Oi oi meus amores!
Tenho algumas coisas pra falar sobre a história antes de começar.
Primeiro esse livro é anacrônico, ou seja, não tem um espaço de tempo delimitado, podendo estar se passando atualmente ou no renascimento e até mesmo antes.
Por ser anacrônica o passado e o futuro se misturam, levem isso como uma realidade paralela.
Helena é uma personagem que gosto de fazer, apesar de parecer meio pacata e calma ela também tem seu lado de fúria, ela é valente e corajosa, além de sua fragilidade que lhe dá um charme a mais, gosto de descrevê-la como uma mulher de todos os tempos, no decorrer dessa história ela vai de uma mulher submissa para uma mulher decidida e forte e isso é algo que gosto de fazer.
Comecei a escrever este livro como uma forma de demonstrar até que ponto somos corrompidos pelo ambiente que vivemos, como o passado nos afeta mentalmente, e isso vai ficar mais claro em Chad, ele é um personagem intrigante, que pode ser considerado frio e calculista, mas que talvez só precise de um amigo.
Henrique é rude por natureza que aos poucos vai se modificando e aqui está mais uma vez como o ambiente em que vivemos nos transforma e como o amor nos modifica por dentro.
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Chad POV
Estava na proa sentindo o vento bater em meu rosto enquanto observava Helena praticar com sua espada alguns golpes no ar, seu cabelo cor de fogo parecia ser acariciado pelo vento e seu corpo pequeno era tão agil, meus olhos percorriam aquele corpo perfeito e iam para seu rosto, cada pequeno traço me chamava a atenção, não me parecia com aquela garota da praia, ela estava tão diferente, parecia mais segura, mais bonita, e ela certamente me enlouquecia.
Apesar de saber o que Henrique sente por ela não posso deixar de entrar nessa competição para conquistar-lhe o coração, não iria deixar aquele anjo nas mãos de Henrique, tenho certeza que ele a machucaria se pudesse.
Só notei que já havia passado muito tempo quando Helena me chamou para jantar, sai dos meus devaneios e sorri para ela, logo estavamos no refeitório.
-Chad...? - sua voz graciosa soou em meus ouvidos e a olhei esperando que continuasse - o que... O que acha do Henrique?
-Ele é um bom amigo - respondi simplesmente dando de ombros.
-Acha que ele pode gostar de mim?
-Não duvido, mas tão pouco acredito... Deveria ficar de olho no que ele diz, no que ele faz.
-Eu pensei que eram amigos...
-Amigos também criticam o que fazem de errado.
-Entendo... Vou ficar de olho então.
Pegamos nosso jantar e sentamo-nos a mesa.
-Helena... Sei que não somos tão proximos assim, mas... O que sente pelo Henrique?
-Eu não sei, realmente me é bem confuso... Nunca senti isso antes... É um medo tão grande, mas ao mesmo tempo sinto vontade de tê-lo por perto, fico insegura... É tão estranho.
-Sei... Normalmente a paixão é confusa - comentei esticando minhas pernas - mas paixão termina rápido, amor dura mais.
-Não sei se posso chamar isso de paixão...
-Mas eu sei que possa chamar o que sinto de amor - segurei-lhe o rosto entre as mãos e a beijei suavemente.
Antes de me afastar mordisquei-lhe levemente o lábio inferior e sorri, logo após senti um murro em meu rosto, cai com tudo no chão, pois não estava preparado para isso, nem imaginava que ela tinha essa força...
-Chad, seu filho da mãe aproveitador, tem certeza que é meu amigo? Seu filho da puta, desgraçado, não torne a tocar nela.
Senti mais um chute entre minhas costelas antes de um grito doloroso escapar de meus lábios sem o meu consentimento.
-Henry, qual o seu problema? - tento me levantar, mas levo outro chute, dessa vez no estomago - filho da puta - me apoiei no chão e pulei em cima de Henrique, se era briga que ele queria era briga que iria ter.
Meu estomago doia, mas não dei muita importância, soquei-o sem dó no rosto e em contra partida levei uma joelhada no peito.
