POV CALLIE
É claro que eu pensava em tocar minha vida, eu não queria depender da Arizona por muito tempo. Eu só não sabia no momento como eu iria fazer isso, nem meus documentos estavam comigo e para ir para qualquer lugar eu ia precisar pelo menos da minha identidade.
E além disso, eu estaria mentindo se dissesse que não estou gostando da companhia dela. Me remete aos bons momentos da minha vida, me transmite algo bom e puro.
Nos últimos dias estamos próximas. Foi bom eu me abrir para ela, foi bom eu contar do meu passado, que infelizmente ainda é presente. Creio que eu seria um monstro se estivesse na casa dela, sendo cuidada por ela e não me abrisse.
Estávamos na cama dela e tentamos ver um filme, mas na realidade conversamos bastante. Ela está sendo a melhor amiga que eu poderia ter.
Adormeci ali mesmo, ao lado dela, nem percebi e ela também não parecia se importar, parecia tão serena.
O tempo passou tão rápido que acordei assustada ao perceber que Arizona estava com seu braço sobre o meu corpo. Tentei levantar sem acordá-la, mas minha tentativa foi frustrada:
- Calliope! - ela exclamou enquanto esfregava os olhos, demonstrando que ainda estava sem sono.
- Bom dia, amiga! Não quis te acordar, você dormiu com o braço em cima de mim e foi difícil levantar. - ri baixinho.
Senti Arizona tímida quando eu disse isso.
- Hoje vamos ao shopping, precisamos comprar roupas para você e eu também preciso de uma roupa nova, semana que vem tenho um evento importante para ir, coisa de trabalho.
Ela é tão importante, tão fina, tão chique, eu fico impressionada com a beleza e a elegância dessa mulher.
- Arizona, eu já disse que não quero que gastei dinheiro comigo, já basta eu estar aqui hospedada na sua casa.
- Ué, o dinheiro é meu e eu posso gastar com o que eu quiser. - eu senti o deboche na fala dela.
- Ok, só vou aceitar porque sou mais alta que você e suas roupas ficam um pouco apertadas em mim.
Fui para o meu quarto - era engraçado dizer isso, já estava tão a vontade- tomei um banho, me arrumei e fiquei na sala esperando ela ficar pronta para irmos.
POV ARIZONA
Confesso que foi agradável a noite ao lado dela. Nos divertimos e rimos bastante, eu só não esperava que dormiria abraçada com ela e muito menos esperava que ouvir ela me chamar de amiga fosse fazer meu coração doer um pouquinho. Mas tudo bem, estávamos realmente virando amigas. Eu não poderia confundir as coisas.
Chamei ela para ir ao shopping, precisava comprar uma roupa para um evento do meu pai na próxima semana. Mesmo ele me insultado toda vez que nos vemos, ele gosta de manter as aparências quando tem algum evento de suas empresas. Além disso, já que Callie vai ficar mais tempo aqui, ela precisa de objetos pessoais e roupas.
Quando fui para a sala, ela já estava me esperando.
Sorri ao vê-la usando um vestido meu. - eu estava realmente me derretendo por ela e isso era um absurdo, preciso urgentemente ligar para alguma garota que já fiquei e ter uma boa noite de sexo para esquecer que estou encantada pela minha hóspede que tem uma vida muito complexa.
O shopping era próximo à minha casa, então o trajeto foi muito curto, em menos de 5 minutos estávamos lá.
Callie parecia estar sempre em alerta e aquilo estava me deixando nervosa:
- Você está com medo? - questionei.
- Será que não estamos sendo observadas ou seguidas? - ela encostou no meu braço e pude notar que sua mão transpirava.
Segurei sua mão e falei que estava tudo bem:
- Prometo que ninguém vai te fazer mal, eu estou aqui, Teddy já está ciente sobre você e comunicou os seguranças da minha revista também. Qualquer coisa eles escoltam a gente, tá tudo bem.
De tudo que falei, era pareceu notar só uma parte.
- Você contou para a Teddy coisas da minha vida pessoal? - ela arqueou uma sobrancelha.
- Não tudo. Apenas a parte de que te conheci pois um homem estava te ameaçando e que estava preocupada.
Eu sei que eu havia contado mais do que eu pretendia para a Teddy, mas eu não queria magoar ela.
- Vem. - peguei ela pelo braço antes que ela pudesse responder e entramos em uma loja. - pode escolher o que você quiser.
Enquanto ela rodava a loja e experimentava as coisas que ela gostava, eu peguei meu celular. Não estava brincando quando disse que precisava de sexo para esquecer que estava me encando por ela.
Olhei minha lista telefônica e mirei no nome da Carina. Ela era uma amiga que fiquei algumas vezes e acho que ela seria perfeita para isso.
Mandei uma mensagem: "Oi, disponível hoje para um jantar?"
Antes de aguardar a resposta, ouvi Callie me chamar:
- Já peguei várias coisas, quer ver?
Ela me mostrou o que tinha escolhido e achei tudo muito bonito. Dava para ver que ela tinha muito bom gosto.
Ficamos várias horas no shopping, o tempo passou tão rápido que nem havia percebido que já era quase o fim da tarde.
Meu celular vibrou e lembrei da mensagem que eu estava esperando:
"Sempre disponível para você ;)"
- Callie, precisamos ir. Tenho um compromisso daqui a pouco e ainda tenho que me arrumar.
- Mas você nem olhou direito o vestido que você queria comprar para o seu evento da semana que vem.
- Outro dia voltamos, eu preciso mesmo me arrumar.
Ela achou estranha a minha atitude repentina, deu para notar, mas eu precisava demais daquilo.
--- algum tempo depois ----
Chegamos em casa e fui direto para o banho, precisa me arrumar rápido antes que eu mudasse de ideia.
Quando sai do banho, Callie estava no meu quarto, sentada na minha cama me esperando.
- Queria ver um filme com você. - ela falou com uma voz manhosa.
- Hoje eu não posso, tenho alguém me esperando, mas você pode ficar a vontade, pode ficar aqui mesmo no meu quarto, se quiser, o controle tá ali, você sabe onde ficam as coisas. - falei mais rápido do que eu queria.
- Tudo bem, bom encontro pra você.
Eu me arrumei o mais rápido que pude e me incomodava o fato da Callie estar há alguns metros dali e eu querer ficar com ela, mas não poder.
Por isso resolvi sair.
Passei por ela como um furacão, precisava ficar com Carina em minha mente e esquecer qualquer mal entendido com a Callie.
Entrei no meu carro e resolvi passar um batom bem vermelho, queria me sentir desejada.
Fui até o endereço da Carina buscá-la para irmos em algum restaurante, mas ela pediu para eu subir para a casa dela e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela me agarrou.
- Pensei que você não me mandaria mensagem nunca- ela disse enquanto beijava meu pescoço.
Transamos ali mesmo, no sofá da casa dela, não deu tempo nem de chegarmos ao quarto.
Era o que eu queria e era o que eu precisava, então porque eu estava me sentindo tão vazia?
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Money, lust & alcohol.
Fiksi PenggemarArizona perdeu a mãe aos oito anos, vítima de uma overdose. Desde então, foi criada em Manhattan pelo seu pai, um executivo famoso e muito bem sucedido que a culpava pela morte de sua esposa, tendo em vista que Arizona estava sozinha em casa com a m...