capítulo 008

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Passou uma semana e ainda não tinha falado com o Cedric, eu até tentei conversar com ele mas a gente acabou na cama e as cosias se complicaram mais ainda.

Eu tô evitando conversar com ele durante essa semana toda, eu tô literalmente correndo dele e inventando qualquer desculpa do tipo "ah tô ocupada agora" "não posso falar agora, Melina tá passando mal e ela precisa de mim". Não tenho mais desculpas para evitar falar com ele.

De longe eu vi ele procurando e eu já olhei para os lados procurando alguém para conversar e arrastar essa pessoa comigo para algum lugar. Olhei na sua direção e ele já estava vindo, Mattheo estava dando em cima de uma garota e essa era a minha última solução.

—Oi Mattheo– sorri para ele, logo vi a sua expressão de confusão.

—Oi– disse estranhando o meu comportamento.

—Podemos conversar em outro lugar?– perguntei olhando para trás e vendo Cedric vindo na nossa direção.

Céus que tortura.

—Ah não, de jeito nenhum– Mattheo diz olhando para trás e depois para mim.

—Por favor– quase ajoelhei na sua frente só para me livrar dessa conversa.

—Não Izabela, você quer agir como adulta mas não quer lidar com as consequências então não. Tenho assuntos mais importantes– ele me deu tchauzinho e saiu com a menina.

De certa forma ele tem razão mas eu não queria chatear ninguém, continuei andando e logo sente alguém puxar meu braço. Merda, mil vezes merda.

—Por qual motivo você está fugindo de mim Izabela? Eu fiz alguns coisa errada?– perguntou sério e eu engulo seco.

—Vem, vamos para um lugar mais reservado– andamos até a ponte e a vista estava linda, o céu laranjado por conta do sol que já estava indo embora. Seria romântico se o contexto fosse outro.

—Oque tá acontecendo? A gente ficou e você sumiu e não falou comigo– ele parecia irritado e chateado, com motivo também.

—É porquê eu estou confusa você é bonito, gentil e amoroso mas eu não sei oque eu quero no momento– expliquei.

—Tá me dispensando?– perguntou olhando para o chão.

—Não é isso Cedric, eu não quero que você perca seu tempo comigo– ele me encara com aqueles olhinhos brilhando.

—Tudo bem, você está sendo sincera comigo– diz desviando o olhar.

—Desculpa por não ter falado isso antes, não queria te deixar chateado com isso– aquilo era tão desconfortável.

—É uma escolha sua, não posso ficar chateado por isso– ele dá um sorriso pequeno.

Ele é doce até nessas situações desconfortável.

—Obrigada por entender– devolvo o sorriso.

—Amigos?– esticou a mão e eu sorrio mais ainda.

—Amigos– aperto sua mão.

Ainda bem que ele era maduro o suficiente para entender que, eu não queria ter uma relação tendo uma confusão dentro da minha cabeça. Menos um problema.

O dia passou e a noite caiu contei oque aconteceu para Melina e fui me deitar. Estava sem sono outra vez, então me levantei e fui para sala comunal.

Acende um cigarro e fiquei lá sozinha com meus pensamentos, olhei para cicatriz no meu pulso e passei o dedo nela.

Já faz dois anos e eu ainda não esqueço os gritos de desespero daquele dia.

Devia superar e seguir em frente só que não é tão fácil quanto parece. É uma dor que sempre vai permanecer, não importa quanto tempo passe.

𝑶 𝑬𝒔𝒄𝒐𝒍𝒉𝒊𝒅𝒐/𝐌𝐚𝐭𝐭𝐡𝐞𝐨 𝐑𝐢𝐝𝐝𝐥𝐞Onde histórias criam vida. Descubra agora