Despedidas

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Faziam poucas horas que os Mikaelsons tinham descoberto sobre a morte de Kass.

- Eu quero que me dêem um tempo para pensar, quero digerir todas essas informação... - Foi a única coisa que Rebekah conseguiu dizer. A mesma subiu para o seu quarto e se permitiu chorar. - Eu estaria tão perdida se você me deixasse sozinha...  - Falou em meio ao choro. Aquela era uma coisa que uma costumava dizer a outra. Era o "Always and Forever" da dupla quando Klaus estava prestes a empalar a mais nova.

Niklaus tentou se recompor para ir até o quarto de sua irmã. Sabia que entre todos, eles eram os que mais estavam sofrendo. Decidiu dar apoio emocional para sua irmã mais nova.

Ele abriu a porta e a loira olhou para o irmão. Ambos estavam com lágrimas nos olhos. O mais velho caminhou até a moça e a abraçou. Ficaram abraçados chorando no ombro um do outro por um tempo. Assim que saíram do abraço, se sentaram na cama e olharam para um retrato da família.

- Vai durar para sempre? - A loura perguntou, ainda observando o retrato. - A dor, o sofrimento vão durar para sem?

- Sabe a diferença entre a dor e o sofrimento? - Ela negou. - A dor é uma coisa que sempre vai estar lá, porque a vida dói para caramba, sabe? E o sofrimento é uma escolha. - Ele falava acariciando os cabelos da irmã. - Com o tempo a dor diminui. Pode ser que não desapareça completamente, mas com o tempo não é mais esmagadora.

- Acha que o tempo vai curar? - Ela se referia a dor da perda. Fez uma pergunta já imaginando a possível resposta. Já havia perdido um irmão antes, Henrik.

- Dizem que o tempo cura todas as feridas, mas quanto maior é a perda mais profundo é o corte e mais difícil é o processo de ficar inteiro novamente. - Não sabia mais se falava tudo para a sua irmã, ou se era para si mesmo.

- O pior dia de amar alguém é o dia em que você o perde... - Disse antes de ficar em um ambiente silencioso com Klaus.
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Enquanto Nik estava com Bekah, Kol foi viver o luto em seu quarto.

- É a Kassandra. Deixe uma mensagem. - Foi o que soou no celular do vampiro.

- É essa? Essa é a sua mensagem de despedida? Sério? - Olhou para uma foto deles. - Digo, a única vez que procuro pelo som irritante da sua voz e isso é tudo que consigo? Perfeito! - Sorriu de lado. Estava feliz por ao menos escutar sua voz. - Enfim. Eu estou no local onde seria o seu quarto, o que é muito menos estranho do que parece. Mas eu só queria dizer que... Só estou aqui com o resto da família, por conta do sacrifício que você fez por todos nós. Então, obrigado... - Seu tom de voz foi ficando mais calmo e baixo. - E me desculpe por não ser capaz de te salvar. - Ele ficou mudo por alguns segundos. Se culpava por não ter estado ao seu lado. Poderia tê-la salvado. - Eu não sei mais o que dizer, ou o que deveria dizer, exceto que indo contra todas as leis do mundo... - Olhou para a foto novamente. - Talvez eu sinta a sua falta.
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Freya, Elijah e Finn estavam na sala. Queriam ser fortes para os outros irmãos, não poderiam ficar sozinhos e se deixarem desabar.

- Como você está? - A primogênita perguntou para ao nobre irmão.

- Em todos os momentos existe uma escolha, podemos nos agarrar ao passado ou aceitar a inevitabilidade da mudança, e permitir que um futuro melhor se desenrole diante de nós. - Estava tentando ser forte na frente dos irmãos. Sabia o quanto era doloroso ver o sofrimento de dois de seus irmãos, não queria que vissem mais um.
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- O que está acontecendo? - Klaus perguntou após encontrar todos seus outros irmãos do lado de fofa da casa.

- Precisamos começar a nos curar. - Elijah falava enquanto entregava lanternas japonesas para seus irmãos. - Todos sofremos uma grande perda. Não podemos ignorar o que sentimos, temos que viver o luto.

- Então vamos acender lanternas? - Satirizou a situação.

- Sim, nós precisamos. - Freya respondeu a pergunta feita a todos.

- O que precisamos é encontrar o Mikael e nos vingar! - Niklaus estava bravo. Não queria viver o luto, queria se vingar. A morte de Kass não poderia ser perdoada.

- Não essa noite. - Disse Finn. Seu tom era de alguém que tentava confortar o companheiro.

- Eu não vou fazer isso! - Klaus voltou para a casa, pegou uma garrafa da bebida favorita de sua gêmea e foi para o quarto que seria dela.

- Eles estão soltando lanternas no céu. Acredita nisso? - Dizia sentado na cama do quarto e vendo uma lanterna voar pela janela. - Lanternas japonesas são símbolos que representam desprender do passado. Bem, aqui está a novidade: Não somos japoneses! - Tomou um gole da bebida. - Você sabe o que eles são? Tolos sentimentais. - Debochou revirando os olhos. - Como se acender essas lanternas fossem fazer tudo ficar bem, ou fazer uma oração, ou fingir que vamos seguir firmes e fortes para sempre. Sentimentais estúpidos, iludidos e desesperados. Eu sei o que vai dizer. "Faz eles se sentirem melhor, Nik". E daí? Por quanto tempo? Um minuto? Um dia? Que diferença isso faz? - Se levantou e olhou para a foto dos dois. - Porque no final, quando você perde alguém nenhuma vela, nenhuma oração, nada vai compensar o fato de que a única coisa que sobrou é um buraco em sua vida onde aquela pessoa que você se importava costumava ficar. E uma pedra... - Pegou a foto que continha a duola. Klaus havia a colocado lá no dia em que se mudaram. Tinha a esperança de que ela voltaria em breve. - Com uma data de nascimento que tenho quase certeza que está errada... - Satirizou e voltou com a foto, para a cama. - Então, obrigado, irmã! Obrigado por me deixar aqui para trás, com eles. Eu não consegui o carvalho branco, sabe? Estou preso aqui brigando com nossos outros irmãos e tentando achar um modo de matar o Mikael, sozinho. O velho é pai deles, acho que deve ser por isso que não querem me ajudar a matá-lo. Você vai me fazer muita falta... - Tomou mais um gole da bebida e foi em direção ao seu próprio quarto

- E a vida será boa e bonita. Mas não sem um coração partido. Com a morte, vem a paz. Mas a dor é o preço de viver. De modo que o amor é o jeito de sabermos que estamos vivos. - Elijah falou soltando a última lanterna no céu.

Kassandra MikaelsonOnde histórias criam vida. Descubra agora