Rolamos pelo chão do refeitório, davamos chutes e socos sem parar, já podia sentir o gosto metálico em minha boca, senti uma leve ardencia na sobrancelha, talvez estivesse com um corte horrivel, ma não ligava para isso no momento.
-Quem você pensa que é para beijá-la assim? - ouvi-o grunhir antes de desferir-lhe um soco no nariz.
-E você não pode dizer nada de mim, esqueceu o que fez a ela? Você não a merece - um soco no peito e meu ar faltou por alguns segundos - bastardo.
Tentei me afastar, mas ele me segurou pela blusa e deu-me outro chute, senti o sangue escorrer por minha boca e ergui minha perna em direção a sua barriga, dando-lhe uma joelhada.
-Cala a boca, você não sabe o que eu sinto nem os meus motivos.
-E você tão pouco sabe os meus, seu otário mimado.
-Seu imbecil, não fale assim comigo - senti um murro forte em meu maxilar e cai no chão.
-O único imbecil aqui é você, Henrique, você a trata tão mal que eu teria nojo de me aproximar de você se fosse ela, teria odio de você.
-Agora virou o exemplo de cavalheirismo é? Agora entendo porque disse para eu afastar-me dela - outro chute nas costelas.
-Disse para se afastar dela porque a estava assustando, seu estupido, queria apenas protegê-la de você - pulei por cima dele e o joguei contra o chão dando-lhe socos e murros.
-Parem com isso, os dois, parecem animais - senti uma mão delicada em meu ombro e deixei meu braço cair - por favor, parem, não precisam brigar, vocês são amigos, não deveriam se matar.
-Helena - murmurei me levantando e a abraçando - perdão eu... Só queria protegê-la.
-Está tudo bem, já passou - seus braços finos me envolveram com força e senti um calor invadir me peito - não briguem mais, odeio vê-los brigar, ainda mais por mim.
Ouvi Henrique bufar e abri meus olhos vendo-o se levantar e limpar as roupas.
-Chad... Que merda, minha cara deve estar péssima por sua culpa, seu retardado - comecei a rir e limpei meu rosto na minha blusa - para de rir, seu animal.
-Você já viu o meu, seu otário? Olha o que você fez - afastei Helena levemente e apontei para meu rosto.
-Você mereceu.
-Você também.
-Calados, vou dar um jeito nesses machucados - Helena nos puxou para o quarto do capitão e nos levou até a cama - fiquem aqui.
Observamos ela andar pelo quarto pegando alguns medicamentos e gazes, logo ela estava a nossa frente limpando nossas feridas.
-Vocês não tem jeito mesmo - vi um sorriso se formar nos lábios rosados da ruiva - não briguem mais, tudo bem?
-não prometo nada - dissemos em unissono e cai na gargalhada enquanto Henrique cruzava os braços bufando - não posso permitir que ele te toque desse jeito, esse tarado - Henrique continuou.
-E eu muito menos, seu ogro cabeça dura.
-Parem os dois, não quero mais brigas, vocês são amigos, não tem que fica brigando e se matando por ai, estamos nessa juntos, como um time e não individualmente.
-Tsc, otimo, vou tentar não mata-lo, por você.
-Eu também - concordei.
-Otimo, agora não se mexam enquanto termino de fazer os curativos, isso aqui está bem feio.
Helena ficou mais alguns minutos passando pomada em nossos ferimentos e fazendo os curativos, estava me sentindo como uma múmia com tantas faixas e pomadas.
Henrique e eu prometemos não brigar mais, porém o clima entre nós dois estava péssimo e denso, não trocavamos palavra nenhuma e talvez eu devesse me sentir culpado por isso, mas não vou mentir, não posso deixar Henrique vencer sempre.
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Seja meu anjo
AcakUma jovem ruiva se vê longe de casa, rodeada por homens estranhos, em um grande navio pirata, quanto tempo a pureza de seu coração e corpo vão conseguir aguentar a crueldade que seus olhos irão presenciar? Com a pureza de um anjo a jovem ruiva terá...