Capítulo quarenta e dois

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Capítulo quarenta e dois: Peças do quebra-cabeça.

LUKE

— Vim ver minha noiva. — ele continua com a brincadeira. — Como está, Srta. Patterson?

— Essa dor. Eu só quero que ela vá embora. Eu... Eu só quero que isso pare. Não aguento mais perder as pessoas e eu vou perder você também. Eu não posso perder você.

— Você não vai me perder.

— Então, me conte! Me sinto idiota por amar alguém que ao menos me conta as coisas.

— Desculpa.

— Pelo o que?

— Por ter entrado na sua vida assim de repente.

— Julie Molina, você aceita ser minha namorada enquanto ainda houver o amanhã?

Aquele sentimento familiar. A mudança de realidade na minha cabeça. Novamente uma imensurável quantidade de flashbacks passam em um turbilhão. É quase um filme, onde há aquelas músicas dramáticas de fundo e claramente se encaixariam em qualquer clichê.

Sou eu vivendo aquilo. Eu vivi. Eu vivi? Agarro o braço de Willie. Me sinto desnorteado. Cada momento... É tão difícil aceitar que pode estar acontecendo tudo que vi. Não desejaria mais nada agora, além da vontade de viver esses momentos ao vivo. Consigo sentir, mas não como se realmente estivesse vivendo.

Não posso conter as lágrimas que se acumulam nos meus olhos. Elas não caem. Preciso mesmo ser forte? Ás vezes é difícil. Apenas queria poder estalar os dedos e sumir.

Quando minha vida se tornou o que é agora? É louco. Não desejei nada disso.

— Eu a vi. Eu... eu... nós estamos... — sacudo a cabeça tentando me recompor. Willie me fita como quem sabe o que aconteceu.

— Então é verdade. — ele diz ainda raciocinando. — Caleb tinha razão. Está tendo sonhos com o passado.

— Caleb? — fecho a cara. — Como assim? Do que está falando?

Ele sabe? Como? É impressionante, esse homem está sempre a frente de tudo.

— Deixa para lá. — Willie gagueja. — Não importa.

— É claro que...

— Meninos. — Klaus retorna a sala. Olho para Willie como quem diz que a conversa ainda não acabou. Alex vem logo atrás. — Eu e Alex conversamos e chegamos a conclusão que devemos ir para Los Angeles. Tenho uma ótima ideia e pode nos ajudar a aperfeiçoar os truques de vocês.

...

Los Angeles.

Esse definitivamente foi um teletransporte bizarro. Senti as pernas formigarem como nunca havia sentido antes. Talvez pela distância. Não sinto nada diferente. Tudo parece exatamente normal como deixamos horas atrás.

Alex respira fundo, botando as mãos na cintura. Ele dá um breve giro, feliz por estar em casa novamente.

— Senti falta desse lugar! — posso ver seus olhos brilharem e logo vai em direção a sua maior paixão. — Patrick! Senti sua falta também. — ele choraminga, abraçando a bateria.

— Patrick? — Reggie questiona.

— É o nome que acabei de inventar.

Balanço a cabeça, negando. Aproveito a distração do momento e giro os calcanhares para fora da garagem. Tínhamos dito a Flynn e ao Nick que se não voltássemos, eram para irem atrás de nós de alguma forma.

Remember [Juke]Onde histórias criam vida. Descubra agora