Capítulo 53

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Anahi...

Por segurança, passei aquela noite no hospital, tendo saído apenas no dia seguinte próximo ao horário de almoço. Nate até quis ficar comigo, mas eu pedi para que ele me deixasse sozinha, eu não queria ninguém me cercando, me cuidando ou protegendo, estava de saco cheio, porque eu não era nenhum bibelô e no final das contas, eu não queria nenhuma confusão perto de mim também.

Nate havia me enviando mensagem perguntando se eu queria que ele me levasse para casa, mas eu disse que não precisava, eu estava bem e totalmente capaz de entrar em um taxi e dizer onde eu precisava que ele me deixasse e no momento em que estava saindo do hospital, achei que realmente conseguiria fazer isso, até ver Alfonso parado na porta do mesmo, encostado no carro e de braços cruzados.

Anahi: eu não mereço – falei

Alfonso: eu vim te buscar – falou sorrindo – vamos? – perguntou abrindo a porta

Anahi: eu não pedi para que você viesse me buscar, pedi? – perguntei grosseiramente – eu sou totalmente capaz de ir embora de taxi, não vou com você.

Alfonso: Anahi, pelo amor de Deus, não seja criança, estamos indo para o mesmo lugar, qual o problema? – perguntou.

Eu bufei e entrei no carro, porque eu não tinha animo para uma discussão na frente do hospital, porque eu sabia que ele não desistiria e porque eu estava cansada. Me surpreendi ao ver o bebezinho na cadeirinha me olhando com os olhos grandes abertos e sorri para ele como se ele fosse realmente capaz de entender o meu sorriso.

Alfonso: desculpe por traze-lo, eu não tinha com quem deixa-lo hoje! – falou dando partida no carro – você comeu? Precisa se alimentar melhor agora que esta gravida

Anahi: eu sei o que tenho que fazer, não precisa ficar me lembrando disso!

O carro ficou em silencio durante alguns minutos, até que me virei para trás pra ver o bebê e ele dormia de forma fofa na cadeirinha, será que quando o meu nascesse eu ficaria babona?

Anahi: você já pensou sobre o que vai fazer? – perguntei sem olhar diretamente para Alfonso ao perceber seu olhar sobre mim

Alfonso: eu não tenho o que fazer enquanto Diana não estiver bem o suficiente pra ficar com ele, eu não sei nem quem é o pai biológico dele, não tenho como simplesmente deixar ele de qualquer forma por ai – disse enquanto pegava a minha mão e segurava a mesma, fazendo um carinho sutil na mesma, me fazendo arrepiar involuntariamente

Assim que chegamos ao prédio, sai rapidamente do carro, enquanto Alfonso tirava Daniel de sua cadeirinha e me seguia. O trajeto do elevador até o meu andar foi em total silencio e quando Alfonso fez menção de sair do mesmo para me acompanhar eu o impedi

Anahi: não precisa! – falei fazendo com que ele continuasse dentro do elevador

Entrei em meu apartamento e fui direto para o banho, queria lavar o toque de Alfonso, porque por dias foi tudo que eu mais desejei, ser tocada por Alfonso novamente, desejei que ele não tivesse me dito as ofensas que disse, ou ate mesmo que tivesse me pedido desculpas, mas não aconteceu e agora era como se essa aproximação nao fizesse sentido para mim, não porque eu deixei de ama-lo, mas porque a magoa que eu sentia vinha sendo muito maior.

Tomei um banho quente em meio a lagrimas, estava confusa, me sentia sensível, queria ficar sozinha, mas ao mesmo tempo queria ser cuidada, eu estava um misto de sentimentos. Assim que sai do banho, vesti uma camisola de cetim preta, hidratei meu corpo e me deitei em minha cama, passando o resto do dia ali, tentando me distrair assistindo uma série, até cair no sono e ser acordada horas depois com a campanhia tocando.

