Laços

17 1 0
                                    

- Alam, cheguei! – gritei ao abrir a porta, liguei a luz, coloquei a chave no lugar dela ao lado da porta e já fui tirando meus fones e mochila logo jogando na mesa. – Amor? – foi então que notei que toda casa estava escura exceto pela sala já que liguei a luz. – Estranho, dormindo tão cedo.

Abri minha mochila para pegar o presente que comprei para ele. Como ele é uma formiga gigante decidi fazer um mimo e comprei um pacote de seus doces favoritos. Caminhei até o quarto com o presente em minhas costas, avistei uma camada em cima da cama, realmente ele está dormindo.

- Acorde dorminhoco, tenho um pr-! – parei de repente ao não sentir nenhum calor ou qualquer corpo embaixo daquele casulo. Puxei os cobertores, não havia nada ali. – Alam?! – gritei com o coração acelerando de preocupação. A essa hora já era pra ele estar em casa depois do trabalho no bar.

Fui até a sacada, banheiro, cozinha, em nenhum lugar da casa havia sinal dele. Senti meu celular vibrar no meu bolso, na tela mostrava o nome de Alam e sua foto sorrindo. Ao ver aquilo meu coração deu uma aliviada e então atendi a ligação.

- Alam? Que susto que você me deu! – já fui falando logo depois de colocar o celular em minha orelha. – Onde você está? – fiquei esperando ele responder, mas nenhuma resposta vinha mesmo escutando uma respiração. – Alam, por favor me responde. – pedi me desesperando.

- Aidan... – me surpreendi, essa não é a voz dele, meu corpo começou a tremer.

- Q-quem é? – acabei gaguejando um pouco.

- Sou eu, Pietro... – ele falava devagar, nessa hora engoli em seco.

- Pietro? Por que ta com o celular do Alam? O que aconteceu? Onde ele ta?! – tentei controlar minha voz, mas eu falava rápido por causa do nervosismo.

- Aidan eu preciso que venha até o Hospital. Quarto 403, te explico tudo aqui. – e desligou sem que eu pudesse responder.

"Puta merda, o que aconteceu?!" foi a primeira coisa que pensei. Não esperei nenhum segunda a mais, larguei o presente na mesa, peguei meu casaco, as chaves e já fui saindo batendo a porta.

Corri o máximo que consegui, meu coração não parava um minuto de bater rápido, meu corpo fervia por causa do calor da corrida e nervosismo. Meu estômago parecia revirar e eu controlava muito para não tremer sempre que parava em alguma sinaleira. Cheguei no hospital em menos de 10 minutos de tanto que corri.

- Eu preciso ir no quarto 403! – cheguei na recepção já gritando e ofegando demais.

- S-sim, o senhor precisa antes preench... – não deixei ela terminar, eu estava apreensivo demais.

- Eu não tenho tempo pra isso! – gritei e já fui sair correndo.

- Senhor! Por favor!

- Está tudo bem. – chegou um policial. – Deixei ele passar, eu o acompanho.

Não sabia quem era, mas devia estar junto de Pietro me esperando. O segurança que vinha para cima de mim se afastou e a mulher da recepção me deu um crachá de visitante. Ele me acompanhou quieto até o quarto, ao entrarmos já avistei Pietro, Antônio e outro policial.

- Onde ta o Alam? – perguntei olhando para todos os cantos do quarto.

- Eu vou deixar vocês conversarem. – Antônio disse pegando seu casaco e já indo para fora do quarto, mas antes parou e botou a mão no meu ombro com um olhar triste, quando ele fechou a porta foi que olhei desesperado para Pietro.

- Que merda ta acontecendo aqui? Onde está meu noivo?

Pietro evitava meus olhos, ele tinha uma expressão triste em seu rosto.

O Cretino e o ProstitutoOnde histórias criam vida. Descubra agora