sobrancelha.

- E se tiver um caso suspeito? Ou quando descobrirmos onde os comensais estão? - Ron perguntou.

- Então vamos chamar mais alguns aurores e, disfarçadamente, vamos atrás de um por um, até descobrir qual o plano e capturar o máximo de comensais possíveis.

Ele suspirou e balançou a cabeça concordando. - Isso não vai ser fácil...

- E quando as coisas foram fáceis, Ron? - suspirei e me levantei. - Vamos começar agora! Ron, você checa os casos. Harry, você checa Azkaban. Eu fico com Malfoy.

- Tem certeza, Mione? - Harry perguntou.

- Tenho. Vai ser mais rápido se fizermos assim. E, Harry, mande aurores protegerem nossas casas e nossos filhos, não vou arriscar a vida de nenhum deles. - me virei para sair, mas Ron segurou meu braço.

- Amor, não sei se é bom você ver Malfoy. Vocês...

- A gente o que, Ron? - cruzei os braços, olhando-o. Ele suspirou.

- Nada...

- Fala.

- Vocês estavam estranhos no almoço de noivado de Rose e Scorp, depois Malfoy foi embora. E vocês nunca se deram bem na época...

- Éramos novos demais. - interrompi, impaciente. - Malfoy mudou após a guerra e Astória. Esquece o almoço de noivado. Vamos focar na missão, ok?

Ele suspirou e assentiu. Me virei e saí da sala, irritada. Fui para minha sala e xinguei baixo, pegando o celular e ligando para Malfoy, que por algum motivo, eu tinha o número dele.

- Alô? - ele atendeu meio entediado.

- Malfoy, preciso de você no Ministério o mais rápido possível!

- O que? Quem...? Hermione? - ele perguntou confuso. - O que aconteceu?

- Ministério agora, Draco!

- Não posso, se me virem entrar no Ministério, podem machucar meu filho, Hermione...

Suspirei. Droga, droga, droga! - Tudo bem, eu vou aí.

- Tudo bem... - ele disse e suspirou.

Desliguei o telefone e respirei fundo. Eu não queria pôr os pés naquele lugar após tudo que aconteceu, aquela maldita cicatriz ainda me assombrava às vezes e, apesar de esconder com magia, ainda podia sentir que ela estava lá, fora os pesadelos que eu ainda tinha às vezes com tudo que aconteceu lá, mesmo fazendo muitos anos. Voltar naquela mansão era uma das últimas coisas que eu queria fazer na vida...

Dramione: O Que o Futuro Nos ReservaOnde histórias criam vida. Descubra agora