Castelo Bruxo - Newt Scamander

Capítulo 5

- Com licença, desculpe interromper, mas algum de vocês saberia me dizer onde o Sr. Scamander está? - Questionei após longos minutos rodando por todo o castelo, a Sra. Benedita não pareceu irritada com minha entrada súbita.

Subimos e descemos por essas escadas várias vezes seguidas, entrando e saindo de salas e quartos que encontramos ao longo do caminho, nem mesmo vestígios de seus traços mágicos foram encontrados. Pickett ficou preocupado ao perceber o que estava acontecendo, seu melhor amigo bruxo havia simplesmente desaparecido em um país com costumes e crenças muito diferentes de onde vieram.

Decidi que a solução mais óbvia e sensata seria pedir informações para a autoridade máxima por aqui, mesmo que ela goste de manter um certo mistério sobre determinados assuntos. Ignorei o cansaço e a fome, e mais uma vez, subi as quase intermináveis escadas, no meio do caminho transfigurei meu vestido em peças mais confortáveis e menos extravagantes, dando seguimento a tarefa de devolver o tronquilho para seu dono.

- Porque tanto interesse no bruxo britânico, Amélia? - Sra. Dourado demonstrava uma certa malícia em sua voz e divertimento exibido em seus olhos.

- Digamos, que eu posso ou não, ter uma de suas criaturas mágicas sob meu domínio - Murmurei observando Pickett sair do bolso de minha blusa, curioso como sempre.

- Como isso aconteceu? Por favor, diga que você não roubou - Implorou ignorando a presença do outro bruxo na sala, suas vestes negras indicam que ele é um guardião do ministério.

- Claro que não, eu aceito ser chamada de muita coisa, menos de ladra - Afirmei indignada diante de sua desconfiança - Eu estava no jardim quando ele veio atrás de mim, simples assim - Acariciei a criatura que agora olhava com raiva para a mulher.

Um silêncio desconfortável pairou na atmosfera do ambiente, pude ouvir o som das engrenagens de sua mente trabalhando e tentando encontrar indícios de mentira em minha história, felizmente, Sra. Benedita relaxou e voltou a se sentar. Permaneci parada, aguardando por uma resposta que pudesse acalmar o pobre coração do pequeno animalzinho. Ela respirou fundo e demonstrou rendição, as muitas vezes em que estive aqui mostraram que não desisto com facilidade.

- Muito bem, o Sr. Scamander saiu em uma expedição pela floresta, voltará em algumas horas - Respondeu acenando com as mãos - Agora, saia, precisamos terminar essa reunião, querida - Informou apontando para o bruxo.

- Muito prazer, senhor - Comprimentei caminhando em direção a saída - Desculpe pela interrupção - Sorri sem jeito.

- O prazer é meu, senhorita - Afirmou o guardião de forma séria e formal, algo característico dos bruxos ocupando essa profissão.

Sorri agradecida enquanto fechava a porta atrás de mim e andava pelos corredores do castelo, cogitando a possibilidade de retornar para meu quarto e dormir um pouco. A criatura mágica em minhas mãos demonstrava estar cansado e sonolento, mal conseguindo manter seus olhos abertos por mais que alguns segundos, o deitei cuidadosamente em minha mão e o mantive próximo, sorri ao vê-lo adormecer em instantes.

- Tem razão, algumas horas de sono serão bastante úteis e agradáveis - Sussurrei seguindo em direção a ala reservada para estudantes da casa Serpentes de Fogo.

(...)

Despertei desfrutando da sensação revigorante e relaxante de algumas boas e merecidas horas de sono, girei na cama e me deparei com o tronquilho pulando sobre o colchão. Ele fazia sons muito parecidos com risadas, mordi os lábios ao perceber que não fui a única cuja as forças e os ânimos passaram por alterações positivas, ao menos ele não sofreu sentindo a falta de Newton Scamander.