"As estrelas nós eternizaram, querido. Quanto estávamos no alto do morro planejando o futuro que nunca iremos ter".A poeira embaçada a minha visão, o lugar era escuro. Eu estava paralisado de medo. Não havia ninguém, eu apenas escutava alguns grilhos. Provavelmente eu estava em um lugar florestal. Eu não conseguia falar, e me mover. Até que alguma porta se abriu iluminando todo o cômodo. Um homem alto e forte se materializou em minha frente. Apesar da minha visão estar um pouco turva, o reconheci. Era o detetive que estava a prol do meu caso meses antes. Eu estava salvo finalmente, mas, um sorriso estranho se formou em seu lábio.
- Finalmente você acordou.
Ele veio andando até mim.
- Miguel. Então você é o garoto problema. O problema que será a solução dos meus.
Fiquei mais confuso, então, baixei a cabeça.
- O gato comeu a sua língua ?
Ele se aproximou o puxou o meu queixo com força. E depois começou a roçar o seu volume em mim. O desespero me tomou.
- Ouvi dizer que você é um putinha, está gostando?.
Meus olhos se encheram de água, eu estava tão amedrontado que não conseguia falar.
- Aquele rapaz te fodeu como deveria?
Ele com certeza estava falando do Luke, e um onda de fúria me tomou. Então, bati com minha cabeça em sua barriga o fazendo se afastar.
- Não ouse falar do Luke!.
Ele deu um risada e ele direcionou um tapa em meu rosto.
- Pelo jeito ele não te domou como deveria.
É claro que eu estava com medo, mas eu não poderia permitir a ousadia do mesmo.
- Mas, eu irei o fazer.
Ele me empurrou, e a cadeira a qual eu estava preso caiu fazendo um barulho. E um sorriso malicioso formou-se em seu rosto.
- Ou, o que está fazendo aqui? Achei que iria vir só mais tarde.
- Pervertido, deixe-o aí.
Aquela voz, eu e a reconhecia. Comecei a tremer, não era possível.
Jhon
Certo que ele saiu bravo daqui. Mas, não era nada normal o sumiço daquele jeito, levando em conta que a cidade era pequena. Minha mãe chegou, o barulho lá em baixo anunciada isto. Então desci as escadas um pouco apressado.
- Mãe?
Ela sentou-se a uma cadeira.
- Oi filho, onde está Miguel?
Minha barriga esquentou um pouco.
- É sobre isto que queria falar com você. Ele saiu mais cedo, e sumiu.
- Como sumiu, Jhon? Ninguém some. Vocês brigaram?
- Não, mãe. Nem chegou a ser uma discussão. Ele decidiu partir, e eu fui contra.
- Como, ir embora? Poxa, por quê?
- Eu não sei. Ele sumiu, eu fui atrás deles, andei todas as ruas, fui até na casa da Sr.Tina. Ele não deu nenhum sinal de vida.
Ela se pôs de pé.
- Certo, vamos esperar até amanhã cedo. Você tentou ligar?
- Sim, mãe. De tudo.
- Estranho.
O dia em andamento para a boca da noite, e a preocupação estava me tomando por total. Eu sei que ultimamente eles não estavam bem. Mas eu devia tentar.
- Alô, Hillary!
- Jhon?
Eu não a odiava, mas sim sua insistência.
- O que você deseja meu bem?
Ela fez aquela voz, a mesma que quando queria ter relações, affe.
- Deixa eu lhe perguntar. Você viu o Miguel nesta tarde?
Ela ficou em silêncio alguns segundos.
- Graças a Deus não, nem pretendo.
Que rude a Hillary havia se tornado. Não a reconheço mais.
- Okay, tchau.
- Não, espera. Por...
Desliguei antes dela ter terminado de falar, aquela não era a menina que eu gostei algum dia. Hillary estava tão mudada. Fui vagarosamente até a cozinha. A casa estava silenciosa. E voltei para o quarto, e depois voltei para a cozinha. Eu estava tão ansioso, amedrontado, curioso. Onde o Miguel havia se enfiado?. Será que já havia comido algo? Estava seguro?.
- Filho, não adianta ficar zanzando pela casa.
Dei um suspiro.
- Eu sei mãe, só que...
- Jhon. Você... Você gosta do Miguel?
Corei um pouco mas tentei disfarçar.
- Mãe, de onde tirou isto?
Ela sorriu.
- Você está Diferente, Jhon. E eu te conheço.
Não a respondi. Não havia nada para responder.
- Bissexualidade é normal, meu filho. Ele é um ótimo.
- Sim, ele é ótimo ksks.
Fiquei nervoso, eu não tinha o que falar.
Flashes.
- Ele é ótimo, cara.
Luke se virou para mim durante nossa corrida matinal. Estávamos um pouco mais de vagar, ele não queria comentar, mas eu sabia exatamente o porquê.
- Eu sei disto. Mas, eu não sou apropriado para o Miguel, Luke. Eu sei que estávamos nos aproximando,mas, vocês foram feitos um para o outro.
- Você irá saber lidar, eu sei que irá.
O sol dava indícios no céu, as nuvens cinzas estavam dispersando.
- Pra ser sincero. Eu não quero ser alguém que te empurre para cima dele, estou curtindo muito o meu namorado. Mas, sou precavido para o amanhã, mesmo vivendo o hoje.
Soltei um suspiro.
- É óbvio que você está completamente inquieto, Luke.
- Tenho motivos, não é?
Pois ele tinha, o meu silêncio foi a sua resposta.
- Você está sendo um bom amigo Jhon, é uma pena não termos nos conhecidos antes, não é?
- Sim, cara.
Chegamos até a sua casa e entramos. Sr. Tina estava na cozinha.
- Onde o Miguel está, mãe?
- Provavelmente dormindo. Ainda é bem cedo, né?
- Estou aqui.
Ele estava ao pés da escada, com o rostinho inchado de dormir e com uma camisa bem maior que o seu corpo e com uma calça moletom por baixo. Julgo que aquela camisa seria a do Luke.
- Amor, você está dormindo tão cedo. Tudo certo por aí?
Luke foi em sua direção.
- Estou bem amor, só que não dormi bem a noite.
- Algo lhe incomodando meu dengo?
Senti minha barriga esquentar, que estranho.
- pesadelos, Luke.
Ficamos em silêncio. Até que Luke se pronunciou.
- Certo. Você vai voltar a psicóloga, Miguel.
- Não.
- Eu não quero discutir com você, mas, quero que você saiba. Você vai sim.
As coisas ficaram, tensas.
- Você não manda em mim, Luke.
- Eu sei, mas só quero seu bem amor.
- Não, você está sendo idiota e obsessivo na frente dos outros. Você não manda em mim, eu deixo bem claro. Não estou pronto para ir.
Luke murchou, Miguel era o único rapaz que eu vi até hoje que era capaz de fazer o Luke murchar apenas com palavras.
- Meninos não briguem!
Miguel finalmente voltou ao normal.
- Só estou avisando para esse grandalhão aqui que não pode mandar em mim.
Ele levantou um pouco os pés e deu um beijo na bochecha do Luke. Eu o invejava."Olá honeys, mais um capítulo para vocês, desculpe-me pela demora, espero que esteja curtindo. Xoxo"
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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||
RomancePrólogo. Naquela manhã o ar era gélido, a rua estava deserta. O vento forte anunciava uma forte chuva, fazendo estremecer meu corpo. Aquela dor rasgava no âmago do mais implacável tormento. Sentia suas carícias, seu calor, seu desejo... Mas não ha...