Arizona Robbins é formada em jornalismo e tem 27 anos. Há 3 anos comprou seu próprio apartamento e mora sozinha em uma cobertura muito bem planejada para ela.
Aparentemente, vivia o melhor momento de sua vida profissional e pessoal, exceto pelo fato de sempre brigar com Daniel, seu pai, um executivo milionário.
As brigas iniciaram ainda na infância de Arizona, pois Daniel, não conseguia a ver com o mesmo carinho após ter ficado viúvo.
Bárbara faleceu quando Arizona tinha apenas 8 anos. Era uma atriz muito bem sucedida e conhecida em Nova York, havia protagonizado diversos musicais e era muito querida, porém, devido ao envolvimento com drogas, teve uma overdose em casa, quando estavam apenas ela e a filha, que traumatizada e paralisada com o momento, não conseguiu ajudar a mãe. Desde este dia, Daniel nunca foi o mesmo com Arizona, em toda oportunidade jogava em sua cara que ele havia ficado viúvo por culpa dela.
Daniel trabalhava demais, então ela cresceu a maior parte do tempo se sentindo sozinha e insuficiente para o pai.POV ARIZONA:
Acordei apreensiva achando que eu estava atrasada para o trabalho, mas era apenas minha ansiedade agindo, eu havia levantado 40 minutos antes das 7h, horário que meu despertador tocaria.
Finalmente ganhei espaço como jornalista e teria uma matéria só minha em uma das revistas mais famosas do país. Eu estava muito empolgada, pois seria a minha primeira grande matéria solo e faltava pouco tempo para eu entregar o projeto mais importante da minha carreira. Meus amigos Teddy, April e Alex estavam até organizando uma festa em comemoração, conseguiram até convencer meu pai a deixar que fosse em uma de suas casas espaçosas.
Me arrumei e fui trabalhar, o dia passou lentamente, eu tinha muito trabalho e muita coisa sobre a minha matéria para organizar, mas estava muito empolgada para a festa que aconteceria naquela noite.
Por volta das 19h fui para casa, tomei um banho bem demorado e quente e fui escolher minha roupa. Dizem que fico bem de preto, então vesti um vestido decotado e uma sandália de salto fino, passei uma maquiagem leve e fui para a festa de carro, pois estava decidida que não iria beber muito e que voltaria não tão tarde.
Eu estava há alguns dias sem falar com meu pai, a nossa relação era estranha, na maior parte do tempo ele me tratava com indiferença, mas em alguns momentos era carinhoso e em outros, quando ele bebia, ficava agressivo e trazia nosso passado à tona.
A caminho da festa recebi uma mensagem e era do meu pai falando que havia emprestado a casa, mas que esperava que eu não deixasse ninguém morrer de overdose aquela noite e que cuidasse dos meus amigos.
"Droga." - pensei. Ele sabia ser cruel.
Eu não respondi, mas não posso negar que aquilo me desestabilizou.
Dirigi lentamente para a festa, mas no caminho, algo me chamou atenção.
Ao parar em um sinal vermelho, percebi que na calçada havia uma mulher jovem, aparentemente da minha idade, em frente a uma casa noturna e visivelmente muito embriagada. Enquanto o sinal não abria eu pensava se deveria ou não ir até ela.
Achei que eu seria inconveniente ou que até correria risco em abordar uma desconhecida bêbada na rua, mas algo em mim dizia que eu deveria ajudar.
Estacionei e desci do carro andando na direção dela. Ela estava escorada em um poste e notei que havia alguns machucados em seu rosto e em seus braços.
- Moça, você tá bem? Posso te ajudar? Sorri o mais simpática que consegui.
- Eu pareço estar bem? Ela me respondeu seca, me encarando.
Naquele momento eu percebi que ela não estava bêbada, parecia no perfeito controle de tudo.
- Não, você não parece estar bem, é exatamente por isso que estou te oferecendo ajuda.
Ela riu cínica.
- É sério, seu rosto está sangrando muito, eu quero te ajudar. Encarei os olhos escuros dela.
Ela parecia rígida, nada que eu falasse me ajudava a romper a barreira, então fui até meu carro e peguei um kit de primeiros socorros. Lentamente me aproximei dela, querendo limpar a ferida em seu rosto. Ela permaneceu imóvel me encarando, então entendi que era uma permissão para me aproximar.
Ao tocar seu rosto percebi o quanto ela era bonita. Possuía traços latinos, boca grande a carnuda, uma pele levemente morena e um cabelo bem escuro, na altura dos ombros.
- Ai. Ela gemeu baixo de dor.
- Qual o seu nome? Quem fez isso com você? A questionei.
Antes que ela pudesse responder eu ouvi um barulho, um homem saindo furioso da casa noturna atrás de onde estávamos.
- Você ainda está ai? Ele gritou em direção da mulher que estava comigo.
Ela apenas me olhou como quem pedia socorro.
- Eu te falei que você não sairia viva daqui e eu não costumo quebrar promessas. Disse ele enquanto tirava um canivete de seu bolso.
Eu congelei e na hora eu lembrei da minha mãe. Lembrei que congelo nos momentos difíceis e que naquele momento eu precisava agir.
Apenas puxei a mulher que eu nem sabia o nome pelo braço e a enfiei em meu carro, arrancando o mais rápido que eu pude.
- Eu sou louca. Falei baixinho para que só eu pudesse escutar.
- Quem é aquele? O que aconteceu com você? Quem é você? Eu questionava tantas coisas para ela e ela só chorava.
- Meu nome é Calliope. Ela respondeu com a voz tremida.
- Droga. Eu preciso avisar a Teddy que não vou poder ir na minha própria festa. Resmunguei, pegando meu celular e digitando uma mensagem rápida para ela, teria que me explicar bastante depois.
- Calliope, meu nome é Arizona e eu preciso te levar para a delegacia ou hospital ou qualquer outro lugar. Onde você mora?
- Eu morava ali.
- Ali? Em uma casa noturna? Você não pode voltar para lá, tem um homem querendo te matar e você precisa falar isso com a policia. Tem algum parente seu que a gente possa procurar? Algum amigo?
Ela só chorava conforme eu perguntava.
Eu estava desesperada e tive a brilhante ideia de levar a mulher que eu tinha acabado de conhecer naquelas circunstâncias horríveis para a minha casa.
O que será que poderia me acontecer? Ela parece ser uma boa pessoa. - Pensei.
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Money, lust & alcohol.
FanfictionArizona perdeu a mãe aos oito anos, vítima de uma overdose. Desde então, foi criada em Manhattan pelo seu pai, um executivo famoso e muito bem sucedido que a culpava pela morte de sua esposa, tendo em vista que Arizona estava sozinha em casa com a m...