Capítulo 24

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— Faça uma boa viagem, querida! E assim que chegar nos ligue! — Mamãe diz pela milésima vez enquanto eu colocava minhas coisas dentro do carro.

— Pode deixar, dona Fernanda! — Abraço-a, em seguida faço o mesmo com papai, ficando na ponta dos pés para depositar um beijo em sua bochecha — Amo vocês! 

— Nós também, querida! — Ele diz, enquanto bagunçava meu cabelo. Tento me desviar, mas o estrago já tinha sido feito.

Pego a chave do meu Etios e sento no lugar do motorista. Após me despedir de todos, fecho meus olhos e faço uma oração. Todas as vezes que pegava no volante, entregava a direção a Deus e clamava por seus livramentos. Só assim ligava o carro e seguia para o meu destino.

A estrada estava tranquila, sem muito movimento. Era sábado de manhã, chegaria em Minas por volta de meio-dia. O calor lá fora estava insuportável, nessas horas agradecia ao Senhor por ter me dado um carro com ar-condicionado e condições para mantê-lo.

Chego ao meu destino um pouco antes do horário esperado. Estaciono ao lado de um Chevrolet Equinox branco. Saio do carro e retiro minha mochila, que Vicente preparara com a ajuda das meninas enquanto estava na enfermaria, quando soube do acidente de Helena.

Ao invés de seguir para o dormitório, vou para a administração, afim avisar ao pastor André que estava de volta. Peço perdão por ter ficado essa semana longe, mas ele foi totalmente compreensivo e disse que o pastor Pedro já tinha o comunicado.

Dona Flora me dá um abraço caloroso e diz que estava preocupada comigo. Compreensível, já que da última vez que nos vimos eu acabei desmaiando em sua frente.

Entro devagar no quarto e encontro Lídia e Lara sentadas na grande bancada perto da janela.

— Hey! — Digo calmamente para não assusta-las. O que não adiantou muito, pois as duas saltam da cadeira.

Lara é a primeira a se levantar e correr em minha direção.

— Amiga! — Ela me abraça e quando se afasta vejo seus olhos marejados — Me perdoe por não ter ido para o Rio com os outros! Eu não sabia se seria uma boa....

— Está tudo bem, Lara! — Interrompo — O importante é que você estava intercedendo por nós! Obrigada!

Lídia se aproxima um tanto acanhada e cabisbaixa.

— Oi, Águi! — Saúda.

— Oi! — Crispo os olhos em sua direção — Está tudo bem?

— Mais ou menos, mas isso não importa agora! Como você está? — Questiona prendendo a cabeleira loira.

— Estou melhor. — Ofereço um pequeno sorriso.

— Que bom! — Sorri também — Quer ajuda para organizar as coisas?

Penso por um instante. Não tinha tanta coisa para organizar naquele momento, mas parecia que a Lili precisava apenas de uma distração, então cedi.

— Se não for incomodar... — Dou de ombros e sigo para minha cama, onde coloco a mochila.

Estávamos as três ao redor da mobília com minhas coisas espalhadas pelo colchão quando alguém bate na porta.

— Eu atendo! — Lara sai correndo — Ah, oi, Vicente!

— Oi, Lara! Lídia está aí? — A loira bufa e revira os olhos.

— Lili? — Lara a chama. Ainda bem que não dava para vê-lo de onde estava.

— Volto já, Águi! — Ela murmura antes de se afastar e sair do quarto.

Unidos Por Um Propósito [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora