Prólogo

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Você já teve a oportunidade de observar um céu estrelado? Não me refiro àquele que vemos praticamente todos os dias em uma cidade grande, onde as luzes, a poluição, as altas edificações, ou até mesmo os ruídos, acabam ofuscando todo o encanto dos corpos celestes vistos a olho nu.

Refiro-me ao lindo e negro céu, abarrotado das mais brilhantes estrelas. Aquele que podemos observar em uma cidade pequena, em lugares distantes das grandes metrópoles, no meio da natureza... O mesmo céu que estou tendo o prazer de contemplar neste exato momento.

— É tão perfeito! — Sussurro.

Fecho os olhos e aguço meus ouvidos. O som das águas do rio, em contato com os pilares do píer abaixo de mim, me faz relaxar. Permito-me aproveitar ao máximo a brisa de verão em contato com meus braços desnudos.

— Aí está você!

Viro-me e sorrio ao vê-lo se aproximar.

— Onde mais estaria?

— Eu realmente não saberia! — Dá sua linda risada. Estende uma mão para mim e eu a aceito, levantando-me do chão com sua ajuda — O pessoal está te procurando, Gatha. — Desvio o olhar, constrangida. Toda vez que ele me chamava por este apelido eu ficava assim.

— Aconteceu algo? — Questiono, e ele nega com a cabeça.

— São oito horas e todos já estão colocando as bagagens nos ônibus. — Aponta para a sua, que só agora percebo estar em seu ombro.

— Deus! É verdade! — Bato com a mão na testa. Olho mais uma vez para a minha paisagem favorita e suspiro.

— Hey! — Sinto sua mão em meu ombro — Daqui a seis meses estaremos de volta!

— Seis meses é bastante tempo, Vicente! — Encaro-o.

— Eu sei! — Suspira, colocando as mãos no bolso — Fazemos isso há quase oito anos.

— E toda vez é a mesma coisa... — Balanço negativamente a cabeça. Ele se aproxima e me envolve em seus braços.

— Precisamos ser pacientes e, acima de tudo, gratos a Deus por nos permitir vivermos esses momentos.

— Eu sei! — Enlaço sua cintura com minhas mãos — Mas é tão difícil, Vin!

— Agatha, temos dezesseis anos, e eu prometi a mim mesmo que só te pediria em namoro quando tivesse condições espiritual, financeira, e emocional para entrar em um relacionamento. — Segura meu rosto entre suas mãos — Sabe que quero algo sério, verdadeiro e vitalício com você. Diante dos homens e diante do nosso Deus! — Sorri — Infelizmente, ainda me falta ter condições financeiras para enfrentarmos algumas das barreiras que nos impedem de ficarmos juntos. Então me recuso a fazer isso de qualquer maneira!

— Você está certo!

— Eu sei que estou! — Sorri galante.

Reviro os olhos e o empurro — Bobo!

— VICE! ÁGUI! SAIREMOS EM DEZ MINUTOS. — Nos alerta o irmão mais novo de Vicente, a alguns metros de nós.

— ESTAMOS INDO! — Ele responde — Vamos!

Voltamos para a casa principal, onde o restante dos nossos amigos estavam. Vin se junta aos membros de sua igreja, que já estavam entrando no ônibus. Pego minha mochila e me aproximo dos jovens da minha igreja.

— Por que está com essa cara, Águi? — Questiona-me Raquel, a filha mais nova do pastor Pedro.

— O motivo está vindo em nossa direção! — Sussurra Helena, minha melhor amiga de infância.

Dou as costas para as duas e vou ao seu encontro.

— Chegou a hora! — Diz com um sorriso fraco.

— Sim! — Mordo o lábio inferior com tanta força que acabo me machucando.

— Nos veremos daqui a seis meses, Gatha!

— No próximo acampamento!

— Exatamente! — Vicente vira uma de minhas mãos e coloca algo nela, fechando-a em seguida. Olha em meus olhos e diz — Haja o que houver, jamais se esqueça que eu amo você!

— Ok! — Sussurro — Sentirei saudades!

— Também sentirei! Mas quando a saudade bater, basta olhar para as estrelas, onde quer que eu estiver, estarei fazendo o mesmo e pensando em você! — Assinto com os olhos embaçados — E por favor, espere por mim!

— Sempre! — Digo, sentindo as lágrimas rolarem — Eu prometo!

Vicente deposita um beijo demorado em minha testa e se afasta. Ao chegar no veículo, olha para mim uma última vez, e entra.

Fico parada no mesmo lugar, por alguns minutos, apenas observando o ônibus leva-lo para longe de mim mais uma vez.

— ÁGUI, VAMOS! — Grita Helena.

Corro em sua direção e entro no veículo, me sentando ao seu lado. Abro minha mão e contemplo o fino colar de prata com um lindo e delicado pingente de estrela. Coloco-o no pescoço e sorrio.

— Seis meses! — Sussurro para mim mesma — Apenas seis meses!

Mal sabia que aquela seria a última vez que veria Vicente Ferraço.

>>>><<<<

Oiii, gente!! Como é bom estar de volta ♥️ Pela misericórdia de Deus estamos iniciando mais uma história abençoada que veio direto do coração do nosso Pai!

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Att.
NAP 😘

Unidos Por Um Propósito [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora