Penelope

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POV PENNY (único)

Sempre trabalhei com jornal e televisão. Apresentei um dos telejornais mais famosos da cidade e com isso acabei ficando conhecida na região.

Frequentei locais chiques e conheci pessoas da alta sociedade durante o auge da minha carreira como jornalista.

Atualmente tenho 36 anos e há dois anos fui demitida. Alegaram que estavam querendo dar uma nova cara ao jornal e que infelizmente não havia local para mim lá.

Como eu precisava trabalhar, fiz alguns trabalhos por fora para algumas pessoas importantes enquanto tentava arrumar um novo emprego. Meu currículo era bom, mas não é fácil arrumar algo grandioso na área.

Em um evento em que eu estava trabalhando praticamente como paparazzi, para vender fotos de pessoas famosas que ali estavam para jornais de grande circulação, conheci o Sr. Robbins. Ele era alto, grisalho e esbanjava riqueza. Só de olhar para ele dava para saber o seu poder, sem esforço ele demonstrava isso.

Ele falava rude ao telefone com alguém. Mandava a pessoa não o desobedecer, sob pena de sofrer consequências.

Achei que aquilo poderia soar interessante e me render um bom dinheiro, então minha reação foi gravar sua conversa.

Quando ele percebeu, ele desligou o celular e veio para cima de mim, visivelmente muito irritado, tentando tomar o equipamento da minha mão.

- Calma, Sr., eu só estou trabalhando. Eu apago, se desejar. - falei com ele com cautela, sua respiração estava até ofegante de tão nervoso que ele estava.

- Arruma um trabalho decente, para de ganhar dinheiro às custas dos outros. - ele falou se distanciando de mim.

Criei coragem e pedi.

- Arruma um para mim então. O sr. é tão rico e tão influente com certeza pode me arrumar algo.

Ele se virou novamente para mim.

- Você sabe fazer algo além de bisbilhotar a vida alheia? - ele perguntou ainda em um tom rude.

- Sou jornalista.

- Interessante. Conheço uma jornalista, ela se formou recentemente, mas como tem um pai bem legal, já conseguiu engrenar na área e inclusive está lançando sua própria revista no mercado. - ele agora falava me encarando. - Você pode tentar um emprego lá e ainda me ajudar a monitorar essa jornalista que há anos me estressa.

Eu não tinha entendido até então.

- Pode me explicar? - pedi.

- O negócio é o seguinte, Arizona Robbins é minha filha, mas há anos não temos um bom contato, eu gostaria de saber mais sobre ela, você poderia ser minha espiã lá dentro por um tempo. Em troca te dou o trabalho que você quiser na sua área.

Aquilo parecia fácil, então logo topei.

Mandei meu currículo para ela, eu tinha certeza que ela iria gostar.

Mantive contato com Daniel mais algumas vezes, ele havia me passado seu número para que eu prestasse informações sobre Arizona, mas para a minha surpresa, ela não retornou meu contato e tampouco me chamou para uma entrevista de emprego.

Meses se passaram e não tive notícias nem dela e nem dele. Como eu não havia conseguido monitorar ela, ele também não cumpriu sua parte no acordo, até que um dia recebi uma ligação de madrugada.

- Penelope, Daniel Robbins aqui. Eu preciso que você monitore duas pessoas para mim. Eu te pago bem para isso. Minha esposa fugiu de uma festa que estávamos e eu preciso que você ache ela, rode toda a região e aja o mais naturalmente possível se você a achar.

E foi assim que eu conheci a Callie.

Eu fiz isso para ele, mas eu não sabia do que se tratava. Não sabia que Callie pudesse estar correndo perigo e muito menos que ela, casada com Daniel, namorava com Arizona. Fui descobrindo a história depois.

Daniel morreu antes de me pagar, então continuei procurando emprego, até que recebi a ligação da equipe da Arizona marcando a entrevista de emprego. Não tinha como eu negar.

Eu só não esperava que eu ia me apaixonar pela Callie.

Minha aproximação inicial dela foi visando ajudar Daniel e receber uma quantia excelente em dinheiro, mas posteriormente, não teve jeito de eu não me apaixonar por ela.

Eu tentava ser paciente em relação a toda história dela com a Arizona porque eu sabia que levando ela de volta, eu tinha contribuído para ela ser pega novamente por Daniel e Charles, e eu sabia que Arizona a havia ajudado a sair de lá.

Eu aceitava ser sua segunda opção porque eu estava apaixonada e porque sentia culpa por parte de seu sofrimento e queria que ela fosse feliz de alguma forma.

Queria que ela fosse feliz comigo.

Quando Arizona foi embora, senti que poderia ser o nosso momento. Eu ajudaria Callie a cuidar do bebê e nossas vidas poderiam caminhar bem.

Até que Arizona voltou e eu vi o tormento que seria ter ela ali de volta. Eu não conseguiria fazer nenhum mal a ela e muito menos à Callie, então num estado de desespero misturei medicamentos com bebida, na espera de cessar meu sofrimento ou que Callie viesse me salvar.

Ela veio.

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