Fui até a porta arrastada e sonolenta, eu teria dormido facilmente até o dia seguinte se não fosse por essa interrupção, abri a porta esperando ser o porteiro, mas me deparo mais uma vez naquele dia com Alfonso

Anahi: o que faz aqui? – perguntei irritada

Alfonso: eu vim trazer comida pra você – falou – viemos, na verdade! – Daniel estava em seu carrinho e Alfonso segurava sacolas. Alfonso aproximou-se e tocou meu rosto – você estava chorando? – perguntou preocupado

Anahi: eu não estou com fome, Alfonso. Não precisava ter trazido! – fugi de sua pergunta

Alfonso: eu quero me certificar de que você esta se alimentando direito, além do mais, queria saber também quando é a sua próxima consulta, eu gostaria de te acompanhar – falou baixo

Alfonso me encarava e eu cometi a besteira de fazer o mesmo e me perder na imensidão que eram os seus olhos verde oliva, vi sinceridade neles, assim como vi que ele estava nervoso, não parava de mexer os dedos das mãos, enquanto me encarava

Anahi: o que você veio fazer aqui, de verdade, Alfonso? – perguntei sendo direta

Alfonso: eu posso entrar? Pelo menos pra deixar as sacolas no balcão? – eu fiz sinal que sim com a cabeça e Alfonso entrou em meu apartamento com o carrinho de bebê e as sacolas, fechando a porta devagar e levando as sacolas até o balcão. Ele virou-se para mim e se aproximou, me fazendo encostar no balcão que estava atrás de mim – eu vim porque queria te ver! – falou segurando a minha mão – vim porque desde a hora em que você saiu daquele elevador, eu não paro de pensar se você esta bem, porque desde o dia em que terminamos, minha cabeça da voltas e voltas e sempre volta pra você, porque sinto falta do seu cheiro, do seu beijo e de te tocar, porque eu me sinto perdido sem você, porque as coisas fazem menos sentido, porque eu quero você de volta, Anahi. Por isso eu vim, Anahi – falou tocando meu rosto, aproximando os lábios dos meus e roçando levemente sua boca na minha, meu corpo traiçoeiro como meu coração, derreteu-se nas mãos de Alfonso, mas quando ele tentou aprofundar o beijo, eu o empurrei.

Anahi: não faz mais isso – pedi evitando chorar em sua frente – por favor! – disse me esquivando e sentando no sofá

Alfonso: Anahi...– falei caminhando até ela

Anahi: sabe o que parece, Alfonso? – perguntei sem conseguir evitar as lagrimas – parece que por Diana ter saído de cena e que por Daniel não ser seu filho biológico, você ta querendo construir algo novamente comigo.

Alfonso: pelo amor de Deus, Anahi, olha o que você ta falando – falou passando as mãos nos cabelos

Anahi: eu não estou dizendo nenhuma mentira, Alfonso, porque é realmente o que parece. Eu me sinto como uma chocadeira, que vai finalmente realizar o seu sonho de ser pai e por isso, mereço mais atenção agora do que antes – gritei

Alfonso se aproximou de mim e me puxou para o seu colo, sem me dar tempo de o empurrar, puxou minha nuca e beijou minha boca com vontade, era um beijo rápido, tinha desejo e raiva ali, eu sentia as lagrimas escorrendo cada vez mais dos meus olhos, mas não o empurrei. Passei os braços ao redor do seu pescoço e o puxei mais pra mim, me permitindo ser beijada, Alfonso parou o beijo e depositou vários beijos em meu pescoço e ao levantar a cabeça me encarou

Alfonso: eu nunca em quatro anos de relacionamento com Diana, beijei ela da forma como eu te beijo, amei ela da forma como eu te amo, seja na cama ou fora dela. Eu falei coisas que te magoaram, eu sei e eu te peço perdão por cada uma das minhas palavras! Você me perdoa, Anahi? – falou colocando meu cabelo atrás da orelha 

Pra ter o seu amor - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora