Capítulo vinte e Oito - Motivação

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"Já faz algum tempo, né ?"

Meu corpo paralisou e tudo em mim enrijeceu, senti que iria vomitar a qualquer momento com aquele misto de adrenalina com ansiedade, e eu só sabia pensar em como o Jhon estava. Olhei para ele, seus olhos estavam arregalados e a mordaça o impedia de dizer qualquer coisa, só se podia ouvir gemidos e sussurros que não dava para interpretar. O tempo em minha volta parou, Rita parecia saber que aquilo iria acontecer, ela não esboçou muita reação, jogou sua arma no chão, e em seguida um policial avançou na mesma a segurando, Hillary começou a chorar compulsivamente, naquela altura o mínimo era se fazer de vítima. Meu corpo agiu sozinho, segui até o Jhon e comecei a desamarra-lo, era o mínimo que eu podia fazer. Escutei vozes e vozes, mas não conseguia destingir absolutamente nada. Quando ele já estava solto, deu um salto da cadeira e me abraçou, foi algo tão impulsivo, eu retribui, fechei os olhos e senti que iria apagar, na verdade, eu queria apagar, eu estava tão cansado, cansado daquelas reviravoltas, eu só queria paz, e ele estava me ofertando isso, será que o Jhon era o meu cara?.
- Rapazes, estão bem ?
Um policial colocou a mão em meu ombro, então eu soltei ele. Richard se aproximou e ficamos próximos.
- Se meteu em mais uma confusão, rapazinho?
O clima estava pesado, era o mínimo da parte dele.
Dei um sorriso, senti que fora desanimado. Enfim, eu queria só tomar um banho e dormir três dias.
- Temos que ir imediatamente para delegacia para pegar depoimento dos dois, e a senhorita Hilary Clark está detida temporariamente!
Em seguida, Hillary começou a se debater e a chorar.
-VOCÊ NÃO PODE PERMITIR QUE ISSO ACONTEÇA, JHON! FOI PELA GENTE.
Eu já estava tão cansado daquele jogo, de verdade. Não queria ir em delegacia alguma, e nem saber de nenhum depoimento. Eu queria um lugar tranquilo. Minimamente para colocar tudo nos eixos.
- Está tudo bem, Miguel?
Apesar da situação ser reversa, Jhon havia notado o meu avoamento, eu não estava conseguindo esboçar nenhuma reação.
- Sim, só quero ir embora daqui.
Até que A Sr.Dulce se aproximou e colocou a mão em um dos meus ombros.
- Já, já estaremos em casa e tudo vai acabar bem, aguenta só mais um pouco!
Seguimos para a delegacia, apenas eu, e o Jhon. O restante fora proibido de seguir adiante, Rita e Hillary finalmente estavam longe, finalmente o planinho ridículo das mesmas haviam desmoronado. Agora, eu estava tentando respirar, mas algo estava pesando sobre mim, eu dei depoimento, em seguida o Jhon, e depois fomos liberados, ainda haveria um julgamento, eu estava absorto com tanta informação. Seguimos para casa, e o Dr. estava na casa de Dulce. Ele estava com um olhar ansioso, eu senti que ele queria dizer algo, e é óbvio que minha intuição não havia me deixado na mão mais uma vez. Ele me analisou primeiro e foi direto.
- Gostaria de uma momento em particular com você, Miguel.
Jhon olhou de esguelha mas nada disse. Eu permaneci em silêncio, e quem cala consente, era o que eu estava sentindo, silêncio, vazio, apatia.
- Vamos lá pra cima, Jhon. Podem ficar a vontade!
Eu me sentei, pelo jeito a conversa iria se estender.
- Eu sei que essa não é uma boa hora, mas, eu não queria que isso surgisse depois, quanto mais guardamos algo grande...
- Por favor Dr. tente ser... breve!
Ele respirou fundo, e notou minha impaciência.
- Sei que é um pouco surreal, mas, Miguel! O cara que sua mãe saia depois da escola, era o meu pai. O que nos torna irmãos. Eu sei que é assustador, mas eu reuni informações todo esse tempo, coletei um pouco do seu DNA, desculpe-me, mas eu precisava ter certeza.
Meu corpo esquentou, o que aquele cara estava dizendo
- E antes que pense que eu estou com alguma brincadeira, mesmo sabendo que eu não sou deste tipo, o resultado está aqui, neste papel.
Ele me estendeu uma folha, eu passei o olhar por cima, não estava com disposição para interpretar tanta coisa.
Respirei fundo.
- Dr. iremo falar mais tarde, para ser sincero, não sei o que dizer. Não agora.
Segui para o banheiro, tomei um bom banho, um pouco demorado, pois o Jhon batia na porta de tempo em tempo para checar se estava tudo bem comigo. Quando sai a casa estava silenciosa, ouvi meus passos, finalmente eu estava começando a relaxar. Segui para o quarto, fechei as cortinas, e para acelerar, me dopei com 2 comprimidos de diazepam. Agora sim, eu iria me desligar um pouco.
Minha visão estava embaçada, senti uma mão me balançar vagarosamente, abri meus olhos lentamente, o Jhon estava a me olhar atentamente, olhei para o relógio ao lado, já se passava das Dez da manhã.
- Levante e vai tomar um banho, fiz café pra gente.
Eu o obedeci, estava soado, e precisar tirar aquele peso dormido de cima de mim. Após isso, aprontei o quarto e desci. A mesa estava cheia.
- Vem comer, amor! Deve estar com fome.
- Um pouco, mas você não acha que exagerou, Jhon?
Ele deu um risadinha. Olhei pra ele, enquanto me servia.
- Não sei se quero continuar nessa cidade.
Ele retornou meu olhar com uma expressão confusa.
- Mas pra onde você vai Miguel? Eu achei que você e eu...
coloquei a mão sobre a dele.
- Sim, eu sei, tem a gente. Fica tranquilo!
Tomamos café em silêncio depois daquilo. Ele ficou chateado, e dava para ver a kms. Eu precisava de uma decisão. Algo para me segurar. Uma motivão, era isso.

" Meninos e meninas, leitores e leitoras, meu livrinho está chegando nos capítulos finais, estou muito feliz por isso, sei que ando sumido, mas quem me conhece sabe que estou dando o meu
Melhor, a vida de adulto não é tão fácil quanto dizem kkk tudo é tão corrido, estou feliz por poder no mínimo dar um fim para isto. Espero que estejam gostando, de verdade, é muito bom ler os comentários de vocês" abraços e beijos!

Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||Onde histórias criam vida. Descubra agora