POV ARIZONA
Callie era fofa com ciúme. Era algo tão sutil e tão leve e ela era tão compreensiva que eu achava uma gracinha.
Dei graças aos céus por ela ter compreendido o que houve em relação a mim e Carina. Nem eu entendia bem, era algo físico, não tinha sentimento. A gente meio que se usava de tapa buraco uma da outra.
Bem, talvez Carina gostasse de mim, mas eu nunca consegui dar abertura e creio que essas coisas a gente não força. Olha como aconteceu com a Callie, tão naturalmente.
Toda hora eu olhava para o meu anel e sorria. Eu ainda não acreditava que estava noiva.
A noite chegou e eu estava na cama com a Callie, ela me abraçava por trás e fazia carinho no meu cabelo.
Estávamos conversando sobre as casas que pretendíamos comprar e os melhores locais, de repente ela levantou correndo rumo ao banheiro.
Ela estava vomitando de novo, segunda vez em menos de 24 horas.
Eu fui até a porta do banheiro ver se ela estava precisando de ajuda.
- Certeza que comi algo que me fez mal. - ela disse com o rosto ainda enfiado no vaso sanitário.
- Amanhã vamos ao médico. - disse ainda ali parada.
- Volta pra cama, eu já estou indo. - ela falou.
Respeitei seu momento e voltei para a cama, achei que ela estivesse doente. Foram dias sem se alimentar direito e com muita pressão sob o seu corpo, depois dias preocupada comigo no hospital. Calliope precisava fazer uns exames.
Não muito tempo depois ela retornou para a cama e me abraçou de novo. Eu estava preocupada com ela, mas acabei adormecendo.
Quando acordei Callie não estava mais ao meu lado, me deixou um bilhete escrito: "saí para resolver algumas coisas, mais tarde nos vemos. te amo, minha noiva. beijos 💋" - Sim, ela havia beijado o papel após passar um batom cor de rosa.
Achei estranho ela sair tão cedo, mas nem me importei, afinal ela estava com muita coisa para resolver com a polícia acerca do sumiço do Charles, direto chamavam ela na delegacia.
Resolvi ir na revista pela primeira vez depois de um tempo para ver como as coisas estavam. Vesti um terninho preto e um salto fino nude e chamei um táxi, estava meio insegura de dirigir, havia voltado há pouco tempo do hospital.
Chegando lá fui muito bem recebida por todos os funcionários e amigos. Ao longo dos anos eu havia conseguido criar uma equipe muito boa, confiava muito nos meus funcionários e colegas de trabalho, principalmente na Teddy.
Entrei na minha sala e logo em seguida ela entrou também, me contando as fofocas do tempo que estive fora e falando sobre o processo seletivo a procura de novos funcionários que eu havia aberto, mas acabei não finalizando devido há tantos problemas.
- Muita gente mandou currículo e inclusive separei alguns que sei que irão te interessar. - ela disse me entregando alguns currículos.
Dei uma olhada e três me chamaram mais atenção.
- Teddy, você tem razão, eu adorei. Entre em contato com Meredith, Cristina e Penny para mim, essas três possuem currículos extraordinários e acho que irão enriquecer bastante a nossa equipe. Marque uma reunião com elas.
Teddy disse que faria isso e me deu um longo abraço.
- Senti tanto a sua falta, minha amiga. Você merece ser feliz.
Dei um beijo em sua bochecha e a agradeci por sua amizade.
Após isso, terminei algumas pendências e voltei para a casa. No caminho, passei para comprar comida japonesa para mim e Callie, a gente adorava.
Cheguei em casa com duas sacolas de comida e abri a porta toda feliz, mostrando o que havia trazido para a gente.
Ao passar pela sala encontrei Callie preocupada andando de um lado para o outro e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela disparou:
- Eu tô grávida.
Eu soltei as sacolas no chão e fiquei sem reação no momento.
- Arizona, eu fiz o teste hoje cedo por desencargo de consciência porque achei estranho eu estar vomitando tantas vezes, ainda mais de tudo que você sabe.
Coloquei a mão no rosto preocupada e estava tentando não chorar.
- Será que não vamos ter paz nunca? - falei para ela em um tom baixo.
- Nós não precisamos mudar. Se você quiser podemos seguir a vida com essa criança. A gente vai se casar, podemos ter esse filho. Vai ser o nosso filho. Eu te amo. - ela me olhava com esperança.
- Callie, eu te amo, mas eu preciso digerir essa situação. Eu te amo, te apoio, jamais vou virar as costas para você. Mas nesse momento -respirei fundo-, eu preciso de uns minutos para digerir o que você acabou de me falar.
Seu olhar mudou. Acho que ela esperava que eu reagisse bem de primeira, mas para mim era muita informação para digerir tão rápido.
- Trouxe comida japonesa, pode comer se quiser. - eu disse enquanto me dirigia para o quarto.
Deixei minha roupa toda caída no chão do quarto e entrei na banheira quente, precisava tirar todas as tensões do meu corpo para conseguir entender o que estava acontecendo aquela hora. Achei que depois de tanta coisa ruim, iríamos conseguir seguir em frente bem.
"Mas talvez uma criança não seja algo ruim no momento" - pensei.
Mergulhei meu rosto dentro da banheira por uns segundos e quando voltei à tona vi Callie parada na porta do banheiro.
- Posso ficar aqui com você? - ela perguntou enquanto tirava sua roupa.
Apenas fiz que sim com a cabeça e ela entrou na banheira, cruzando seu corpo sobre o meu.
- Não desiste de mim, por favor. - ela sussurrou no meu ouvido.
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Money, lust & alcohol.
FanfictionArizona perdeu a mãe aos oito anos, vítima de uma overdose. Desde então, foi criada em Manhattan pelo seu pai, um executivo famoso e muito bem sucedido que a culpava pela morte de sua esposa, tendo em vista que Arizona estava sozinha em casa com a m...