Capítulo 7

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Rebuliço, esse era o termo que Alfonso podia usar para sua vida no ultimo mês e meio. Entenda, Alfonso, apesar de jovem e bonito, nunca fora o tipo de cara que gostava de se esbaldar em uma balada por ai, ele sempre foi mais na dele, sempre preservou muito seu trabalho e seu relacionamento com Diana, apesar do mesmo não estar em um patamar de importância em que já estivera um dia.

O último mês foi um mês onde Alfonso, sem querer, pegou-se pensando em como seria viver a vida de uma forma mais leve e intensamente, porém na medida certa, e isso se dava a uma certa morena dos olhos azuis que havia aparecido em sua vida, estava sempre em seu circulo de amizades e agora era nada mais, nada menos, que sua vizinha, era inevitável não se contagiar com a energia de Anahí e ultimamente, Alfonso pegava-se fazendo comparações ridículas entre Anahí e Diana. Ele não entendia o por que de tantas comparações, não tinha intenção em comparar, em sua cabeça não fazia sentido algum, além do que, Anahí era apenas uma colega de trabalho, agora sua vizinha e talvez, a mais nova melhor amiga de sua prima, mas era só isso, ou ele achava que era, mas a verdade era que no último mês, Alfonso estava vivendo um conflito interno, tendo cada dia mais certeza que seu relacionamento com Diana só ia por água abaixo a cada ligação que ela fazia com uma cobrança diferente e que ele admirava-se cada dia mais com o pouco que conhecia da morena de olhos azuis, vulgo sua vizinha, vizinha essa que encontra-se segurando uma taça de vinho e lhe oferecendo.

Anahí: agora que estou devidamente tomada banho, podemos desfrutar do vinho no apartamento da mais nova e oficialmente moradora de Manhattan. - disse em um tom brincalhão, enquanto brindava com Alfonso que namorava o sorriso da mesma.

Alfonso: Manhattan não esta pronta para a mais nova moradora, acredito eu. - disse tambem brincando, bebericando seu vinho. - mas, a boa noticia é que, o seu amigo esta, então, nada mais justo que uma festinha de inauguração.

Anahí: certamente! - disse em meio a uma gargalhada. - você ta com fome? podemos pedir algo pra comer, se quiser. - falou olhando Alfonso, que ficou arrepiado com o olhar que a morena lhe lancou.

Alfonso: pra ser sincero, sim, estou com fome, mas eu não quero te incomodar. - falou observando uma Anahí já com a pagina do ifood aberta em seu celular.

Anahí: italiano, certo?

Assenti com a cabeça enquanto observava o corpo da mulher a minha frente. Anahí estava com as pernas cruzadas, pernas essas que são lindas e torneadas, estava sentada no chão, o cabelo estava preso em um coque alto,vestia uma camisa branca e shorts jeans, ela estava concentrada em seu celular e fazia um pequeno biquinho, senti uma vontade imensa de beija-la, mas balancei a cabeça, desfazendo o pensamento, eu não podia.

Anahí: pronto, pedi! - falou sorrindo de canto e me observando. - você ta bem?

Alfonso: sim, estou. - falei balançando a cabeça.

Anahí: e como vai sua noiva? Sabe quando ela volta? - perguntou tentando desfazer o clima que havia se instalado ali repentinamente.

Alfonso: pra ser sincero, não. Não nos falamos muito nos últimos dias. - falo enchendo mais as nossas taças de vinho.

Anahí: a correria do trabalho e o fuso são complicados né? - falou agradecendo com a cabeça enquanto eu terminava de por vinho em sua taça.

Alfonso: tem tudo isso e tem a questão de estar sempre querendo evitar uma briga, tem dias que estou exausto e falar com Diana é tudo que eu não preciso. - disse em meio a um suspiro.

Anahí: vocês não estão bem? - pergunta com um olhar curioso.

Alfonso: nós não estamos bem! - afirmo, enquanto visualizo o biquinho que ela faz novamente.

Anahí: entendo. Desculpe se fui invasiva! - falou sorrindo de canto novamente

Alfonso: não se desculpe, estamos em um processo de conhecimento, você não tinha como saber e também, não é novidade para ninguém, mas e você? Você tem um namorado, noivo ou marido?

Eu juro que não queria ter feito a pergunta daquela forma, mas essa era uma coisa que eu já gostaria de saber há tempos, até mesmo porque, Anahí era sempre extremamente reservada quanto a sua vida, sabíamos muito pouco sobre ela e não me surpreenderia, se ela, assim como eu, tivesse um noivo ou um namorado, ela é uma mulher muito bonita, daquelas que não ficam sozinhas por muito tempo.

Anahí: noivo. - disse suspirando. - eu tive um noivo, ficamos juntos durante dois anos e eu optei por terminarmos assim que mudei-me para cá.

Alfonso: nossa. Foi por conta da distancia que decidiu terminar? - perguntei curioso, Afinal, eu praticamente mantenho um relacionamento a distancia e sei que não é algo impossível.

Anahí: não! - disse rapidamente. - Eu já não estava feliz no relacionamento havia um tempo, pra ser sincera, não lembro se em algum momento eu fui realmente feliz, mas estava acomodada e ia empurrando com a barriga, quando vim pra cá decidi que não queria nada do passado e nada que fosse um peso em minha vida e ele estava sendo, então, fui honesta comigo e com ele, terminamos e eu vim. - disse suspirando.

Alfonso: caramba - falei com uma expressão de alivio e tensão, afinal, minha situação não era diferente, parece que Anahí havia acabado de descrever meu descontentamento nos últimos meses. - mas você esta certa, não existe nada pior que o comodismo. - falei enquanto a campainha tocava.

Anahí levantou-se e foi até a porta buscar nossa comida, fui atrás dela para lhe ajudar e pagar, mas assim que cheguei a porta, ela já estava despedindo-se do entregador e virando-se, fazendo com que ficassemos de frente um para o outro, mais próximos do que deveríamos, pelo menos, mais próximo do que eu deveria.

Eu queria resistir, gostaria muito, mas não resisti, acabei tocando seu rosto com as costas da mao, ela suspirou, abaixei o olhar e lá estavam aqueles lábios carnudos e por Deus, como eu queria beija-lá. Involuntariamente, acabei empurrando-a contra a porta, pressionando a mesma ali, Anahí respirava ofegante, eu sentia seu cheiro delicioso, seu perfume, nossos rostos foram se aproximando, eu sentia-me quente, ansioso, mas uma vibração vinda da lateral das minhas pernas nos chamou para realidade, meu telefone tocava sem parar, Anahi desencostou-se da porta e foi em direção a cozinha, eu peguei o celular e sem nem olhar atendi o mesmo.

Alfonso: Alô. - falei em um suspiro raivoso.

Diana: Oi amor.

Imediatamente um lembrete em neon acendeu-se mentalmente em minha cabeça "conversar com Diana, urgentemente", e assim seria. 

Pra ter o seu amor - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora