Pássaros Quebrados - Livro III - Estrada de Estrelas

Capítulo III. (Parte 3)

Capítulo III. (Parte 03) - Boys in the Train.

- Criogenizar, Criogenizar, Criogenizar! -Gritavam. Todos os que eu vi durante um mês naquele lugar, todos que eu ajudei e conversei. Todos eles foram comprados muito rapidamente. Até mesmo Adão. Ele sabia que eu estava dizendo a verdade, mas estava com muito medo de ser expulso do paraíso dele! Eu pensando que ele estava sentindo saudades de mim! Ha! O canalha precisava só desses minions esse tempo todo, e eu, o próprio filho dele, fui sacrificado pra essa merda de propósito, e por esse imbecil do Leo!

Filho da puta!

...

Recapitulando... Oi, meu nome é Oliver alguma-coisa Martins. Comecei minha jornada com medo de morrer para os Mobs, seres humanos modificados por um vírus chamado ARES-350. Por que ARES-350? Depois eu falo. Na verdade, quem vai falar não vai ser eu, mas não vou dar spoiler no meu próprio capítulo, né? Segura a marimba até o momento, apressada!

Bem, vírus, blá blá blá, ah, é! Eu fiquei todo isolado na minha casa até que um homem gosto-... Quer dizer, um garoto trevoso invadiu minha casa e me ajudou a lidar com os monstros. Desisti de ficar naquele antro de perdição, e fui morar com ele, num vagão de trem que me era muito nostálgico.

Acabou que tivemos muitos momentos felizes, pois éramos namorados e coisa gay né. Quase tivemos nossa primeira vez, mas ele morreu antes. É, isso mesmo! Um roe-lata mordeu ele, eu tentei e bem, não deu.

O último pedido dele foi que eu fosse ao abrigo do meu pai, e ao chegar lá, me deparei com várias pessoas bacanas. Teve o Leonardo, o Celso e a Sandra. Eu fiquei um tempinho de trégua com meu pai, mas acabamos brigando porque o salafrário achou melhor... Pera, eu tô dando spoiler! Bem, aproveitem o show então.

...

Passei o último mês conhecendo meu pai.
Descobri que ele era de uma família humilde, e que meu avô era tão cuzão quanto ele já foi. Por isso, ele cresceu sem perspectiva nenhuma de como ser um pai decente e, com medo de estragar seu filho, decidiu largar tudo na mão da minha mãe, Fabiana.

Eu cresci, ele foi embora, minha mãe e ele se divorciaram, blá blá blá, choros e lágrimas, até que eu reencontrei ele nessa brigada militar.

Ele continuava o mesmo frouxo, mesmo tentando ser um pai maneiro. Ele conseguiu isso com certo êxito, mas eu ainda desconfiava que tinha caroço nesse angu!

Eu estava de boaça naquele domingo. Vamos lá, era meu aniversário! 18 aninhos! Yuppi!

Bem, não tinha o quê comemorar. A maior parte dos meus dezessete foi um cú, e o finalzinho, uma porcaria. Mesmo assim, me animei quando ouvi de terceiros que meu pai estava tramando uma festa surpresa pra mim. Estava todo animado e tals, então passei o dia longe dele pra não acabar soltando algo que escancarasse. Tipo "Ei, otário. Sabe a festa que tú ta fazendo pra mim? Aha! Eu já sei!". A vontade era grande de fazer isso. Quando ele faz aquela cara de assustado, ele fica parecendo um gato encharcado.

Enfim, eu estava andando nos corredores quando acabei passando pelo escritório/dormitório do Leonardo. Os outros militares dormem no Galpão três, mas o Leo e o Celso ficam no Galpão quatro mesmo. Bem, eu passei e acabei escutando o que não devia: uma conversa do Leo no telefone.

Celso tinha me explicado sobre isso no dia que cheguei, mas o Leo parecia estar falando com um conhecido, não um estranho em busca de acolhimento. Resolvi ficar de bituca na porta, só pra ter certeza que, sei lá, ele não tava sendo ameaçado pelo Governo! Meio que o Wander tinha esse tipo de dúvida, de que o governo tava de conchavo com esse vírus, e depois que descobri que esse vírus foi colocado na Terra de propósito, achei tudo esquisito demais!