Capítulo 34

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— Estou tão nervosa, Águi! — Lara toca o meu rosto com as mãos — Meus dedos estão gelados. Acho que vou vomitar! — Corre em direção ao banheiro.

— Respire fundo, Lara! Não é hora de você pirar! — Apoio-me na porta do banheiro observando a morena lavar o rosto — Além do mais, você é uma enfermeira e foi treinada para lidar com situações assim.

— Por favor, não me fale o que eu já sei! — Suspira e me encara — Vai passar! Só estou assim porque o dia finalmente chegou, é isso! — Diz para si.

— Exatamente! Agora vamos, pois não quero me atrasar. — Volto para o quarto e puxo minha mala de rodinhas.

A semana passou rápida como nunca, mal tive tempo de aproveitar os últimos dias ao lado da minha família. Daqui a 3 horas estaríamos embarcando na tão esperada e temida viagem.

Desço as escadas e abro um pequeno sorriso ao me deparar com mamãe chorando nos braços de papai.

Pigarreio para chamar a atenção dos meus progenitores. Eles me encaram com os olhos marejados. Meu pai não é muito de chorar na frente das pessoas, segundo ele, o melhor a se fazer é chorar aos pés daquele que pode arrancar nossas dores e aflições, e isso eu aprendi muito bem com ele. Já minha mãe...

— Mamãe, o que conversamos sobre isso? — Ela se solta do meu pai e vem ao meu encontro.

— Minha filha, não é fácil para uma mãe ver um filho partir sem saber se voltará! — Ela envolve meu pescoço e eu sinto o coração apertar.

— Confie em Deus, dona Fernanda! Eu pertenço a Ele lembra? A senhora mesmo vive me dizendo que quando eu nasci vocês me entregaram para Ele, assim como fez Ana.

— Não use minhas palavras contra mim, mocinha! — Funga se afastando.

— Não estou usando absolutamente nada contra a senhora! — Solto uma pequena risada e recebo um tapa no braço, que me faz rir ainda mais — Apenas estou tentando tranquiliza-la, mamãe! — Acaricio seu rosto.

— Nessa eu terei que concordar com a sua mãe — Papai se aproxima de nós — Só Deus para nos tranquilizar, querida.

— Tudo certo para partirmos. — Meu irmão entra na sala segurando Ângela, que dormia calmamente em seus braços. Olha para mim e abre um singelo sorriso — Está na hora...

Assinto e chamo Lara com a cabeça. A morena, que estava em silencio ao pé da escada, pega sua mala e nos segue. Eu vou para o carro junto com os meus pais, e Lara com o meu irmão e sua família.

O percurso da minha casa até o aeroporto foi mais rápido do que esperamos, já que não pegamos trânsito algum, e em quinze minutos estávamos lá. Terminávamos de despachar as bagagens quando escuto a voz de Lídia.

— Águi! Lara! — Ela corre até nós e nos abraça — Estava com saudades.

— Eu também, Lili! — A morena responde com a voz chorosa.

— Meninas, não nos vemos há apenas uma semana! — Me afasto rindo, e em troca recebo olhares reprovadores — Tempo suficiente para a saudade bater, entendo! — Tento mudar meu discurso insensível, como diria Lara.

— Não liguem para a minha filha, meninas, ela não puxou a mim. — Mamãe aparece ao meu lado e cumprimenta a Loira — Como vai, querida?

— Vou muito bem, dona Fernanda!

— Sem a dona, por favor! Já conversamos sobre isso. — Balança a mão no ar.

— Tia Fernanda! Tio Bruno! — Vicente, Théo e Caio se aproximam de nós. Este, corre direto para a amada — Como estão? — Cumprimenta o Ferraço mais velho.

Unidos Por Um Propósito [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora