flying

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POV ARIZONA

Eu não preguei os olhos. Após comprar a passagem eu logo arrumei minhas coisas e estava pensando no que dizer para as pessoas aqui.

Eu havia tomado uma decisão rapidamente e teria que entregar a casa e me explicar no abrigo antes de ir.

Meu voo saia às 10 horas da manhã, então eu chegaria em Nova York na madrugada seguinte.

Esperei o sol clarear para tomar as providências que deveriam ser tomadas e confesso que repensei umas três vezes se estava fazendo a coisa certa.

A cada vez que eu pensava na Callie e na nossa última conversa, mais eu tinha certeza que queria conversar com ela pessoalmente. Pode ser que a conversa não desse em nada, mas ela se abriu para mim de um jeito que eu senti que deveria retribuir da minha maneira mais sincera, estando perto dela.

Cheguei no aeroporto em cima da hora do voo e embarquei quase correndo.

Sentei no assento que eu havia marcado e respirei aliviada por estar ali.

Eu não mandei mensagem para Callie porque eu queria conversar com ela pessoalmente, eu nem sabia o que dizer por mensagem.

Seria uma longa viagem de volta para casa e nem sei o que me esperava, tinha nossas desavenças, tinha Penny, mas também tinha o nosso amor envolvido.

POV CALLIE

O dia amanheceu e acordei assustada, eu havia esquecido que Penny estava ali.

Eram 6h30 da manhã, eu me praguejei por ter acordado tão cedo em um sábado.

Penny dormia tranquilamente ao meu lado e me movi devagar para pegar meu celular, sem que ela acordasse.

Bufei decepcionada ao ver que não tinha nenhuma mensagem. Será que ela só falou aquelas coisas bonitas porque estava com saudades de me ver pelada e não queria ser filha da puta em desligar a chamada?

Meu pensamento fez com que meu dia já ficasse ruim antes mesmo de começar.

Olhei para Penny deitada ao meu lado e respirei fundo, deixando o ar encher os meus pulmões por completo. Ela gosta tanto de mim, eu quero aprender a corresponder. Eu odeio ficar nessa instabilidade achando que Arizona vai me ligar e que vai me amar de volta, ela não vai.

Acho que minha inquietação acordou Penny.

- Que horas são? - ela murmurou.

- Nem 7 ainda, volta a dormir. - respondi baixinho.

- Tá tudo bem? Tá passando mal? - mesmo com voz de sono, dava para notar sua preocupação.

- Tá tudo bem. - eu engolia um choro que queria sair.

Penny sentou na cama e segurou minhas mãos, fazendo carinho e esperando que eu falasse algo.

- Eu estou triste. - comecei dizendo. - eu não quero gostar da Arizona e quero gostar de você, mas é tão tão tão difícil. Ontem eu fiz uma chamada de vídeo com ela e eu tô me sentindo péssima por isso.

Eu chorava por Arizona e Penny fazia carinho em mim, aquilo era ridículo e ao mesmo tempo eu pensava como uma pessoa consegue ser adorável desse jeito.

- Tá tudo bem. - ela sussurrava em meu ouvido.

- Como tá tudo bem?? Você é perfeita para mim, olha o que você está fazendo nesse momento, me acolhendo sofrendo por outra pessoa. - meu choro era intenso.

- Eu já te conheci assim e estou tentando ser paciente. Na gravidez os hormônios mudam tudo e tem esse seu sentimento também. Eu sofro, mas eu gosto de você e quero te ver bem. - ela respondia secando minhas lágrimas.

- Penny, eu te prometo que eu vou tentar. Eu não vou mais ligar ou atender a Arizona, eu não vou mais mandar mensagem, eu vou tentar focar na gente. Se Arizona gostasse de mim ela estaria aqui comigo e com a minha filha.

Naquele momento eu vi um sorriso enorme aparecer no rosto da ruiva.

Ela me puxou para um beijo e eu brinquei que a gente ainda nem tinha escovado os dentes, mas ela disse que não tinha problema.

O beijo evoluiu para mão boba e posteriormente para um sexo matinal completo.

Meu humor havia melhorado naquele momento.

Tomamos banho, comemos e ficamos bem durante toda a manhã. Eu havia desligado meu celular para não ficar olhando esperando notificações.

Penny me chamou para almoçarmos fora, o dia estava lindo para ficarmos o dia inteiro dentro de casa e eu topei.

Nos arrumamos e decidimos comer comida indiana. Eu queria japonesa, mas dizem que não é bom para as grávidas, então não discuti na escolha que ela havia feito.

- Eu estou tão feliz hoje. - Penny disse me segurando pela cintura.

- Eu estou aliviada por sentir que estou livre. - dei um pequeno sorriso.

Nosso almoço foi tranquilo e repleto de muita risada. Penny havia pedido um prato muito picante e a cada careta que ela fazia, eu ria.

Depois do almoço fomos ao cinema, vimos uma comédia romântica que estava em cartaz, tomamos sorvete, fizemos compras... tivemos uma tarde típica de um casal.

Quando voltamos para casa vimos outro filme, comemos pipoca, transamos mais algumas vezes, como qualquer casal no início de relacionamento e dormimos de conchinha.

Era estranho como eu estava mudando de humor repentinamente. Acordei mal por não ter recebido mensagem da Arizona, senti que precisava me libertar dela por ela pensar apenas em prazeres momentâneos e do nada senti que precisava dar uma nova chance ao amor e estava me esforçando com a Penny.

Quando eu pensava que estava livre, a vida resolveu me surpreender novamente.

Eu não sei como ela conseguiu meu endereço e nem como isso aconteceu, mas exatamente às 8 horas da manhã minha campainha toca e eu, assustada fui atender, não estava esperando ninguém.

Abri a porta e meu coração quase saiu pela boca quando vi Arizona parada ali bem na minha frente.

- Calliope, a gente precisa conversar. - ela disse olhando em meus olhos.

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