Capítulo 42

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Anahi...

As horas de voo demoraram uma eternidade diante da notícia que tive sobre minha mãe. Como assim ela estava em um hospital? Se estava doente por que não me avisou? Os pensamentos iam e vinham da mesma forma que o enjoo persistente e o mal estar que me perturbaram durante toda a viagem.

Assim que cheguei ao aeroporto o motorista da minha mãe já me esperava e eu não quis saber de nada, apenas fomos direto para o hospital. Chegando ao mesmo, conversei com o médico responsável que me deixou por dentro de tudo que havia acontecido.

Médico: sua mãe teve um infarto, provavelmente se demorasse um pouco mais para ser socorrida, ela não estaria aqui - falou de forma calma e suave - agora ela está sob supervisão médica, estamos cuidando para que em breve ela possa ser operada e para que o fluxo sanguíneo possa ser restabelecido, mas enquanto ela não estabilizar, não poderemos fazer nada além de medica-la e aguardar a sua estabilização. 

Anahi: eu posso vê-la? - foi tudo que consegui perguntar e tive um aceno positivo do médico que me guiou até o quarto onde a minha mãe estava. Fiquei ali, encarando a minha mãe durante toda a noite e madrugada, eu sabia que nesse momento ela estava bem, mas e se não tivesse ficado? Quantas coisas não ditas teríamos deixado passar? 

Caminhei até a cama e segurei suas mãos, acariciei as mesmas, mas fui interrompida com o barulho da porta sendo aberta. 

Henry: Srta. Anahi, desculpe interromper - falou baixo e caminhou até onde eu estava - me chamo Henry, sou funcionário da sua mãe e acredito que nós não nos conhecemos, já que é a primeira vez que vejo a srta desde a minha contração. Os médicos me entregaram os pertences que sua mãe estava quando ela deu entrada no hospital, acredito que a srta queira guardar as coisas e vim também perguntar se gostaria de ir em casa, tomar um banho? Eu posso ficar aqui - falou de forma gentil

Anahi: oi, Henry, obrigada por trazer as coisas da minha mãe. Pode me chamar de você - falei tentando sorrir - se não for incômodo para você ficar aqui, eu aceitaria a sua oferta sim, vim direto do aeroporto e não sai daqui desde então.

Henry ficou com minha mãe para que eu fosse em casa, aboneque tivesse necessidade, aquele hospital era competente o suficiente para cuidar dela, minha mãe nunca abriu mão de ser cuidada no melhor hospital, e não seria diferente. 

Ao chegar na casa da minha mãe, a casa onde eu vivi tantas coisas, um misto de emoções me tomou, senti vontade de chorar, de gritar, vontade de nunca ter saído daqui, mas também vontade de não ficar, eu chorei, chorei com tudo que estava acontecendo, chorei porque estava com medo e pela primeira vez na vida, eu estava sozinha, minha mãe estava em um hospital sedada e não tinha ninguém por mim. 

Os empregados se surpreenderam ao me ver, mas rapidamente vieram me acolher, sempre cuidadosos. Me permiti tomar um banho, deixar a água quente cair sobre os meus ombros, massagear o mesmo, tomei um banho como se ele fosse lavar a minha alma, como se fosse me renovar, ao sair do mesmo vesti uma roupa simples e ao voltar para o quarto tinha uma bandeja de comida sobre a minha cama. 

Rose: acredito que a Srta não tenha comido, então tomei a liberdade de preparar seu almoço. - falou doce como sempre. Sorri em agradecimento.

Anahi: obrigada, Rose. Uma vida inteira cuidando de mim e ainda não entendeu que pode me chamar de você - brinquei com ela que sorriu, mas ao me ver levantar rapidamente e correr para o banheiro, vomitando o que eu não tinha no estômago, a mesma se assustou e correu para me ajudar.

Rose: Anahi, você está bem? - perguntou enquanto me ajudava a levantar 

Eu definitivamente não estava bem, tinha algo acontecendo, talvez eu tenha comido algo estragado dias atrás, isso explicaria esses enjoos.

Anahi: na verdade, tem acontecido isso a alguns dias, então acredito que eu esteja com alguma intoxicação alimentar ou algo do tipo, nada que mereça atenção diante de tudo que está acontecendo. - falei lavando meu rosto com água fria. 

Rose: tem acontecido frequentemente? - perguntou me entregando a toalha para que eu pudesse secar o meu rosto

Anahi: bem, nos últimos dias é o que mais tem acontecido, mas eu não tenho me alimentado direito, teve o baque da notícia, deve ser estresse - falei caminhando de volta para o quarto, empurrando a bandeja de volta para que ela levasse - você pode me trazer um chá? É tudo que meu estômago tem aceitado 

Rose: claro! - pegou a bandeja e quando estava quase saindo do quarto - desculpe a intromissão - falou me fazendo olhá-la - não me leve a mal, mas será que a Srta não está grávida? 

Anahi: não! - ela assentiu e saiu do quarto. Como eu estaria grávida? Eu tomo o anticoncepcional corretamente, não deixei de tomar nenhum dia nos últimos meses.

Corri até a bolsinha que continha os medicamentos que eu fazia uso regularmente, inclusive meu anticoncepcional, peguei a cartela e encarei a mesma, talvez eu não tivesse tomando tão corretamente quanto pensei, pois existiam remédios que deveriam ter sido tomado em várias cartelas e não foram.

Senti as lágrimas molhando o meu rosto e a constatação de que eu poderia estar grávida batia com tudo em minha cara, me fazendo acordar para enxergar que era algo totalmente possível, mas rapidamente fui arrancada da minha constatação com um telefone tocando, mas não era o meu. O telefone que tocava estava em uma sacolinha branca do hospital, lembrei-me do celular da minha mãe e rapidamente peguei o mesmo, ao ver quem ligava me assustei, no visor aparecia uma foto dela, Diana Vázquez. Como assim a minha mãe tinha o contato de Diana? 




Pra ter o seu amor - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora