"Eu não tenho mais medo,se é isso que te faz ter certeza".
Saltei da cama e fui diretamente para o banheiro. Antes de dormir na noite anterior, havia conversado com Dulce a avisando sobre minha hospedagem nós dias a seguir. O Dr. Ainda não sabia, e pra ser sincero, eu não queria falar. Não desci para o café, peguei meus pertences os colocando em uma mochila, e desci as escadas. Dr. Estava lendo e tomando café, não vi o Guilherme. Ainda bem.
- Preciso falar com você...
Andei vagarosamente até o balcão.
- Bom do Miguel, dormiu bem? Pode falar.
Ele estava muito atraente com aquela regata branca e bermuda moletom.
- Irei passar alguns dias na Dulce, e quero lhe agradecer pela hospedagem.
Ele ficou um pouco assutado, foi o que seu semblante demonstrou.
- Tá tudo certo por aqui, Miguel? Fiz algo que você não gostou?. Você vai voltar, né? Só vai passar uns dias, certo?
Assenti com a cabeça, para ser sincero, eu não tinha intenção de voltar.
- Não é nada Richard, você é excelente,só vou pois ela precisa de mim.
- Certo. Você pode me falar quando vai voltar ?
Eu estava um pouco assustado, aquela super-proteção não era nada normal. Então respondi Rispidamente.
- Dentro de um mês.
- Okay. Quer que eu te leve ?
Eu iria andando sem problemas.
- Não, não. Eu vou ir andando para pensar um pouco, obrigado.
- Certo Miguel, tome cuidado!
Assenti com a cabeça e sai. O dia estava ensolarado, um pouco quente. Ao inverso do meu humor, que oscilava entre, triste, ansioso e apático. Tudo em mim estava em constante transformação, fui andando, e por alguns minutos sem rumo. Eu queria tanto me prender em algo, ficar firme, ter o que seguir, um motivo. Mas isso estava tão longe aparentemente. Andei mais um pouco até chegar naquela muro cinza do cemitério da cidade. Senti minha barriga esfriar, fazia duas semanas que me despedi do meu rapaz. Eu queria tanto entrar,mas algo me prendia, me pesava, eu não conseguiria.
- Miguel?
Quando olhei para frente, Jhon estava descabelado e com olhos inchados em minha frente. Não falei absolutamente nada, apenas fiquei o fitando. Para ser sincero, eu não tinha nada para falar com ele. Nessas últimas duas semanas, eu vi de verdade "quem era quem".
- Está tudo certo, Miguel?.
Assenti com a cabeça e voltei a seguir meu caminho.
- Hey, espera!
Ele segurou meu braço fazendo meu sangue ferver.
- O que você está querendo?
Ele estava assustado com minha reação.
- é.. você sabe, eu preciso falar com você, Miguel, por favor!
- Não tenho nada para falar, você já sabe.
- Você não entende Miguel, não é isto.
Puxei o meu braço, e o encarei.
- Me deixe ir!
- Você é importante pra mim, Miguel.
Ele se aproximou e senti seu bafo de bebida. Ele estava bêbado.
- Jhon, você anda bebendo?
Ele não me olhou nos olhos desviando seu olhar para o chão.
- Por quê Jhon?
Ele começou a chorar, seu semblante era desastroso.
- Vamos para casa, Jhon. Falamos lá.
Puxei o pela blusa e assim fomos. Eu nunca fui bom em tomar decisões pelo outros, eu sequer sabia o que estava fazendo da minha própria vida. Não demoramos a chegar, tomei a frente e o coloquei para dentro.
- Dulce! Você está aí?
Olhei em volta e não havia ninguém. Provavelmente ela deu uma saída rápida. Até que Jhon correu para o banheiro da parte de baixo, obviamente colocar o álcool para fora
Jhon não era alcoólatra, e para fazer isso algo estava ocorrendo. Deixei minha mochila em um canto e segui firmemente até o banheiro. Ele estava ajoelhado sobre o sanitário.
- Acho melhor você tomar um banho, vai melhorar.
Ele sorriu, seu cabelo desgrenhado soava engraçado.
- Estou um caco, né?
Balancei a cabeça negativamente. Fui até ele e comecei a ajudar a se despir. Eu nunca havia me embebedado, mas dizem que é a mesma sensação de estar dopado, a qual eu entendia muitíssimo bem. Ele estava finalmente de cueca em minha frente. Era a primeira vez que eu via o Jhon daquele jeito. Ele me olhava incessantemente. mas eu estava determinado.
- Acha que consegue sozinho?
Olhei para o chuveiro. E ele assentiu com a cabeça, sai do banheiro e puxei a porta. Eu conhecia bem a casa de Dulce, minhas visitas renderam em algumas tours pelos cômodos. Fui em busca de alguma toalha para o mesmo, a qual não foi difícil achar. Bati na porta,e ele abriu. Eu pude vislumbrar seu belo corpo, ele estava coberto pela porta da cintura para baixo. Aquilo era errado, já que ele era namorado da minha melhor amigo. Desviei o olhar do seu peitoral e a entreguei. Fui para a cozinha, e perdi um pouco da noção do tempo, ultimamente aquilo estava acontecendo por demais, eu estava tão...
- Precisamos falar.
Ele chegou na cozinha trajando outa roupa. E falando bem melhor, o banho havia feito um excelente trabalho.
- Primeiro explique a bebedeira!
Ele olhou para o chão.
- Desculpe-me Miguel! Só... Só foi uma saída para a realidade. Por algum tempo.
- Você não me deve desculpas, se deve desculpas. Já que está fazendo mal para si mesmo.
- Isso não chega nem perto do que eu estou passando aqui dentro.
Ele colocou a mão em sua cabeça. Mas eu ainda estava tão confuso.
- Jhon, seja mais claro!
Ele estava triste e tão apreensivo, talvez até mais que eu. Se ele estivesse aqui saberia realmente o que fazer...
- A Hillary, ela está grávida....
Comecei a soar frio, fazia sentido, mas para que aquilo tudo?.
- Então... Eu sei que é inesperado. Mas não seria motivo de felicidade para ambos ?
- Eu... Não estou pronto para isso, Miguel.
- Não está pronto? Você achou que se transasse sem camisinha aconteceria o que?.
Ele se sentou na cadeira e ficou batendo incessantemente com um de seus dedos na madeira da mesa.
- Você não entende... Eu quis.. eu quis terminar, Miguel. Não somos mais os mesmos, a Hillary não é mais a mesma. E agora isto...
- Terminar? Achei que você a amasse,Jhon.
- É, eu também achei, mas esses sentimentos sempre pertenceram a outra pessoa.
Ele olhou diretamente em meus olhos e eu gelei por inteiro.
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Dias Chuvosos (Depois de você) - Parte ||
RomancePrólogo. Naquela manhã o ar era gélido, a rua estava deserta. O vento forte anunciava uma forte chuva, fazendo estremecer meu corpo. Aquela dor rasgava no âmago do mais implacável tormento. Sentia suas carícias, seu calor, seu desejo... Mas não ha...