"Você irá se lembrar de mim?"
O vento uivava em meus ouvidos, me fazendo arrepiar. Eu sentia um aroma doce que o vento trazia, o sol estava alto no céu, o dia estava bonito. Aquilo me fez um pouco melhor, como se minhas baterias fossem recarregadas. Agora dava para aguentar mais um tempo numa boa.
- Obrigado, de novo. Jhon! Mas, como teve está brilhante ideia ?
- Ah, nem te conto.
Flashes *Jhon*.
- Você tem que fazê-lo se sentir único, Jhon.
Luke disparou a mim em uma das nossas conversas.
- Já disse Luke, para com está loucura. E mesmo se tivesse alguma probabilidade, eu não sou para o Miguel. Ele te ama cara.
Ele ficou em silêncio, e por alguns segundos, parecia que se deu por vencido. Mas, o Luke era o cara mais insistente que eu conhecia.
- É claro que você pode ser para o Miguel, vocês se beijaram até, lembra ?
Fiquei um pouco vermelho. Affe, ele estava lembrando daquilo?.
- É, eu lembro, principalmente do ocorrido em seguida.
- Você tinha me pegado em um dia ruim. Mas, enfim, Jhon. Quero que leve a um lugar para mim, quando achar que estiver, pronto para dar o primeiro passo.
- Que primeiro passo?
- Você saberá. Enfim, acha que consegue ?
- Bom cara. O que você não pede que eu não faço?
Ele sorriu, era poucas vezes que ele sorria longe do Miguel.
Flashes off.
- Seja que for, a pessoa te deu uma ideia brilhante, estou, renovado. Pelo menos, um pouco melhor.
- Que bom que está, Miguel. Quando quiser ir...
Sai andando até encontrar uma flor local, ela estava em um cantinho, deveria ser ótimo, com certeza, ter uma vista daquelas durante a vida, vendo o nascer e o por do sol, não sentir, não pensar, não ficar triste, apenas contemplar, tudo que eu queria.
- Miguel?
Jhon tirou-me dos meus devaneios.
- Certo, Jhon. Então vamos!
Ele colocou a mão em meus ombros e seguimos para o carro, eu, permiti, não era nada demais. O Jhon era um amigo, e amigos fazem isto, certo?. Jhon foi mais de vagar na volta, senti que ele queria me dizer algo. E, é claro, minha intuição não havia falhado mais uma vez.
- Eu... Queria saber, se você... Bom, como amigos, é claro, topa sair comigo qualquer dias desses?
Dei um sorriso sem graça, sair? Ah, eu não estava nenhum pouco afim.
- Não sei bem, Jhon. Não estou muito disposto ultimamente.
- Ah, mas sair serve para isto mesmo, revigorar.
- Ah, não sei.
- Posso fazer uma pergunta?
Suspirei e assenti com a cabeça.
- Pode sim.
- Você ... Você gosta daquele Dr. ?
Estranhei e dei uma risadinha de nervoso.
- De onde você tirou isto?
Ele ficou em silêncio alguns segundos.
- Não é nada, só que... Achei um pouco aleatório você do nada ir logo para a casa dele.
E ele não havia mentido,eu não sabia exatamente o porquê daquela aproximação desenfreada do Richard. E eu acho que já está no limite.
- Não, Jhon. Eu e o Richard somos amigos, certo?
- Estranho. Mas, okay.
Quanto questionamento sem fundamento. Amanhã seria a tal consulta, seria uma oportunidade perfeita para dar uma basta e colocar o Dr. Em seu devido lugar, as pessoas estavam invadindo o meu espaço, e sinceramente, todos tem um limite. E o meu havia chegado, eu me tornei alguém tão dependente sentimentalmente. Após chegarmos, subi para o quarto e me troquei, coloquei uma roupa mais leve. Eu estava um pouco melhor, o ar puro me renovou. Sai de fininho sem o Jhon saber, peguei sua bike, e sai rua abaixo. Eu mal sabia andar de bicicleta, lembro bem quando aprendi com um coleguinha da escola, seu nome era Túlio, pele morena e olhinho apertado. Ele insistiu até eu aprender, dia após dia. E depois, ele simplesmente sumiu, para sempre. Somos tão imperceptíveis, mas, quando marcamos a vida do outro, nós tornamos eternos na linha de acontecimentos do universo infinito. O Túlio me ensinou a andar de bicicleta, então, enquanto eu estiver vivo, ele estará também em minhas lembranças turvas. Eu fui aleatoriamente pelas ruas até que cheguei perto de onde eu morava. Me senti nostálgico, eu usava aquela rua para ir a escola, sem preocupações, sem responsabilidade, eu e a Hillary com nossa "Amizade eterna" e cheios de sonhos, metas, viagens e sonhando com alguns shows para irmos juntos. Parece que não vai rolar.
Decidi ir até a rua onde morava. A cara onde eu vivi por toda minha vida estava a venda. As flores do quintal haviam morrido e tudo estava, diferente. A casa dele estava algumas acima, eu ainda não estava pronto para ir até lá. Me desculpei mentalmente com dona Tina e dei meia volta. Eu já estava tomando o rumo da casa de Dulce, quando escutei alguém chamar pelo meu nome. Então, parei e olhei para trás, não havia ninguém. E quando fui me certificar novamente, ninguém. Eu só poderia estar ficando louco, até que alguém me empurrou, me fazendo cair no gramado que havia.
Era um rapaz alto, e forte, aparentava ser um pouco mais velho.
- Hey cara!
Até que Hillary aparece atrás do mesmo.
- Hillary? O que estava havendo? O que está fazendo aqui?
Ela sorriu sinicamente.
- Eu lhe mandei a mensagem, mas, parece que com você as coisas só funcionam de firma teórica. Então, este é o meu recado Miguel, fique longe do Jhon, se não, meus amigos irão surra-lo até que não sobre nada. Fiquei assustado, aquela não era a Hillary que eu conhecia.
- Para que isto, Hillary? Você está, estranha.
- Eu conheci a verdade, Miguel. Deus está lhe dando um tempo, para mudança.
- Do que você está falando?
Ela voltou a sorrir.
- Não é nada pessoal, você deveria me agradecer, pois, menino fica com menina e menina com menino.
Se trocou é gambiarra.
Eu fiquei boquiaberto. Aquela não era minha amiga.
- Hillary, quero falar com você.
- Não tenho nada para dizer com alguém como você Miguel, além de bicha pega o namorado dos outros.
Certo, tudo havia virado do avesso. Será que aconteceu com minha amiga/irmã?. Loucura.
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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||
RomancePrólogo. Naquela manhã o ar era gélido, a rua estava deserta. O vento forte anunciava uma forte chuva, fazendo estremecer meu corpo. Aquela dor rasgava no âmago do mais implacável tormento. Sentia suas carícias, seu calor, seu desejo... Mas não ha...