Capítulo 01

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— Querida, ainda está acordada? — Ouço a voz de mamãe do outro lado da porta.

— Estou sim! — Digo retirando os óculos de grau. A porta se abre e ela entra no cômodo me oferecendo um pequeno e singelo sorriso.

— Está bem tarde, e amanhã você terá plantão!

Fecho o livro e guardo as canetas e marcadores de página no estojo.

— A hora passou tão rápido que eu nem percebi. — Levanto-me e vou abraça-la — Obrigada por cuidar de mim, dona Fernanda!

— Você sempre será minha pequena garotinha! — Aperta minhas bochechas.

— Nossa garotinha! — Papai se aproxima de nós — Que todas as noites ia ao nosso quarto às quatro da manhã pedindo um copo de água.

— Eu só tinha três anos! — Cruzo os braços e abro um sorriso — Além do mais, tenho certeza que sentirão minha falta quando não estiver mais aqui!

— Terei que concordar! — Mamãe suspira e senta em minha cama acariciando o lençol de algodão — Esta casa ficará tão vazia sem os meus filhos. — Diz emocionada — Como o tempo voa! Ontem, você era a nossa menininha frágil de três anos. Hoje, uma mulher forte de vinte e seis anos, já formada e prestes a sair de casa.

— Por favor não chore, Fernanda! O Ângelo não está mais aqui para me ajudar a consolar vocês duas! — Rimos.

— Oh, querido! Só você para nos fazer rir em um momento assim.

— Bom, a reunião familiar está muito boa, mas preciso descansar. Amanhã será um longo dia! — Digo abraçando meus pais — Amo vocês!

Depois de nos despedir, entro no banheiro e faço minha higiene noturna. Coloco meu baby doll e volto para o quarto. Dobro meus joelhos e falo com meu Pai.

***

— Vejam só quem chegou atrasada! — Comenta o homem alto e negro, possuidor de um sorriso brilhante e braços enormes.

— Perdão, Pablo! Hoje o trânsito não cooperou nem um pouco! — Olho no relógio e fico aliviada ao perceber que me atrasei por apenas cinco minutos.

— Só estou brincando com a médica mais pontual deste hospital. — Comenta passando o braço pelos meus ombros e me arrastando até o vestiário feminino — Vá se trocar. Te espero na sala de emergência!

— É pra já, chefe! — Dou uma piscadinha e entro.

Troco de roupa rapidamente e corro para o local combinado.

— Bom dia, pessoal! — Saúdo os enfermeiros de plantão que me cumprimentam educadamente — Alguém viu o doutor Assis?

— Doutora Agatha, por favor venha comigo! — Uma das enfermeiras me chama com urgência em sua voz. Sigo-a até um dos leitos — Este paciente estava sentindo uma dor abdominal que já irradiava desde a região lombar para a frente.

— O que dizia o exame clínico? — Pergunto pegando a ficha contendo as informações do senhor.

— O resultado indica que tudo está correto! Não há nada fora do comum, doutora.

— Quero que façam um exame de imagem imediatamente. — A enfermeira assente e sai do quarto. Volto minha atenção ao paciente e lhe ofereço o meu melhor sorriso — Como vai, senhor Carlos? Sou a doutora Agatha Tavares!

— Me sinto bem melhor agora, na presença de uma jovem tão bela! — Responde tentando ser galanteador, mas sua voz sai um pouco esganiçada devido à dor.

Unidos Por Um Propósito [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora