Capítulo Vinte e nove - Sem emoção (penultimo capitulo)

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Ouçam a música enquanto lêem!

"i felling with no emotion"

O sol estava alto no céu, já havia se passado um mês do ocorrido, meus dias estavam um pouco mais leves, o Jhon havia me feito companhia o tempo todo, óbvio que quando chegava do trabalho. Arrumei um hobbie novo, desenhar, era naquilo que eu queria ser bom. O julgamento iria acontecer nesta noite, seria opcional estar presente ou não. E era óbvio que eu iria. Mas não iria depor, não tinha condições psicólogicas para aquilo. Eu saberia o que iria acontecer. O Jhon ia chegar mais cedo do trabalho e prometeu me levar a um lugar, ele sabia que aquele dia ia ser difícil pra mim. Meu celular tocou, era o Dr. , depois do ocorrido eu resolvi me afastar um pouco, era tudo tão novo para mim, eu queria entender aquilo, no meu tempo, era difícil processar tanta informação nova, eu tinha outra visão do Richard, e não tinha absolutamente nada parecido com isso. Um irmão? Não! A campainha tocou, fui arrastado para ver quem era. Guilherme ? Achei que ele não gostasse de mim, fiquei tão surpreso que nem consegui esconder.
- E ae cara, posso entrar?
Assenti com a cabeça, e assim ele o fez. Me direcionei até a cozinha.
- Aceita um café? Água ? Algo para tomar?
- Um café, por favor!
O servi e nós sentamos, eu não entendi o intuito da visita, mas continuei em silêncio e esperei ele se pronunciar.
- Sei que deve estar estranhando minha visita, é que... sinto que começamos com o pé esquerdo, não agi da melhor forma possível, sabe ? É uma longa história. Estou me acostumando com essas coisas. Entende? E queria pedir desculpas...
- Ah, tudo bem Guilherme. Não se preocupe quanto a isso!
Ele sorriu meio sem graça.
- Eu sei, e que, eu estou mudando, não é fácil ser assim, como eu, sabe ? Tenho alguns problemas com rejeição. Mas prefiro não falar. E como você está ?
Aquela pergunta tão repetitiva me deixou um pouco atônito, e eu respirei fundo. E pela primeira vês, eu nem sabia como eu estava de fato. Minha boca se moveu instantaneamente para o dizer como eu estava. Mas, não era nada daquilo. Então ele me surpreendeu antes mesmo que eu falasse.
- Se sentindo sem emoção ?
Paralisei, era aquilo, mas eu não tinha coragem de falar, morria de medo de soar ingrato com a vida e ela agir de formas piores comigo.
- É normal se sentir assim Miguel, quando o coração está quebrado... você não está só, acredite. Só... tente chegar na raiz disto, só assim você irá resolver o seu vazio interior
Continuei calado.
- Enfim, eu irei embora, foi muito bom ter te visto. Até mais.
Ele foi sozinho até a porta, eu estava um pouco centrado no que ele havia acabado de dizer. Em
Transe, subi para o quarto e peguei um casaco. Sai vagarosamente para a rua, eu estava sem rumo, totalmente sem rumo, meu corpo estava agindo por si próprio. As palavras daquele garoto haviam mexido em meu mais profundo conforto. Andei por alguns minutos, até que comecei a me cansar. E quando olhei para o lado, o grande paredão do cemitério. Minhas mãos ficaram frias, e vários flashes tomaram meus pensamentos. Comecei a sentir novamente, minha barriga parecia que ia ser dilacerada, comecei a andar até o portão, e empurrei, como sempre, apenas encostado. Eu sabia até onde iria, meus olhos se fecharam é aquele dia chuvoso me inundou, sua pele fria, seu terno cordial, meu anseio para que tudo sumisse. Eu podia sentir até as gotas de água em minha face. Continuei andando, e mais emoções vieram, dessa vês, alegres, ele me rodopiava no quarto, meus lábios se moveram e eu sorri discretamente.
"Flashes"
- Você é tão lindo, e eu amo essa vista.
Estávamos no ponto mais alto da cidade, o Luke sempre acertava exatamente em lugares para despertar das minhas ondas deprimidas.
- Você é o melhor namorado do mundo, Luke, já te disse?
Ele sorriu, affe, aquele sorriso? Não tinha palavras e nem reação para descrever o que eu sentia quando ele sorria. Talvez eu seja o menino mais azarado do mundo, cheio de problemas e desventuras, mas quando ele estava do meu lado, isso tudo se transformava em mínimos detalhes, o Luke era demais, demais mesmo cara.
"Flashes off"
Continuei andando, e o seu local de descanso estava mais perto, senti meus pés afundado na terra, cada milímetro, como pisar nas nuvens. Aquele cheiro de despedida estava impregnado por toda aquele lugar. O adeus e a pior parte de qualquer história, ele vem sem avisos, e nunca estaremos de fato preparados, é muito das vezes, muito cedo. Olhei para o chão, paralisei, era ali.

Luker Parker
1999 - 2018
Eternizado Dentre as Estrelas.

Era um dia bonito, eu não podia negar, o céu estava azul, o sol brilhante bem no alto. Me sentei vagarosamente e cruzei as pernas, respirei e suspirei, fiz isso por várias vezes. Eu me sentia leve, em paz, fechei os olhos e fiquei, não sei por quanto tempo, eu perdi a noção, totalmente.
- Você sabe que tem seguir, não é? 
Meus olhos arregalaram, eu estava em um lugar muito claro, tão claro que eu não conseguia distingir nada. Ele estava em minha frente, olhando diretamente em meus olhos, e com aquela cara um pouco preocupada.
- Luke ? Você...
- Shiii! Só escute.
Ele colocou o seu indicador em meus lábios.
- Eu sei que é difícil meu pequeno, eu nunca imaginaria que eu ia ficar sem você, e toda essa coisa acontecer. Eu fiquei com medo, me perdoe por não ter te contado, te machucar seria a última coisa que eu queria ter feito, mas eu vejo agora que eu só atrasei o sofrimento. No fim, só isso que consegui fazer.
- Não.. você não... nunca foi sua culpa.
- Eu sei pequeno, as coisas são diferentes agora. Miguel, eu te amo muito, e quero que você guarde isso pra sempre. Mas, eu quero que você siga, arrume alguém, realize seus planos, seja feliz! E algum dia, a gente irá se reencontrar, nada que é real pode ser destruído, lembra?
Comecei a chorar, as lágrimas desciam sem cessar.
- Lembre-se de mim, mas não pare a sua vida! Eu te amo, agora está na hora de voltar. Me promete que vai seguir?
Então ele se aproximou em tocou os seus lábios aos meus, então um puxão me puxou de volta. Eu estava deitado no gramado do cemitério.
- Hey garoto! Aqui não é lugar para dormir, está tudo bem?
Olhei para cima, o sol estava se pondo. Já era boca da noite.  Quanto tempo eu tinha dormido?
- Sim, eu estou bem. Já irei embora.
Me levantei, e comecei a caminhar sem olhar para traz, o por do sol estava magnífico naquela tarde. Olhei para o mesmo cheio de esperança.
- Eu prometo!

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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||Onde histórias criam vida. Descubra agora