POV ARIZONA
Como não havia dormido durante a noite, dormi grande parte da viagem. Acordei para comer, aceitei uma taça de champagne e depois dormi novamente.
Acho que se eu ficasse acordada o viagem demoraria ainda mais.
Eu estava bem ansiosa para chegar e pensando como as coisas fluiriam. Ri pensando que muito provavelmente eu teria que demitir a Penny ou ela mesma pediria demissão após o que eu estava prestes a fazer.
Eu não queria prejudicar ninguém, mas eu acho que estava fazendo a coisa certa em voltar para encarar a situação. Há um tempo atrás eu não voltaria, mas acho que eu devia isso a ela, ainda mais que ela havia falado sobre eu fugir novamente.
Pousei em Nova York às 4h15 da manhã e fui direto para o prédio da revista, precisava dar um jeito de descobrir o endereço da Callie.
Aquele horário não teria ninguém lá em dia comum, quem dirá em um domingo de madrugada.
Vasculhei alguns papéis e nada. Então tive a brilhante e criminosa ideia de invadir a privacidade da Penny e olhar se havia algo no computador que ela trabalhava.
Tentei algumas combinações de senha e depois de umas oito tentativas descobri que era realmente previsível e sua senha era "torres".
Pensei em como poderia descobrir o endereço e me deparei com o e-mail da Penny aberto.
Pensei se deveria fazer aquilo, era horrível vasculhar as coisas de uma pessoa que não tinha nada a ver com o que aconteceu entre mim e Callie, mas segui em frente.
Para a minha sorte, vi um recibo recente da uber constando endereço de origem e destino final.
Raciocinei um tempo de que com certeza seria a casa da Penny e a casa da Callie.
Anotei os endereços no meu bloco de notas e primeiro fui para a minha casa deixar a mala e tomar um banho. Eu também precisava esperar um horário decente para ir até a casa da Callie.
Entrei na minha casa e tudo estava perfeitamente arrumado. Semanalmente a Teddy pedia para uma faxineira fazer a manutenção da limpeza para mim.
Deixei minha mala no quarto e tomei um longo banho. Eu havia dormido bem na viagem, mas é cansativo, principalmente por causa do fuso horário.
Deitei na minha cama e liguei a televisão para distrair por um tempo.
Quando percebi que já eram 7 horas da manhã, mandei uma mensagem para Teddy, informando que eu havia chegado em Nova York e que era uma longa história e desci para garagem, eu iria no meu carro para o endereço que imaginava ser a casa da Callie.
Fiquei imóvel uns segundos dentro do carro esperando a ficha cair de que realmente eu havia voltado para conversar com minha ex que estava grávida do meu pai. Ela estava grávida da minha irmã.
"Se fosse só sua ex grávida do seu pai, você não voltaria, se voltou foi porque ela é muito mais que isso." - eu disse para mim mesma em voz alta, tentando me convencer de que eu estava fazendo a coisa certa.
Coloquei o endereço no GPS e dei partida. De acordo com o celular o trânsito estava bom e eu chegaria em 25 minutos.
Liguei o rádio, precisava de alguma coisa para a abafar o barulho imenso que tava na minha cabeça. A cada quilômetro andado meu coração acelerava mais por saber que eu ia encontrar com ela.
Quando o GPS informou que eu havia chegado, eu estacionei e desci do carro. Fiquei alguns segundos admirando a casa, por fora parecia grande e de muito bom gosto, com uma área muito grande, realmente boa para criar filhos.
Criei coragem para tocar a campainha.
Não demorou muito, Callie surgiu ainda de pijama na porta, extremamente surpresa ao me ver.
- Calliope, precisamos conversar. - Eu disse a encarando enquanto sentia minhas mãos tremerem.
- Arizona. - parece que foi tudo que ela conseguiu dizer naquele momento.
Seu rosto demonstrava o quanto ela estava em choque e não esperava aquilo.
Eu me aproximei da porta de entrada e no fundo pude ver Penny passando seminua de um cômodo para outro. Ela ainda não sabia que eu estava ali.
- Acho que não cheguei em uma boa hora, mas eu preciso que você me escute. Se quiser me mandar embora, eu vou entender, mas eu voltei por você. Eu te devo isso, eu te devo uma conversa cara a cara depois de tudo que nos falamos nos últimos dias.
- Você só me deve isso porque você escolheu ir embora sem pensar em mim e sem sequer se despedir, descobri pela boca dos outros que você estava em outro país. - seu tom de voz era baixo, mas firme. Eu ainda não havia conseguido decifrar o que ela estava sentindo ao me ver.
- Callie, se coloca no meu lugar, eu me coloquei no seu lugar e estou aqui agora. - minha voz tremia um pouco.
- Como você conseguiu meu endereço? - ela parecia confusa naquele momento.
- Eu vi no computador da Penny. - disse envergonhada.
Nesse momento vi que Penny já havia vestido uma roupa e se aproximava da porta para saber com quem Callie estava conversando.
Acho que eu nunca vi alguém me fuzilar tão forte quando Penny ao me ver.
- Oi. - Eu disse sutilmente.
Ela me respondeu, acho que ela lembrou que eu ainda era sua chefe e temeu ser grossa comigo naquele momento.
- Eu sei quando estou sobrando, eu vou para a casa e depois conversamos. - Penny disse fazendo questão de dar um beijo na boca da Callie na minha frente.
Ficamos só eu e Callie ali nos olhando por alguns segundos, até que ela fez sinal para que eu entrasse em sua casa.
- De muito bom gosto o seu novo lar, eu gostei muito. - Eu disse enquanto olhava.
- Obrigada, mas eu sei que você não veio aqui para falar sobre minha casa. - ela disse sem me encarar nos olhos.
Eu olhava para o ambiente e em tudo via um pouco da Penny. O sofá mostrava que elas haviam deitado ali recentemente, assim como a mesa em frente, que contava com dois copos e dois pratos em cima.
Eu respirei fundo.
- Vejo que você está seguindo bem sem mim. Eu voltei porque pensei o contrário ontem a noite. Quando eu te vi eu senti que eu precisava voltar. - minha respiração estava pesada.
- Ontem a noite foi um erro. Eu não deveria ter tirado a roupa para você. - ela disse olhando para o chão, novamente sem conseguir me encarar nos olhos.
Eu levantei seu rosto colocando meus dedos em seu queixo, de modo que ela pudesse olhar em meus olhos para falar.
- A Penny quer ter minha filha comigo, ela é confiável, ela esteve comigo quando você virou as costas para mim. Você está aqui agora, mas eu não acho que você seja confiável. Quem me garante que você não surte ao ver o rosto da criança e me abandone de novo?
Naquela hora ela olhava firme nos meus olhos enquanto dizia cada palavra.
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Money, lust & alcohol.
FanfictionArizona perdeu a mãe aos oito anos, vítima de uma overdose. Desde então, foi criada em Manhattan pelo seu pai, um executivo famoso e muito bem sucedido que a culpava pela morte de sua esposa, tendo em vista que Arizona estava sozinha em casa com a m...