Capítulo 48

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Anahi...

Assim que retornei de viajem eu me tranquei em meu apartamento e decidi que precisava colocar minha vida em ordem e nesse momento eu tinha uma nova prioridade que crescia dentro de mim a passos lentos, mas estava lá e eu não poderia continuar ignorando, então marquei uma consulta para aquela semana com uma ginecologista, cuidei também das questões de trabalho, não podia continuar sem trabalhar quando tudo estava bem, então liguei para Maite que disse que me esperava na segunda feira, ela me contou também sobre a situação que Alfonso estava e eu não pude deixar de sentir por ele e pela criança, afinal, poderia ser comigo ou ate mesmo com qualquer outra pessoa, todas as mulheres estão suscetíveis a isso.

Me atualizei sobre como estavam as coisas no escritório da minha mãe, já que enquanto ela estava hospitalizada eu andei dando uma olhada nas causas e também comuniquei a mesma que eu já havia chegado, enquanto fazia cada uma dessas coisas ouvia um chorinho que não cessava nunca, ele só piorava, eu sabia de onde vinha e imaginei que as coisas realmente estivesses difíceis por la.

O restante do dia passou rápido, eu já estava pronta para matar a saudades que estava da minha cama e após trocar mensagens com Nate que estava preocupado com minha alimentação, eu me preparei para dormir, o que tornou-se impossível, pois o choro de bebe não parava, tentei não prestar atenção nisso, mas foi inevitável e quando foi por volta de duas da manha, troquei de roupa e fui ate o apartamento de Alfonso, confesso que estava apreensiva em bater na porta dele e lhe oferecer ajuda, mas tudo correu bem, apesar dele ter sido um grande babaca inicialmente, eu ajudei como pude, um bebê inocente não pode pagar pelos erros que seus pais cometeram, eu só não contava com a cara de pau de Alfonso de tentar me agarrar depois de tudo que me disse, depois de como me tratou. Parte de mim queria sim me jogar nele e fingir que nada aconteceu, mas eu não era fraca e também não tinha amnésia, não podia simplesmente apagar as coisas da minha mente e eu precisaria me manter firme nessa decisão, porque as coisas se tornariam ainda mais difíceis daqui pra frente.

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Sábado, 10h da manhã, ouvi a campainha tocar varias vezes e não tinha forcas para me levantar e ir atender. Eu só consegui pegar no sono às 04h da manhã, minha cabeça ia e vinha no momento em que Alfonso queria saber sobre mim e Nate, porque se ele acreditava que entre nós existia algo, ele ainda acreditava na estupidez de que eu teria sido capaz de trair ele.

Me arrastei pra fora da cama e gritei um "já vai" pra quem quer que fosse que estivesse com o dedo grudado em minha campainha, prendi o cabelo em um coque, lavei o rosto rapidamente, escovei os dentes e corri para atender a porta, me deparando com uma Maite sorridente segurando um buque de flores

Maite: bom dia, amiga! – me abraçou apertado e eu retribui sem muitas forças

Anahi: bom dia, Mai! – cocei os olhos – precisava mesmo desse escândalo todo? – perguntei sorrindo e lhe dando passagem para entrar

Maite: na verdade, precisava! – falou me entregando as flores – vocês se reconciliaram? – perguntou animada

Anahi: vocês quem? – perguntei pegando as flores em sua mão sem entender o que ela estava falando

Maite: você e Alfonso – falou obvia – ele pediu para que eu te entregasse essas flores, pensei que vocês tivesse se acertado, conversado, sei lá, não que eu ache que ele esteja merecendo, mas eu sei que vocês se amam

Anahi: eu apenas ajudei ele ontem com o Daniel. O bebê não parava de chorar, eu conseguia ouvir daqui e era madrugada, não custava nada, mas foi só isso – cheirei as flores que estavam em minhas mãos, eram orquídeas, as minhas favoritas.

