Capítulo 47

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Alfonso...

A ultima semana foi sem sombra de duvidas a mais difícil da minha vida. Diana não queria se alimentar, não queria tomar banho, não amamentava o nosso filho, não direcionava o olhar a ele, ele estava inteiramente por minha conta e eu comecei a realmente me preocupar no dia em que vi Diana debruçada sobre a grande janela que havia em meu apartamento, precisei acionar a trava automática, porque eu não conseguia ficar com Daniel e vigiar Diana ao mesmo tempo, eu estava sobrecarregado, Daniel só parava de chorar quando a exaustão chegava e ele dormia, eu me sentia perdido.

Mandei varias mensagens a Maite implorando por ajuda pelo menos no que se referia a empresa já que ela era responsável pelo rh e ela garantiu que me ajudaria no que fosse preciso quanto a isso.

Era sexta feira e eu não havia dormido mais que duas horas essa noite. Daniel chorou a noite inteira, Diana não saia do chão, ficava trancada na dispensa e eu notei que o ponto de sua cesárea sangrava, não podia permitir que ela ficasse daquele jeito e através de pesquisas que andei fazendo pelo meu celular entendi que ela estava desenvolvendo ou desenvolveu uma depressão pós parto e precisava de ajuda.

Arrumei uma bolsa pequena para Daniel e com muito custo, consegui tirar Diana de dentro da dispensa, onde ela ficava o tempo todo, levei os dois ate o carro e sem oferecer resistência, Diana sentou-se no banco do passageiro enquanto eu colocava Daniel em sua cadeirinha, ela o tempo todo dizia coisas desconexas e achava que alguém estava atrás dela. Dirigi o mais rápido que pude e assim que cheguei ao hospital pedi ajuda. Os enfermeiros vieram com uma cadeira de rodas, enquanto eu pegava meu filho em meus braços e ia explicando a situação para eles, eles sumiram com Diana emergência a dentro e eu preenchi sua ficha com um Daniel adormecido em meus braços.

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Diana precisou ficar internada e sedada, o tempo todo gritava que havia uma pessoa perseguindo ela e que ela precisava fugir para que ninguém descobrisse, os médicos confirmaram o quadro de depressão pós parto, assim como disseram que ela faria tratamento psicológico e se fosse necessário, psiquiátrico, eu não poderia fazer nada ali, não podia acompanha-la e também não tinha como, eu estava com um bebê.

Voltei pra casa um pouco antes do horário de almoço e implorei para que Maite me ajudasse quando saísse do trabalho, eu estava perdido, mal conseguia vestir uma roupa decente em Daniel e ela disse que tentaria, eu não queria cobrar por ajuda, ela não tem obrigação, mas eu sei que ela é a única pessoa com quem posso contar.

Enquanto dirigia pedi para entregarem uma comida para mim em meu prédio e assim que cheguei ao mesmo, optei por esperar pela chegada da mesma na portaria, não queria ter que parar meu banho ou ate mesmo interromper o sono precioso de Daniel com o barulho da campainha, mas assim que coloquei meus olhos neles a ideia me pareceu totalmente absurda, eu preferia ter um Daniel acordado ao ver Anahi e Nate aparentemente chegando de viagem juntos. O dia que não estava bom, tornou-se ainda pior, eu não estava pronto pra ver ela seguindo em frente, muito menos tão rápido.

Entrei o mais rápido possível me xingando por ter tido a péssima ideia de ficar ali embaixo esperando a comida, senti meus olhos marejarem, eu estava exausto em todos os aspectos da minha vida, como um adolescente eu corri para o elevador e sumi dentro do mesmo, querendo evitar um encontro com Anahi naquele ambiente e assim que o mesmo me deixou em meu andar, eu suspirei e entrei em casa, não saindo de la para mais nada.

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Daniel era um bebê saudável, quase com um mês de vida, estava limpo, estava alimentado, mas ainda assim, não parava de chorar por um minuto. Desde que chegamos do hospital onde deixamos Diana, ele dormiu algumas horas, mamou e desde então, não deixou de chorar, ficava mais calmo quando eu estava com ele no colo, mas eu precisava comer, tomar banho, dormir e era colocar ele em seu berço ou minha cama que ele começava a chorar. Maite não conseguiu vir me ajudar como havia dito que faria e eu estava prestes a surtar, logo eu seria expulso do prédio por incomodar os vizinhos, porque certamente incomodava.

Pra ter o seu amor - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora