"Dançando só no escuro, onde mil possibilidades tem a mesma consequência."
Voltei para casa mais confuso que já estava, meus dias estavam me colocando contra a parede. Eu tinha que ser adulto para tomar decisões o suficiente, mas eu estava tão perdido, tantas coisas para tirar em claro. E a primeira com certeza seria saber as reais intenções do Dr. Richard. Eu poderia soar um pouco ingrato, mas naquela altura do campeonato eu realmente não me importava. Preferi vir sozinho andando, era bom para tomar decisões, e olha que tinha dado certo. Não avisei quando cheguei, o Dr. Havia me dado uma chave reserva,caso se eu precisasse sair e voltar enquanto ele estivesse fora e a casa vazia. Segui diretamente para o meu quarto,era lógico que eu precisava de um banho, meu corpo fedia aos vários cigarros que Dulce praticamente devorou,ela estava tão apática quanto eu. Peguei uma roupa e fui diretamente para o banheiro. Minha cama estava amassada, mas não dei muita importância, e parecia que alguém havia deitado ali recentemente, talvez fosse o Dr. Ou a empregada. Segui para o banho,e quando cheguei lá, o banheiro estava encharcado, obviamente alguém havia tomado banho recentemente. O espelho ainda estava manchado pelo vapor. Talvez o Dr. O usou de emergência ou algo do tipo, então, prossegui sem me importar. Tomei um banho rápido, coloquei a roupa a qual escolhi, sendo um pijama azul com bolinhas brancas, eu havia gostado, apesar de ser infantil. Servia exatamente em mim. Após sacudir meu cabelo com a pontas dos dedos, segui para a cozinha em busca do Dr. .
Ele estava sentado e mexendo no celular, era raro ver ele tão concentrado assim em um celular, aliás, eu nunca vi. Fui me aproximando e reparando diferenças. Quando o rapaz levantou a cabeça, levei um susto, não era o Dr. Apesar, de se parecer um pouco. Fiquei em choque, e as palavras não saiam.
- Você deve ser o Miguel, né ?
Ele disse com uma feição receptiva, e eu só assenti com a cabeça.
- Prazer Miguel, me chamo Guilherme!
Ele se levantou e estendeu a mão para mim. E e apertei meio sem jeito.
- Certo Guilherme, mas quem é você?
- Sou irmão do Richard, ele não comentou?
- Ah, ele deve ter comentado algo, não sou bom em guardar coisas, você poderia me informar onde ele está?
- Já, já ele estará aqui, foi ao mercado.
Era claro que as chances de me esclarecer com o Dr. Foram por água abaixo, é claro que eu não iria estragar o clima entre ele é o irmão.
- Deve ser você quem usou o quarto, certo? Fiquei um pouco curioso.
- Foi sim, tudo bem se dividirmos esses dias? Ele é muito especial pra mim, e o outro está cheio de tralhas do Rick.
Então era assim que chamavam ele, quanto amor familiar.
- Sem problemas Gustavo, o quarto é seu.
- Guilherme!
Dei um sorriso sem graça.
- Perdão, com o tempo eu pego.
Enfim, graças aos céus o Dr. Chegou, cheio de coisas, fui ajudá-lo a guardar enquanto o seu precioso irmão voltou para o celular.
- Hey Gui. Vem nos ajudar!
- Sem chances, estou indisposto.
Continuei com o serviço.
- Sem essa, pode vir.
Ele jogou o celular por cima do sofá e veio em nossa direção. Fui entregando várias coisas para ele colocar por cima do balcão, e depois organizar no lugar. O Dr. Havia comprado até cervejas, e eu nem sabia que o mesmo bebia. Então, resolvi não questionar. Após guardarmos tudo, e eu organizar como a empregada havia deixado, voltei a me jogar no sofá. Queria dormir três dias, no mínimo.
- Quais sãos seus hobbies, Miguel?
Lançou o rapaz da outra poltrona, ele tentava se aproximar de mim incessantemente, e simpatia forçada, nunca foi e nunca será o meu forte.
- Hobbies? Eu nunca tive um.
- Nunca ? Impossível.
Dei uma risadinha sem graça, eu não queria conversar, mas ele insistia em investidas sem fundamentos.
O rapaz voltou a tagarelar, mas desta vez, fechei os olhos e mergulhei em devaneios.
Flashes.
O dia estava ensolarado, saltei da cama disposto como nunca. Aqueles primeiros dias na casa de Tina estavam sendo ótimos. Eu estava vivendo de verdade, como nunca havia vivido antes. Sem represálias, sem se sentir como se tivesse andando sobre ovos. Escovei os dentes e desci. Luke sempre acordava antes de mim, a cozinha estava vazia, andei rápido e fui até o balcão, onde havia um bilhete escrito.
"Amor, fomos ao mercado, se acordar antes de chegarmos, o café da manhã está pronto, coma alguma coisa! te amo."
Dei um sorrisinho, eu ainda estava de pijama. Até que alguém bateu a porta, fui vagarosamente atender, a curiosidade sempre fostes minha inimiga. Quando me certifiquei, era o Jhon.
- Bom dia, Miguel.
Ele deu um sorriso e eu provavelmente estava com a cara inchada.
- Bom diaa..
Ele me olhou das cabeças aos pés em alguns segundos. Provavelmente era por conta do pijama ridículo.
- Posso ajudar?
- O Luke está?
- Não, não. Ele foi ao mercado com a mãe. Mas daqui a pouco volta. Se quiser entrar.
- Não, não. Tudo bem! Só diga ele que estive aqui, obrigado.
- digo sim.
Ele se virou e se pôs a caminhar apressadamente até o carro. Me adentrei novamente em casa. Eles eram amigos e eu não tinha o porquê estranhar, mas algo me incomodava, lá no fundo. E eu iria tirar isto a limpo.
( Narrado por Jhon )
Meu estômago doía enquanto eu dirigia para o hospital, aquilo estava me matando. Eu odiava perder alguém, ainda aos poucos. Ter que mentir para Miguel é torturante. Mas, segundo Luke e suas ideias, era melhor. Me adentrei e me certifiquei o quarto, após ter a permissão, segui reto e apressado.
- Cara, isto não é certo.
Cheguei olhando para ele, a qual estava ingerindo soro na veia.
- Calma rapaz, só é uma desidratação desta vez.
- Mercado, Luke? Isto é a sua desculpa esfarrapada?
- Não tive tempo para pensar em outra coisa, foi tudo tão rápido.
- Você sabe que não vai poder esconder dele, não é? E que vai ser pior... Isto é egoísmo cara.
- Não quero falar sobre agora, tudo bem Jhon?
Bati a mão em meu rosto. Era totalmente contra minha vontade as atitudes de Luke, mas ele já estava grandinho o suficiente.
Flashes Off
Sai dos meus devaneios quando o Dr. Se sentou no sofá próximo a mão em minha testa para aparentemente medir minha febre.
- Tudo certo, Miguel?.
Guilherme falava, falava e falava, já não havia ido com a cara.
- Sim, obrigado. Só preciso descansar.
- Tudo certo para você dividir o quarto com o Gui?
Assenti com a cabeça.
- você é ótimo, Miguel.
Sorri sem graça e voltei a fechar os olhos, meu mundo ilusório meu salvava da dor a qual a realidade me submetia.
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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||
Storie d'amorePrólogo. Naquela manhã o ar era gélido, a rua estava deserta. O vento forte anunciava uma forte chuva, fazendo estremecer meu corpo. Aquela dor rasgava no âmago do mais implacável tormento. Sentia suas carícias, seu calor, seu desejo... Mas não ha...