Oi, gentem. Então, tô no começo da publicação pra avisar que, yeah, tem desenho - sim, inspirado novamente em Michelangelo. Também tem mais uma coisa. O capítulo de hoje tem muito gore, então quem tem gatilho, já tô avisando que tá meio pesado. É isso, flw, fui.
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Capítulo XII – Na Mais Profunda Lua (Parte 2)
A vasta escuridão da floresta era ameaçadora quanto aos estalos abaixo de seus pés, como se a qualquer momento alguma coisa pudesse vir em meio àquelas árvores grossas e torcidas. Mesmo que Wander, Fabiana e Aruã não temessem nada disso, ainda assim andavam agachados, praguejando sempre que uma folha estala demais.
– A gente deveria voltar... né? Tipo, tá tarde, a lua... – Prolongou Aruã, encontrando sem nenhuma dificuldade o holofote distante acima deles. A floresta, nesse caso, não intervia, mas só de imaginar que, como Fabiana disse, havia locais naquele bosque que nem o sol era bem-recebido pelas copas das árvores, Aruã já começava a se sentir claustrofóbico, temendo que os galhos resolvam trancar o céu pra sempre.
– Que isso?! A noite é uma criança, criança. – Disse Fabiana, sem cessar seus passos. Ela era a única que, entre eles, tinha convicção de onde estava indo e do que iria fazer, mesmo que isso levantasse algumas dúvidas. Seria mesmo aquele caminho para um armazém ou supermercado? Afinal, só estavam correndo perigo no meio do matagal para achar um jantar. – E nossas pernas são fortes. É só continuarmos andando.
– Pra quê? Você não disse nada ainda! – Esbravejou Wander, tão impaciente quanto água em ebulição. – Para onde estamos indo afinal?
– Perguntas, perguntas, perguntas! Vão acabar assustando a presa.
– Presa? Que... – Interrompeu-se, pois Fabiana tinha finalmente parado. Estavam atrás de um toco de árvore, próximos de um som carnoso e de um cheiro repugnante. Os sentidos “Licamidas” davam a Wander certa leitura do espaço através do som, e mesmo não tão forte em sua forma humana, soube, num sobressalto, o que acontecia. A alguns metros, num ponto sem árvores, sibilava um canino-veneno. Não para eles, mas isso porque, imaginou, estava muito ocupado comendo... Oh, uma coisa com calças.
Por um instante, sentiu o estômago pediu arrego e quase vomitou ali mesmo, até porque o cheiro forte de carne - carne humana - fedia por todos os lados como se uma nuvem espalhasse. Só não cedeu porque, de repente, ouviu um estalo metálico do seu lado, e quando se virou, todos seus instintos gritaram de agonia num flash.
Uma vez que o grito gutural daquela escopeta - que, por mais silenciosa que fosse para um mob ainda era o equivalente a um carro de som para Wander - diminuiu, percebeu que já era tarde demais. O tiro já tinha sido dado.
Encarou a mãe de Oliver quando ela se levantou e foi banhada pela lua. Acabava de retirar um óculos de natação do rosto quando passou por eles em direção ao canino-veneno, agora, apenas um cadáver. No tempo em que a floresta se calou perante o tiro, Wander questionou consigo mesmo onde Fabiana aprendeu a acertar a marca dos caninos-venenos tão prodigiosamente.
– Prontinho. – Um zíper foi aberto, e, após uma, duas, três tentativas, o fósforo estava aceso, e o lampião que Fabiana segurava também. Agora sim, Wander podia vomitar sem dúvida alguma de sua leitura sonora. Eles a seguiram até os pés da coisa com calças, e como Aruã era o único que não sabia de nada - além do fedor de carne, os sibilos abafados e o som do disparo silenciado -, sua expressão aterrorizada não foi pra menos. Estavam diante de um novo cadáver, caído para o lado, com os olhos afiados arregalados e a boca, embebida de sangue, escancarada. Era uma visão tão assustadora que, à luz do fogo, parecia um fóssil recém-descoberto. Uma chave, cujo único objetivo era perturbar a paz de mente saudáveis à ponto de levá-las à insanidade. – O bom é que minha isca funcionou.
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Pássaros Quebrados - Livro III - Estrada de Estrelas
Ciencia Ficción🥇VENCEDOR DO PROJETO BL -CATEGORIA LGBTQIA+ Oliver é apenas um adolescente de 17 anos fortemente vigiado pela mãe e com a sombra amarga de seu pai em sua vida. Quando um apocalipse repetino surge, todas suas expectativas para o futuro são comple...