Doce Helena

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Helena demorou alguns minutos para conseguir se soltar e se vestir novamente, em sua boca o gosto do prazer do homem ainda se fazia presente.

A jovem correu para um pequeno banheiro que havia no comodo e limpou seu rosto com água gelada, colocou um pouco do liquido em sua boca e com leves movimentos sacudiu o liquido em sua boca, cuspindo-o em seguida.

O gosto ainda estava lá, mas não tão forte como antes, a garota se assustou ao ouvir o barulho da porta se abrindo e fechou os olhos com medo.

Apenas abriu os olhos quando sentiu algo macio e felpudo tocar-lhe os ombros, vendo uma toalha branca envolvendo seu pescoço.

-Trouxe roupas novas, creio que deve servir em ti, também trouxe algumas coisas caso deseje tomar banho - disse o capitão do navio colocando uma calça de moletom e uma blusa branca sobre a bancada que havia no banheiro, junto com alguns produtos de higiene feminina, como shampoo, sabonete, condicionador.

-Ah obrigada, o senhor tem sido muito gentil - agradeceu a ruiva segurando as lagrimas que teimavam em escapar por seus olhos.

-o que aconteceu? Por que choras? Lhe machuquei? - o homem se aproximou da ruiva lhe envolvendo em um abraço terno, o que fez a jovem chorar maia ainda.

-E-eu estou bem... É só que... Estou com saudades de casa - mentiu a garota agarrando-se a blusa do capitão e parando aos poucos de chorar.

-Eu sei, doce Helena, também sinto saudades de casa, sinto muito por não poder levar-lhe embora.

A garota assentiu enxugando o resto de suas lagrimas e respirando fundo para se acalmar, fora um dia muito agitado para uma garota que só vivia em casa lendo e pensando sobre a vida como se ela fosse um conto de fadas.

-Eu... Bem... Gostaria de tomar banho, então...

-Ah claro, desculpe-me, já estou saindo - respondeu o homem se virando bruscamente e fechando a porta atrás de si.

Helena se despiu e ligou o chuveiro, realmente adoraria tomar um banho de banheira para relaxar, mas não queria abusar tanto assim da hospitalidade do capitão.

Logo a jovem estava seca e com suas roupas, seu cabelo cor de fogo cai-lhe suavemente nas costas, molhando parcialmente a blusa.

Sua respiração tornou-se pesada ao lembrar do que ocorrera na ausência do capitão, seus olhos arderam e a jovem sentou-se na bancada até se acalmar, não queria chorar em frente aquele homem que a dera abrigo, não queria incomoda-lo, muito menos arranjar problemas para si.

Alguns minutos depois estava mais calma, secou o rosto ainda umido pelas lágrimas e saiu do banheiro encontrando o capitão em sua mesa com um papel em mãos.

-Ah, doce Helena, não tinha reparado que estava ai - comentou o homem alguns minutos depois que a jovem saiu do banheiro - deve estar com fome, irei buscar algo para comer e...

-Quero ir contigo - pediu a ruiva pendurando a toalha macia em um gancho que havia atrás da porta.

-Não posso fazer isso, é perigoso para uma garota andar por esse navio.

-Então me ensine a ser como o senhor.

-Como?! - o homem a encarou surpreso.

-Quero fazer parte da sua tripulação enquanto não posso voltar para casa, quero aprender a usar uma espada, assim como o senhor, quero ser forte.

O capitão riu, riu não, para dizer a verdade ele gargalhou, alto e em bom tom para que todos ouvissem, mas não fora um riso de escarnio ou ironia, foi uma gargalhada gostosa e divertida, como se o que ouvira fosse engraçado.

-Claro, doce Helena, te ensinarei tudo o que quiser - o capitão tornou a rir deixando aparente seus dentes brancos e alinhados perfeitamente - como minha primeira tripulante mulher irei lhe apresentar a todos com muito orgulho e ser seu professor particular.

-Muito obrigada, senhor.

-Me chame de capitão Sanchez - o homem abriu um sorriso enorme e a envolveu em seus braços, em um abraço gentil e calorosa - venha, doce Helena, irei te levar para comer algo.

A jovem assentiu e o seguiu em silêncio para fora do quarto, seus olhos esverdeados percorriam todos os cantos do navio a procura do seu algoz, mas não o encontrou.

Passaram por diversos homens que a encaram, alguns com olhares curiosos, outros com olhares maliciosos, outros com raiva, inveja, diversos sentimentos podiam ser observados nos rostos dos tripulantes com a presença da bela ruiva.

O capitão levou a jovem até o refeitório onde uma espécie de sopa de batata com carne era servida em tigelas de aspecto grotesco, algumas estavam rachadas e outras quebradas.

Helena pegou uma tigela cheia de sopa e se sentou a mesa junto com outros homens que pareciam assustadores.

Seus olhos percorreram todos que estavam naquela mesa, mas nenhum parecia com o homem que invadira "seu" quarto naquele dia.

O capitão sentou ao seu lado e encarou os homens ali presente que rapidamente voltaram a comer.

-O que achou da sopa? - perguntou o capitão levando uma colherada do liquido fumegante aos seus lábios.

-Está ótimo... - sussurrou a ruiva levando mais uma colherada a sua boca - não tão boa quanto a da minha mãe, mas é comestível.

O capitão soltou uma gargalhada com o comentário e balançou a cabeça sutilmente.

-Esperava qualquer coisa como resposta, até mesmo um "isso é nojento" - alguns riam junto com o capitão, outros encaravam a garota, mas todos ficaram em silêncio de repente quando alguém adentrou o comodo.

-Pai, o que faz essa garota aqui? - a voz rude ecoou pelo lugar fazendo todos se levantarem da mesa e irem para fora, deixando apenas o capitão, Helena e o homem que acabara de entrar.

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Gente, queria agradecer a todos que estão lendo essa história, espero que estejam gostando do desenrolar da história.

Deixem sua criticas e sugestões nos comentários.

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