O Pedido

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Quando acordei notei que já era noite, o quarto estava escuro e Aidan ainda estava ao meu lado estudando algumas receitas em seu tablet.

- Se sente melhor? – perguntou dando um pause em seu vídeo e botando o tablete de lado.

- Sim, muito melhor. – esfreguei meus olhos e levantei para sentar na cama.

Aidan se aproximou para me dar um beijo que retribuí. Eu realmente sou tão agradecido por tê-lo comigo, isso ainda parecia um sonho. Notei ele se espreguiçar, deve ter ficado ali comigo todo o tempo enquanto eu dormia. Vi-o se levantar e sair do quarto, provavelmente ia fazer a janta já que escutei sua barriga roncar. Fiquei um tempo ali sozinho em nosso quarto, na cabeceira ao meu lado havia um porta-retratos com uma foto minha junto de Aidan, ele estava me beijando a bochecha enquanto eu sorria e o abraçava. Aquela foto havia sido tirada quando saímos em um encontro num parque de diversões, eu realmente amava ela, por isso deixei sempre ao meu lado. No lado de Aidan havia um abajur e outra foto, mas essa era uma que ele pegou em sua antiga casa dele criança com sua ama de leite. Algum tempo depois escutei ele me chamar para ir comer, o que fiz rapidamente já que estava com fome.

Alguns dias se passaram, no fim eu acabei realmente tirando folga já que aquele incidente me afetou de maneira nada agradável. Decidi voltar ao trabalho na quinta-feira mesmo, avisei Aidan sobre isso e ele pediu para que eu tomasse cuidado e qualquer coisa eu deveria ligar para ele. Quando ele diz qualquer é qualquer coisa mesmo, até para dar apenas alguma notícia que dê vontade. As vezes eu acho que Aidan é bom demais para mim, ele é tão carinhoso e atencioso comigo, não consigo evitar de pensar isso de vez em quando.

- Boa noite. – falei entrando no bar e já vendo Antônio e Pietro arrumando as coisas no palco.

- Alam, que bom que está melhor. – disse Pietro vindo em minha direção e me abraçando.

- É bom tê-lo de volta, seus fãs estavam já chateados com sua falta. – brincou Antônio.

- É bom estar de volta, mas ao mesmo tempo essa folga foi realmente boa. – até porque consegui adiantar um pouco meu trabalho em casa.

- É bom que aquele cara não apareça aqui senão irá apanhar até desmaiar. – Pietro realmente estava com raiva do que havia acontecido e com razão mesmo.

- Eu duvido que ele vá aparecer aqui de novo, - falei rindo, mas feliz com a preocupação de Pietro em relação a isso.

Poucos minutos depois os clientes já começaram a aparecer. Fiquei pelo bar enquanto Pietro tocava algumas músicas no violão e as vezes cantava um pouco, depois seria a minha vez de ir. Antônio veio ao meu lado uma hora quando não havia mais nenhum cliente para servir.

- Ele é uma boa pessoa hein? – disse pegando mais um copo para secar e guardar em seu respectivo lugar.

- Sim, são poucas pessoas assim, devemos valorizar quando achamos. – falei enquanto servia mais uma bebida para um cliente.

- É. E como está indo com seu marido? Está tudo bem? – perguntou curioso, Antônio era como um pai pra mim então ele gostava de perguntar coisas assim.

- A não somos casados.

- Eu sei, mas se moram juntos então praticamente estão casados.

- Haha, é você tem um ponto aí. Aidan é uma ótima pessoa, ele me trata bem até demais. As vezes penso que não sou bom o suficiente para estar ao lado dele.

- E por que pensa isso?

- Ah não sei, insegurança talvez? – ri.

- Não pense que você não é bom o bastante para alguém, Alam. Se ão fosse então não estariam juntos por tanto tempo. – e deu um tapinha no meu ombro. – Você o ama, certo?

O Cretino e o ProstitutoOnde histórias criam vida. Descubra agora