Capítulo vinte e oito

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Capítulo vinte e oito: Precisamos ser forte.

Aviso: Esse capítulo pode conter homofobia.

Em 1995 - Julie

— Hã, não! Você provavelmente não me conhece. — gaguejo para menina loira a minha frente.

Ainda com os braços cruzados, a irmã de Alex me analisa de cima a baixo.

— Olha, se está vendendo qualquer coisa, não estamos interessados. Vá achar outro lugar!

Vendendo alguma coisa? Como é? Quando ela pensa em fechar a porta na minha cara, esbravejo e ponho o pé.

— Que? Eu vim ver seu irmão. Ele está ou não? — seguro a porta e falo mais firme.

Nem um pouco intimidada com minha atitude, a menina revira os olhos e grita pelo nome de Alex. Ao fazer isso, me lança um sorriso falso.

— Quem é, Diana? — vinda dos fundos, uma voz grossa e velha, chama minha atenção.

Provavelmente é o pai do Alex. Quando o homem aparece no meu campo de visão, consigo reparar nos seus cabelos loiros quase grisalhos, na sua altura e para minha surpresa os olhos azuis. É um homem bonito. Pena que não posso dizer o mesmo do seu carácter.

— Uma garota procurando o Alex.

— Garota? — escuto animação na voz do homem. — Mande-a entrar! — a voz mal humorada some totalmente. Como uma pessoa pode guardar tanta amargura dentro de si só por seu filho fugir do padrão normativo?

— Fala você com ela. Eu vou para meu quarto. — escuto a menina subir as escadas. Grossa!

Sr.Mercer aparece na porta e automaticamente recuo para trás.

— Boa tarde, Sr.Mercer! — dou um sorriso simpático.

— Boa tarde, senhorita. E o seu nome é?

— Julie. Julie Molina. — falo por força do hábito.

— É parentesco com os Molinas daqui da Região? — ele me analisa.

Droga! Por que eu disse meu sobrenome? Pera, ele conhece a minha família?

— Hã, não. Não, senhor. — nego rapidamente. Ele me lança um olhar estapafúrdio.

— Bom, está procurando pelo Alex. Vou chama-lo. Entre! — Mrs.Mercer abre passagem para que eu entre. Quando vejo que o homem está prestes a subir as escadas, me desespero.

— Oh senhor! — chamo sua atenção. — Não acha er... hã... melhor certificar primeiro se ele realmente pode sair no momento? Se Alex estiver ocupado, tudo bem.

— Aquele inútil não faz nada além de bater em tambores e me trazer decepções, querida. Fique tranquila que ocupado não está.

— Hã... — penso em outra coisa rápido. — O senhor tem uma linda casa. Poderia me apresentar? Alex fala tão bem dela.

— Alex quase não fica aqui. — ele me corta impaciente.

— Ainda sim é uma linda casa. Pode me mostrar? — estou meio nervosa. Minhas mãos começam a suar frio. Esse homem não pode subir agora. Se ele der de cara com Luke e Alex no mesmo quarto, não vai prestar.

— Senhorita Molina, irei buscar meu filho e o próprio mostra. Ficarei imensamente feliz se puder...

— Vou com o senhor! — o interrompo. Sua respiração pesa e recebo um olhar bravo.

Remember [Juke]Onde histórias criam vida. Descubra agora