Capítulo Vinte e Três - As escuras

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"Volte para a casa, as luzes da rua ainda estão acesas"

- Miguel, você perdeu o juízo!
O Jhon me puxou para si, mas com um pouco de leveza para não me machucar, aliás, ou era eu que estava bêbado demais e não senti nada.
- Hey cara, algum problema?
O carinha que eu estava aos beijos logo o estranhou
- Sim, tem sim, você está se aproveitando do meu namorado.
Ele riu
- Não tenho ciúmes.
Eu estava achando graça da situação
- Desde quando começamos a namorar?
O Jhon me fuzilou com os olhos
- Eita, DR de casal. Achou melhor eu ir ali.
Então, eu nunca mais vi aquele garoto, e pra ser sincero, nem me lembro do rosto.
- Por que fez aquilo, Jhon? Você não...
- Não quero que faça algo que se arrependa depois, só porquê tomou alguns drinks, você não é este.
Bati a mão na minha cara
- Você acha que eu devo agir como uma senhora de setenta anos para Sempre? Faça me o favor Jhon, você me trouxe aqui para que?
A raiva me tomou desprevenido
- Eu sei... desculpe-me! e que, eu meio que tava gostando de você.
- Tá, eu meio que notei.
Tentei soar arrogante, mas nem sei se deu certo.
- Mas, a sua namorada que é minha ex melhor amiga, está grávida de você, e você quer que eu seja a madrasta má daquele bebê? Isso não vai rolar Jhon, acredite!
- Eu sei, mas, você também sabe que não me quer não é por isso, você está preso naquele passado Miguel, e ele não vai voltar.
Ele estava armado com boas respostas para lidar comigo, eu não havia achado alguém bom de discussão desde a tia Rita. Aliás, Rita.
- Você não me suportaria, e mesmo que o passado não volte. O futuro é tão incerto, e nem precisa sequer existir.
Ele segurou em uma das minhas mãos.
- O que está querendo dizer, Miguel? Se dê uma chance cara.
Eu não sabia se ria ou se chorava.
- Eu estou tentando, e eu me dou todos os dias, enquanto eu levanto, mas isso não está rolando. Tem um tempo que estou mentindo para mim mesmo Jhon, vivendo de achismo, achando que as coisas irão melhorar, achando que o tempo irá ajeitar tudo, achando que aquela fortuna irá dar jeito em tudo, mas, não tem mais jeito. O peso da dúvida sempre me perseguirá.
Ele puxou a minha mão e começamos a percorrer pelo local, eu só o seguia, não tinha coerência de nada, minha visão estava turva e eu estava super chapado.
A música estava ficando baixa e quando me dei por mim, percebi que havíamos saído da boate e estávamos seguindo para o estacionamento.
- Onde vamos?
Não tinha respostas. Então puxei minha mão de volta e me soltei dele.
- Pra casa, onde já deveríamos estar.
- Vá você sozinho, minha noite só começou.
- Miguel, entre no carro e pare! Por favor!
Ele se achava tão altruísta, tadinho.
- Você não me manda Jhon, e não vai estragar a minha noite.
- Cara, minha cabeça está explodindo, você não entende? Eu me importo pra caralho com você é não quero que isso continue, mas quero que você colabore, por favor!
Fiquei estático, então, o Jhon me queria mesmo. Ter a Dulce como sogra era um sonho pra qualquer menino, será que a vida estaria me dando mais uma chance ou só me
Colocando em cima de um tapete para puxa-lo novamente?.
- Vamos?!
Ele tentou ficar calmo, mas sei que ele estava explodindo, então resolvi provocá-lo.
- E eu, ganho o que se eu for?
Ele riu, provavelmente de nervoso.
- Que papo é esse, Miguel? Você está bêbado cara.
Me aproximei dele, e fiquei alguns centímetros de distância.
- Você não me deseja, Jhon?
Ele respirou fundo.
- Você é tudo que eu mais quero, cara.
Ele colocou a mão em minha cintura e me puxou para si enquanto eu colocava as mãos em sua nuca. Nos beijamos intensamente, provavelmente já era madrugada, ou quase.
- Vamos Miguel, aqui pode ser perigoso.
Ele selou nosso beijo com um selinho e eu finalmente concordei, eu estava tão entorpecido que nem vi o momento exato que chegamos. Coloquei música durante a viagem inteira de volta. O Jhon só sabia rir das minhas atitudes e dizer.
- Eu não devia ter deixado você beber tanto.
Quando chegamos fomos direto pro quarto, Jhon colocou meus braços sobre os seus ombros e fomos abraçados. Eu podia andar bem, mas sei que ele queria tirar uma casquinha, não iria bancar o chato, não naquele dia.
- Você pode dormir comigo hoje, Jhon?
Ele me olhou meio incrédulo
- Não sei se é uma boa ideia.
Então me soltei de seus braços
- O que há com você ?
- Não há nada comigo, e sim com você. Esta bêbado Miguel.
Dei uma risadinha
- Ah, Jhon. Não vem bancar o santo pra cima de mim, hoje é uma das raras vezes que estou sendo eu mesmo, para disto!.
- Você não tem jeito. Vamos!
Ele me puxou para si e me arrastou para o seu quarto.
- Acho melhor você tomar um banho, irá melhorar.
- Não sei se consigo.
Ele ficou calado.
- Vamos, eu te dou uma mão.
Consegui o que queria.  Será que o Jhon transava bem? Claro que eu não era tão pervertido, mas eu só havia feito com o Luke, e ele era demais. Bom, eu acho. Achava.
- Me ajude a tirar a roupa!
Ele assentiu com a cabeça e em seguida, começou a tirar meus sapatos, e em seguida minha blusa.
Eu desabotei minha calça e ele a puxou vagarosamente. Eu estava só de cueca na frente dele. Vamos Jhon, você irá resistir?.
- Entre de sunga, sei que está desconfortável comigo aqui.
Talvez ele estivesse um pouquinho certo, mas se as luzes tivessem apagadas...
Abri a água quente e a deixei percorrer pelo meu corpo, fiquei ali algum tempo, até que minha personalidade pudesse aos poucos retornar ao meu ser.
- Jhon, pode me trazer uma toalha?!
Ele saiu do banheiro, então, tirei minha cueca e tranquei a porta.
- Hey Miguel, tudo bem por aí?
Dei uma risadinha
- Estou sim, só que o efeito da bebida já passou um pouco.
- Ah, entendi, ufa! Aqui está a toalha.
Ele me entregou na porta e se virou de imediato, ele era um bom rapaz.
Me sequei e a enrolei na cintura, em seguida fui até o quarto que estava vazio e me troquei rapidamente com o primeiro pijama que vi em minha frente.
- Você não se importa de eu dormir com você hoje ? Posso colocar um colchão no chão.
- Claro que não, fique a vontade.
Me sentei na cama e passei a mão sobre o meu cabelo. Estava um pouquinho molhado. O sono devagarinho estava chegando. Então cochilei e quando acordei estava tudo escuro e as cobertas estavam sobre mim.
- Jhon?
Chamei baixinho
- Hey, Jhon, está aí?
Ele murmurou baixinho, então eu me levantei e engatinhei até onde ele estava. Me enfiei de baixo dos cobertores e ele enfim acordou.
- Posso dormir com você está noite?
- Pode, maaas...
Colei o mais próximo o meu corpo no dele e me senti abraçado. Ele estava quente. Muito quente aliás.

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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||Onde histórias criam vida. Descubra agora