Maite: o menino é uma graça, mas não tem nenhum traço de Alfonso, eu olho pra ele e vejo a cobra da mãe, mas parece que ninguém mais acha isso estranho – falou dando de costas e sentando-se em meu sofá – ele estava me perguntando se você e Nate estão juntos – sorriu

Anahi: eu não achei ele parecido com Alfonso também, mas não tenho nada com isso e quanto a Nate, você sabe que somos amigos e continuaremos sendo, se seu primo não é capaz de enxergar isso, eu não posso fazer nada, eu cansei de nadar, nadar e acabar morrendo na praia, Alfonso enxerga aquilo que ele quer ver e se ele acha mesmo que eu seria capaz de trair ele, ele com certeza seria capaz de fazer o mesmo, caso contrario a possibilidade nem passaria em sua cabeça. – falei me sentando ao lado da minha amiga que virou-se para mim e segurou minha mão

Maite: não é algo que seja da minha conta, Any, até porque eu realmente acredito que Alfonso não é o mesmo cara que eu conheço, mas nós conversamos e ele disse que no dia que vocês terminaram, no dia em que ele acredita que você estava traindo ele com Nate, ele e Diana se beijaram – ela suspirou – não cabia a mim te contar, eu sei, mas você precisa deixar com que esse homem enxergue as merdas que ele tem feito. Eu amo Alfonso, ele é como um irmão para mim, mas de longe é o mesmo cara que eu conheço há 28 anos e eu não estou disposta a lidar com um babaca.

Anahi: obrigada por me contar, Mai! – abracei ela porque eu tinha ali comigo a certeza de que não valia a pena sofrer por alguém que me acusava de algo que ele mesmo tinha feito – Mai – chamei sua atenção – eu estou gravida! – contei fazendo com que a mesma me soltasse de imediato

Maite: que? – gritou e logo em seguida colocou as mãos na boca enquanto me encarava – você vai ter um bebê que eu finalmente vou poder mimar? – perguntou me puxando para um abraço apertado – eu não acredito – gritou novamente me fazendo sorrir em meio as lagrimas que eu derramava

Anahi: vai poder mimar sim, inclusive, vai poder ficar com ele ou ela enquanto eu durmo ou vou para uma balada – falei brincando

Maite: Alfonso já sabe? – perguntou e depois deu um tapa na testa – obvio que ele não sabe, ele ta calmo demais para alguém que acaba de saber que vai ser pai novamente – sorriu – quando pretende contar? – perguntou animada

Anahi: não sei se pretendo contar – falei recebendo apenas um olhar triste de Maite.

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Maite e eu passamos o dia na rua, ela me atualizou sobre o seu romance com um cara chamado Koko, eu sorri, mas fiquei feliz por ela, alguém de nós realmente precisava se dar bem no amor. Almoçamos juntas e depois acabamos em um salão, não que eu estivesse muito disposta, mas ela afirmou com muita convicção de que um dia me cuidando me faria muito bem. Enquanto fazíamos as unhas, Maite não parava de falar um minuto

Maite: eu acho que Nate realmente gosta de você – falou

Anahi: eu também gosto dele, a reciproca é verdadeira – falei desconversando

Maite: você me entendeu – suspirou – ele não gosta de você só como amiga e eu tenho certeza absoluta, ele já deixou isso muito claro para mim, inclusive disse uma vez que se Alfonso não cuidasse bem de você, ele cuidaria – gargalhei com a declaração de Maite. Homens, por que tão territorialista?

Anahi: eu não preciso de nenhum dos dois cuidado de mim, eu sei me cuidar, não é como se eu fosse uma criança, acho que ambos se esqueceram disso.

Ao fim do dia de beleza eu precisei concordar com Maite, um dia me cuidando me fez muito bem, eu me sentia eu mesma novamente. Maite e eu dividimos um taxi, ela me deixou em minha casa e seguiu rumo ao seu amado, como ela mesmo disse. Cumprimentei o porteiro e chamei o elevador, quando eu estava prestes a entrar no mesmo, o porteiro me chamou

Porteiro: Oi, desculpa incomoda-la, mas será que a senhora poderia entregar essa correspondência ao seu namorado? – perguntou – é que não tenho como deixar a portaria e o laboratório acabou de deixar aqui – justificou-se

Anahi: tudo bem, mas não estamos mais juntos! – sorri para ele e peguei de suas mãos e entrei no elevador, dando um tchauzinho para o mesmo.

Olhei para o envelope com curiosidade e assim que virei o mesmo, havia um descritivo na frente informando ser um laboratório de exame de dna. Assim que cheguei ao meu apartamento, coloquei o mesmo sobre a mesinha e decidi que tomaria um banho, o que quer que fosse, poderia esperar. 

Pra ter o seu amor - AyAOnde histórias criam vida. Descubra agora