Capítulo Cinco - Fúria

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"Vamos mesmo dar um tempo?"

A noite esfriou, deitei-me e fiquei quietinho dentre os cobertores. Era a sensação de se sentir abraçado. Meu celular começou a vibrar, mas fiquei em silêncio. Quem seria uma hora daquelas?. Até que era cedo. Mas, mesmo assim. Quando fui me certificar, era Hillary.
Então, resolvi atender.
- Miguel?!
Minha voz estava rouca.
- Oi.
Ela ficou em silêncio.
- Quer sair?.
- Sair? Está tão frio...
Um calafrio percorreu o meu corpo.
- Poxa Miguel, vamos, queria falar com você..
Pensei alguns segundos.
- Ah, vou ver se o Dr. Tem algo de frio para me emprestar.
Sua voz se alterou um pouquinho em um tom animado.
- Okay, eu passo aí e te pego.

Me levantei e fui até o quarto do Dr

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Me levantei e fui até o quarto do Dr. Bati vagarosamente na porta.
- Richard, está acordado?
A porta abriu lentamente, ele estava sem camisa e eu fiquei um pouco sem jeito.
- Aconteceu algo,Miguel?
Ele estava com uma voz sonolenta e fofa.
- Não, e que... Você, tem algum agasalho para me emprestar?
- Claro. Você irá sair?
Assenti com a cabeça. Ele foi até sua cama e vestiu sua camisa social branca.
- A Hillary disse que queria falar comigo, então...
- Entendi.
Ele era bem maior do que eu, então, procuramos algo que servia melhor juntos.
- Acho que esse casaco irá ficar bom em você. Usava muito na faculdade.
Experimentei e realmente fostes o que se encaixou melhor.
- Eu disse.
Ele disse ao me ver em meio a um sorriso.
- Tem hora para chegar?
- Pretendo não demorar...
- Precisa que eu te leve?
Quantos questionamentos, comecei a ficar impaciente. Então, apenas neguei com a cabeça e sai do seu quarto. O Dr. era muito curioso as vezes. Após vestir uma roupa mais ou menos, segui para o exterior da casa. Estava realmente frio. Mandei uma mensagem para Hillary , mas seu carro estava encostado um pouco a frente. Então andei até lá e bati na janela.
- Entra aí!.
Ela estava mais animada, meus pensamentos eram direcionados totalmente aos ocorridos do dia, ele foi altamente cheio. Como disse antes, eu sabia que ele iria cair no esquecimento. Mas, enquanto eu estivesse vivo, ele estaria também. Eu minha memórias, minhas atitudes, inteiramente em meu ser.
- Miguel, quer ir para onde?
Olhei para ela com um pouco de apatia. Sua felicidade me irritava.
- Hillary , para ser sincero. Não quero ir para lugar algum, você quer me dizer algo. Fique a vontade!.
Ela colocou a mão no volante e olhou para a rua, estava deserta.
- Então, eu queria falar sobre o Jhon. Eu sei que foi um dia duro para todos nós, Miguel. Mas ele está muito mal após a conversa de vocês, ele não quer dizer. Mas imaginei que fosse algo que ocorreu.
Olhei atentamente para suas palavras.
- Você quer saber da nossa conversa, deixa eu resumir. O Jhon é um verdadeiro babaca por esconder algo tão terrível a qual eu nunca apoiaria, só ressaltei isto. Simples.
Ela finalmente me olhou.
- Miguel. Você não pode o culpar, foi escolha do Luke, ele não pode interferir nas escolhas dos outros, você não pode o culpar, por favor!.
Sorri cinicamente.
- Escolhas?. Ah, pelo amor de Deus, é claro que o Luke não estava lúcido. E teve os piores amigos do mundo, nenhum "amigo" deixaria essa loucura ir para frente.
Ela me olhou incrédula.
- E sabe o que me deixa mais incrédulo?. Ele poderia estar aqui, vivo do meu lado, mas nãaaao, deram corda para algo que não deveria ser sequer discutido.
- Miguel. O que você está se tornando? Eu sei que me apressei em vir hoje, sei que você está uma pilha, me desculpe!.
Olhei para ela, era nossa segunda discussão, eu e Hillary raramente brigávamos.
- Você pode vir amanhã, depois, semana que vem e o mês que vem. Terei a mesma opinião e o mesmo pensamento.
- Você não pode culpar o Jhon pela morte do Luke, Miguel. Isso é cruel.
Sorri
- Não disse que ele é o culpado, mas teve uma parcela.
- Você realmente precisa de um tempo.
- É claro que eu preciso, não foi você quem perdeu o amor da sua vida hoje.
Ela me olhou com um olhar de pena e estresse ao mesmo tempo.
- Hillary, não me procure. Quando eu estiver pronto, eu lhe chamo. Por favor!.
Abri a porta do carro e já ia sair, enquanto ela segurou o meu braço.
- Miguel, por favor! Somos amigos.
Olhei para ela e puxei o meu braço.
- É, eu achei que éramos. Antes de você dar a razão para o sem noção do seu namorado, que aliás, estava interessado em mim primeiro, não é?.
Ela ficou surpresa com minha reação, eu estava no ápice do estresse. Então, fui andando de volta para a casa do doutor. Andei em passos largos e apressados, senti meus olhos arderem, eu não queria, não podia chorar. Abri a porta do quarto e me joguei na cama e apertei o travesseiro, para centralizar o ódio em algo inanimado. Alguém bateu na porta, claramente era o Dr. Em uma péssima hora, é claro.
- Miguel, tudo certo? Vi que chegou apressado, posso entrar?
Não respondi, então ele abriu a porta vagarosamente.
- Aconteceu algo?
Olhei para ele, provavelmente meus olhos estavam vermelhos.
- É, eu enterrei o amor da minha vida hoje, então, acho que é válido. Não é?.
Ele sentou-se na beira da cama.
- Quer falar da conversa com a Hillary , achei que você iria ficar melhor.
Ele olhou para mim um pouco sério, meu ódio era tanto que minhas mãos tremiam.
- Hillary ? Só veio defender o macho sensível dela, que não sabe ouvir a verdade e se dói por tudo.
- Miguel, ela é sua amiga, não devia falar assim.
- Como não? Amigos ficam do lado um dos outros.
- Depende da situação, apesar de amar meus amigos, algumas atitudes eu não aprovo, mas não é por isso que irei deixar de amá-los.
- Está fora de questão Dr. Richard. São situações diferentes. A dor é individual, Hillary não esperou nem o corpo do meu namorado esfriar para vir defender o dela.
- Ele também não é seu amigo? Não devia estar falando assim, Miguel. Você está nervoso.
Olhei atentamente para ele.
- Você está certo Dr. Eu não devia. Saltei da cama e andei apressadamente até a porta.
- Obrigado pela hospitalidade, te devo essa.
Minha fúria estava altíssima, eu não poderia ficar mais ali. Então, atravessei a sala em passos largos e segui diretamente para a garagem e pegar retamente o caminho da rua. Sem rumo e se parada.

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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||Onde histórias criam vida. Descubra agora