Passado - Chad

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Chad POV
Entrei no quarto assim que vi Helena sair, encontrei Henrique jogado na cama como um desleixado, um perdido no mundo.
-O que foi, garanhão?
-Chad... Ela me odeia, meu pai me odeia e eu me odeio, o que eu faço?
-Se mata talvez - revirei os olhos com aquele drama - olha, cara, vou falar isso porque sou um cara legal, sinceramente você é um babaca, segundo ela não te odeia, imbecil, aposto que você foi lá e despejou tudo em cima dela não é? - ele apenas assentiu com a cabeça e me olhou - ela deve estar confusa, se coloca no lugar dela, seu demente, já tentou fazer isso? Empatia, conhece essa palavra?
Ele abaixou a cabeça e notei que estava nervoso, queria rir, mas segurei o maximo que pude.
-Olha, dá um tempo pra ela, agora ela deve estar pensando no que você disse e ter você por perto vai confundi-la ainda mais.
-Chad, você parece uma garota falando assim - ele revirou os olhos e lhe dei um soco um tanto forte no braço.
-Cala a boca e me escuta... Essa frase daria pra ganhar um boquete - falo rindo - cala a boca e me chupa.
Henrique soltou uma gargalhada alta e o acompanhei, talvez nem tivesse tanta graça assim, mas a risada escandalosa dele dava graça a qualquer coisa.
-Enfim, quero que você espere ela vir falar com você, nem pense em ir pro quarto dela e obriga-la a fazer qualquer merda contigo, entendeu? - disse assim que consegui parar de rir.
-Certo, mãe, vou fazer tudo direitinho.
-Prefiro que me chame de Daddy, baby - forcei minha voz para que ela ficasse o mais sexy possivel, mas pelo jeito só o fez rir mais e eu revirei os olhos.
-Ah... Chad, obrigado, apesar de você ser um completo imbecil arrogante foi um bom conselheiro.
-De nada, garanhão - dei um leve soco em seu braço e me joguei na cama fechando os olhos.
Ficamos em um silêncio desconfortável por alguns minutos, o que para mim pareceram horas, estava quase sonhando quando Henrique estragou meu momento.
-Chad... Como veio parar nesse navio? Nos conhecemos a tanto tempo, mas não me lembro de quando entrou.
-Hm... Entrei nesse navio por engano... Queria ir para a Itália, sabe? Não havia nada agradável na Espanha...
Henrique riu e bagunçou os cabelos levemente.
-Sério? Mas esse návio não tem cara de cruzeiro.
-Mas tinha uma caixa escrito "Itália" e eu iria em um návio mercador, não tinha dinheiro para um cruzeiro.
Ele pareceu ponderar a ideia e bocejou levando a mão à boca.
-E os seus pais? Creio que eles devem estar preocupados...
-Eles morreram, Henry, assim que eu nasci meus pais decidiram viajar e me deixaram com uma tia... Foram em uma viagem de návio para a Africa... E teve uma tempestade horrivel, com direito a redemoinho e tsunamis, o barco foi destruído e meus pais morreram...
-Desculpa eu não....
-Não sabia - cortei-o - eu sei, Henry, não faz mal, faz muito tempo, eu nem me lembro deles direito, apenas pelas fotos.
Henrique não disse mais nada, deitou-se na cama e ficou encarando o teto de madeira, logo vi seus olhos se fecharem e ele dormiu.
Passei um bom tempo acordado lembrando de meus pais, de minha tia que cuidara de mim após a morte deles...
Às vezes me pergunto o que ela está fazendo agora sem mim, talvez tenha arranjado outro alguém para infernizar, provavelmente um outro homem, ela trocava de marido mais rápido do que trocava de calcinha.
Fui criado meio largado, meu unico exemplo era minha tia, que não era lá grande coisa, ela fumava, bebia e eventualmente usava drogas variadas, assim como levava homens para casa e seus gemidos ecoavam pela casa.
No começo, como ainda era jovem não compreendia aqueles barulhos, mas ao longo do tempo fui aprendendo, bisbilhotando, olhava por entre a fechadura e só por ouvir os gemidos de prazer dela me sentia excitado, parecia que iria explodir de tesão.
