Capítulo 20

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Anahí

Depois que Diana surgiu grávida, confesso que levei uns dias para absorver o baque que foi aquela informação, por fora eu fingia estar tudo bem, eu queria dar forças para Alfonso, mas por dentro, eu sabia que as coisas não eram tão fáceis e não seriam, uma criança muda as coisas, as prioridades e as atenções, não que eu quisesse ser o centro delas, mas estávamos no inicio de namoro e por mais que eu estivesse disposta a ajuda-lo no que fosse necessário, as coisas não seriam faceis.

Alfonso pode até ter sido enganado ou manipulado por Diana durante anos, mas assim que bati os olhos nela, eu soube que as intenções dela não eram apenas ter um filho com Alfonso, era ter Alfonso de volta pra ela.

Os dias estavam se passando lentamente naquela semana, nós não podíamos sair de casa, a nevasca era a mais rigorosa que já havia assolado New York, segundo os meteorologistas e adiantávamos o que podíamos de casa. Alfonso vivia uma pilha de nervos, fosse pelo trabalho, fosse pela situação em si, na noite anterior ele fez uma grosseria comigo porque eu disse que não estava com fome após ele ter pedido pizza, brigamos e ele foi dormir no seu apartamento, hoje cedo pediu desculpas e voltou, mas não era nem de perto o meu Alfonso ali.

Depois de uma manhã de trabalho no computador, fui cozinhar algo para almoçarmos, enquanto eu cozinhava, Alfonso estava na porta me observando e eu não precisava me virar pra saber disso.

Alfonso: Diana mandou uma mensagem - falou baixo. - disse que quando a nevasca melhorar vai fazer uma ultrassom pra saber se esta tudo bem com o bebê e também para fazer o teste de dna, perguntou se eu gostaria de ir junto.

Eu não me virei para olhar pra ele,porque eu sabia que ia chorar, eu senti o nó sendo formado em minha garganta, mas continuei cortando os aspargos, concentrando toda a minha atenção neles.

Anahí: sério? - perguntei e ouvi a confirmação em sua voz. - acho que você deve ir, é seu filho, é importante você acompanhar o crescimento dele de todas as formas possíveis. - falei tentando não vacilar.

Alfonso: tem certeza? - perguntou apreensivo. - se você não gostar... - interrompi a frase dele.

Anahí: eu tenho certeza, não tenho porque não gostar, Alfonso, é importante pra você e eu disse que te apoiaria e estou fazendo isso, então vá sem preocupação. - falei firme.

Senti ele se aproximando atrás de mim, ele passou os braços ao redor da minha cintura e cheirou meu pescoço

Alfonso: eu te amo, obrigada! - beijou minha bochecha e sumiu por algum dos cômodos do apartamento.

Suspirei várias vezes tentando espantar o choro que queria vir violentamente, mas foi impossível, senti as lagrimas cairem e embaçarem as minhas vistas, me esforcei em continuar cortando, mas acabei fazendo um corte em meu dedo e já não sabia mais se chorava pela dor fisica ou pela dor em meu peito.

Lavei meu dedo, mas o corte havia sido na lateral e fundo, quanto mais eu lavava, mais sangue saia, enrolei meu dedo em um pano de prato e estanquei o sangue, olhei para o meu dedo e certamente precisaria de ponto.

Fui atrás de Alfonso, ia pedir para que ele me levasse ao pronto socorro mais próximo, mas não o achava, pensei que ele estivesse em meu escritório e não estava, o encontrei no banheiro do meu quarto, com a porta encostada, ele estava no telefone

Alfonso: Diana, eu sei, eu estarei lá - dizia. - não, eu não levarei Anahí, não acho que ela precise estar lá - disse tranquilo.

Definitivamente meu coração doía mais do que meu dedo naquele momento. Eu tentei ponderar a fala dele, de repente ele só queria evitar problemas com Diana, mas fosse isso, seria sempre assim? Me negando? Eu não esperei que Alfonso saísse do meu banheiro, do meu apartamento, eu peguei um casaco, minha bolsa e sai do apartamento batendo a porta, fui em direção a portaria e rezei para que assim que eu colocasse meus pés na rua, encontrasse um táxi e assim foi.

Pra ter o seu amor - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora