I can't

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POV CALLIE

Segurei Arizona levemente pelos braços, mantendo o peso do meu corpo em cima do dela naquela cama espaçosa do hotel.

Sentia sua respiração ofegante embaixo de mim enquanto ela concordava em passar a noite ali comigo.

Eu não lembro qual foi a última vez que estive tão excitada e ela também claramente estava. Toda aquela situação gerava uma grande tensão sexual entre nós.

Transamos diversas vezes aquela noite. Realmente naquele momento nós esquecemos todos os nossos problemas e focamos no que estávamos fazendo.

- Já são quase 5 da manhã. - Arizona disse soltando um leve sorriso.

- Eu te amo demais. - Escapou da minha boca. Era tudo que eu conseguia dizer depois da madrugada inteira tendo aquela mulher maravilhosa só para mim.

- Você sabe que eu também te amo. - ela disse levantando e vestindo sua roupa.

- Onde você vai?

- Eu preciso ir para casa. Daqui algumas horas vou trabalhar e não posso aparecer lá com a mesma roupa de ontem. - ela tentou parecer séria.

- Fica aqui, descansa um pouco comigo. - supliquei.

- Callie, eu não posso. Não dá para eu simplesmente dormir aqui e vivermos nossa vida ignorando os fatos. Não conversamos ainda, não consigo fingir. - ela disse agoniada.

- Parecia que você estava bem confortável esse tempo todo de sexo incansável. - havia um pouco de ironia no meu tom de voz.

- É diferente, sexo é carnal. Eu dormir aqui com você exige uma carga emocional muito grande que não estou conseguindo lidar agora.

- Arizona??? O que você está dizendo? Nosso sexo não é só carnal. Se você está atuando estando aqui só para um prazer e não está disposta a conversar seriamente comigo e estar comigo, então é melhor que você vá embora mesmo. - Eu disse em um só fôlego.

Ela não hesitou em ir. Ao ouvir o que eu disse ela rapidamente passou pela porta e foi embora.

- Eu não acredito. - gritei enquanto pressionava um travesseiro em meu rosto por alguns segundos.

Me senti um pouco traída naquele momento, ou talvez usada. Ela não queria encarar responsabilidades comigo naquele momento, mas queria transar comigo. Era cansativo sentir que eu só servia para realizar desejos sexuais das pessoas.

Minha cama inteira estava com o cheiro do perfume Chanel que ela usava. Fiquei ali deitada por um tempo e caí no sono, sem perceber.

Quando acordei, o relógio já marcava 11 horas. Assustei, não costumava acordar tão tarde.

Abri a cortina do quarto e a luz bateu forte, me fazendo ver que Arizona havia deixado diversos arranhões e chupões pelo meu corpo.

De fato a noite havia sido bastante selvagem. - ri do meu pensamento, mas logo lembrei de como ela havia ido embora e respirei fundo.

Peguei meu celular e havia várias mensagens, mas nenhuma dela, somente Penny querendo saber como eu estava e mandando eu abrir a porta do quarto.

Achei estranha aquela mensagem, mas obedeci. Ao abrir a porta me deparei com uma enorme cesta de café da manhã e um bilhete:

"Para a pessoa mais doce e que estou amando ter o privilégio de conhecer. Espero que você fique bem. Um abraço, Penny."

Imediatamente liguei para ela.

Em apenas um toque ela atendeu.

- Estou me sentindo uma princesa muito mimada. - Eu disse rindo.

- Pode se sentir, é isso mesmo que você é. - ela disse em um tom adorável.

- Obrigada, você é o máximo.

- De nada. Passo aí às 19 horas, ok?

- Estou precisando mesmo de você.

Desligamos.

Tomei um banho, comi alguns itens da cesta que Penny havia me dado e resolvi que não deixaria Arizona ir embora daquela forma, ela precisava me escutar.

Me vesti e fui até a revista.

Me dirigi até a sala da Arizona e fiquei surpresa em ver que a sala da Penny era próxima a dela.

Penny sorriu ao me ver.

- Não esperava essa surpresa. - ela sorriu me abraçando. Que bom que você está bem.

Nesse momento pude ouvir o salto número 10 da Arizona batendo atrás de nós, ela estava se aproximando.

- Calliope, veio visitar uma amiga? - ela disse irônica.

Me esquivei do abraço da Penny e pedi desculpa pelo mal entendido, explicando que eu havia ido ali pela Arizona e que nos encontrávamos mais tarde.

Entramos em sua sala e fechei a porta.

Seu semblante estava diferente, ela parecia com raiva, não era o mesmo olhar doce que costumava me olhar.

- Se arrependeu de ter me expulsado do seu quarto? - ela disse olhando para meu pescoço, certamente orgulhosa por ter deixado marcas ali.

- Eu sinto que você está me expulsando da sua vida. - Eu olhava fixamente em seus olhos azuis.

- Acho que você tem razão. Eu tenho agido assim porque eu não consigo. Eu te amo, mas não vou conseguir ser mãe de uma criança que é meu irmão e você vai precisar de apoio.

Nesse momento meus olhos já enchiam de lágrimas e ela continuou falando.

- Callie, olha a relação que tive com o meu pai. A minha vida inteira fui culpada pela morte da minha mãe, a vida inteira fui humilhada. Tive que ver ele em cima de você. Eu vou olhar para essa criança e sentir repulsa. Eu não posso fazer isso com ela, comigo e muito menos com você.

Eu ouvi tudo em silêncio.

- Callie, fala alguma coisa.

Eu simplesmente saí pela porta de sua sala e quem veio correndo atrás de mim não foi a Arizona e sim a Penny.

Quando estávamos fora do prédio eu a abracei o mais forte que consegui e chorei.

Penny, sem entender o que havia acontecido tentava descobrir, ao mesmo tempo que fazia carinho em meu cabelo.

- Acabou tudo. - falei para ela sem fôlego.

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