Foi nessa época que saia de casa a tarde e voltava de manhã, sempre achava um jeito de me embrenhar em lençois macios de mulheres de todos os tipos, até mesmo casadas.
Apanhei muito, de maridos irritados ou de mulheres que me davam fora, às vezes me divertia com isso, talvez eu fosse um masoquista mirim.
Ao passar dos anos notei que minha tia tentava se aproximar mais de mim, dizia-me frases de sentidos maliciosos e sempre que podia beijava-me os lábios dizendo que nos conectavam pelo toque.
Um dia voltei embriagado para casa, havia levado um belo fora de uma garota e ainda por cima tinha apanhado do homem que a acompanhava, estava sexualmente frustrado.
Cheguei em casa um pouco arrasado, soluços escapavam de meus lábios devido a bebedeira, tropeçava em tudo que via pela frente, até que derrubei um vaso de porcelana, o que acordou minha tia.
Ela apareceu com um vestido de seda transparente e aquilo me despertou da embriaguez para o tesão, estava louco de desejo, avancei em minha tia e a beijei com tanta voracidade que ela mal pode agir.
Transamos a noite inteira, gritos, gemidos, arranhões e chupões, tudo parecia loucura, sentia meu corpo vibrar em ecstase, em puro deleite, fora um dos melhores orgasmos de minha vida.
Nos dias que se seguiram voltamos a transar todas as noites, era enlouquecedor, me sentia embriagado entre as pernas de minha tia, que depois de tudo acabou se tornando minha garota preferida.
Ela se tornara meu vicio, não conseguia passar muito tempo longe de seu calor, me sentia necessitado de sua atenção, de seu carinho, vivia apenas para satisfazê-la e consumar meu prazer enterrando-me naquele corpo.
Mas tudo acabou quando voltei para casa e ouvi seus gemidos altos e fortes, pareciam implorar, gritava um nome que eu nunca tinha ouvido, dizia palavra de amor e recebia outras em troca.
Mas não havia me ferido ouvir o que ela dizia, o que mais me doeu foi ouvi-la proferir "você é o homem mais perfeito do mundo, meu amor, ninguém se compara contigo, só você me leva ao orgasmo, já estava cansada de fingir orgasmos com aquele garotinho", sua risada ecoou pelo quarto e apressei meus passos até o meu quarto.
Arrumei minhas roupas e parti na manhã seguinte, passei boa parte da manhã e da tarde enchendo a cara em um bar enquanto observava os barcos indo e vindo.
Minha mente processava as coisas mais lentamente e o cansaço me consumia, apesar disso queria sair na rua e arrumar briga com qualquer um, sentia que todos zombavam de mim, como se soubesse do meu fracasso com as mulheres, me sentia impotente, destroçado e as palavras que ela dissera pareciam rodar em minha mente assim como sua risada.
Quando me dei por mim já me encontrava em frente a um barco carregado de caixas que pareciam direcionadas à Itália.
"Que lugar melhor do que ir para a Itália nesse momento? Poderei aprender a ser um perfeito amante com os italianos" sorri com o pensamento e entrei meio tropego.
Acordei apoiado em algumas caixas e o Sol queimava-me os olhos, fiquei muito tempo de olhos fechados tentando recordar-me de algo e como em um flash as imagens vieram em um turbilhão e a raiva me inundou, soquei uma das caixas com força e me levantei chamando atenção de alguns homens que estavam ali.
Conheci o capitão em um de meus ataques de fúrias, levei uma tremenda bronca e passei horas me explicando.
Acabei me juntando a tripulação após descobrir que se tratava de um navio pirata e fui muito bem recebido, o capitão me tratava como um filho e logo conheci Henrique, um garoto calado, irritável e cabeça dura que para ele tudo era motivo de briga, porém nos entendemos bem e viramos amigos.
Pelo menos era o que ele pensava que eramos.
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Oi oi amores, obrigada pelas quase 400 visualizações e a todos que adicionaram esse livro na lista, obrigada por deixarem seus comentários, to muito feliz que está dando resultados.

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