Capítulo onze: Decisão Difícil.
JULIE
— O que disse? — Rose enruga a testa.
Preciso resistir! Não posso jogar tudo por água abaixo agora. Só que é tão doloroso vê-la novamente com vida e mais nova. Ela mal sabe o que vem pela frente.
— Er... — dou uma tossida. — Julie. Meu nome é Julie.
— Gostei do nome. — ela sorri.
Meu coração acelera. Eu sei que você gosta.
— Rose, Julie é uma fofura! Precisa me fazer uma visita para um chá da tarde. — Ana faz um convite indireto a neta.
Minhas mãos começam a suar quando minha cabeça assimila tudo. Ana é minha Bisavó. Estou conhecendo minha Bisavó. Convivendo com ela.
Isso é muito para mim.
— Estou devendo uma visita mesmo!
Ninguém parece se importar se estou aqui ou não, pois não recebo perguntas intrometidas durante toda a noite. O jantar é servido e todos comem com conversas paralelas na mesa. Mãe de Rose (no caso minha avó) ainda me encara de maneira muito analítica. É quase como se soubesse quem eu sou.
É estranho pensar que quase todos aqui são da minha família? Por que eu me sinto tão deslocada. A versão mais nova da minha mãe parece estar bem entretida em uma conversa com um homem aparentemente muito engraçado.
— Hora da sobremesa né Vó? — uma garota loira chama minha atenção do outro lado da mesa. Até então não havia reparado da menina.
Não demora muito para eu reconhecer o jeitinho de ser da garota.
Tia Vitória...
— Com licença! —me levanto da mesa e recebo alguns olhares. — Vou ao toalete. — digo no ouvido de Ana e saio a procura. Talvez tenha banheiro no segundo andar.
Não sei reagir diante a várias fotos de família nas paredes. Tudo parece tão igual. Quase como se eu estivesse tendo um Devaju e de fato estou! Porque agora eu sei que já estive aqui!
Ao subir as escadas, sinto uma dor de cabeça tão repentina e alguns flashs da minha infância voltam com força. Encosto na parede do corredor e deslizo até sentar no chão.
— Meu deus! Faz isso parar! — massageio minha testa tentando aliviar a dor.
— Digamos que é seu corpo lutando.
Aquela voz que me assombra. A voz do culpado por isso tudo. Faz um tempo desde sua última visita.
— Caleb! — busco por apoio para me levantar, mas não acho força para isso. — O que está acontecendo? — minha voz sai arrastada. Estou sentindo minha cabeça perturbada.
— Você sabe o que tem de errado. — Caleb dá um passo em minha direção e arqueia as sobrancelhas. — Está mexendo com a linha temporal.
Apesar de saber exatamente o que isso significa, não deixo meu orgulho de lado e continuo com meu tom bravo.
— E por que viria me avisar? Você não está aqui para me ajudar.
— Está certa. Não sou seu amigo, mas não quero mexer com algo que... — Caleb para de falar por um minuto. Pela sua seriedade quase chego acreditar que tem medo de algo.
— Como faço essa dor parar? — sinto mais uma vez uma onda dolorosa percorrer pelo meu corpo. — Por favor. — suplico.
Ele demora para responder.
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Remember [Juke]
FanfictionDepois do sucesso que Julie e seus "hologramas" fizeram no The Orpheum, tudo está indo muito bem para a nova banda queridinha da internet. Até que uma visita inusitada faz as coisas desandarem, pois agora Julie se encontra no dia 29 de junho de 1995...