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Me aproximei em silencio de um carro e olhei para os lados enquanto tentava abri-lo com um arame

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Me aproximei em silencio de um carro e olhei para os lados enquanto tentava abri-lo com um arame. Depois de algumas tentativas finalmente consegui, mandei Gabrielly entrar e entrei em seguida fiz ligação direta e saímos de lá.

- Pra onde nós vamos? - Perguntou Gabrielly colocando o cinto e se acomodando no banco. 

- Apenas seguir, o lugar mais confiável que encontrarmos, paramos. - Conclui olhando para a estrada. 

- Sabe.. Minha mãe estando atrás de nós, acho melhor nos escondermos bem. 

- Por quê ela te caça tanto? Ela me mandou mata-la por vaidade, mas todo esse esforço apenas por isso? Não faz sentido. - Comentei. 

- Ela sismou que eu tenho um segredo.. Sempre disse que eu era ardilosa e um dia morreria por esse segredo. 

- E você tem? 

- Não. 

- Gabrielly...

- Não é nada para se preocupar Noah, nada! - Respondeu e freei o carro olhando para ela. 

- Conte.. Ou pode descer desse carro e me deixar fora dessa. - Afirmei e a mesma me olhou de olhos arregalados.

- Você não faria..

- Sabe que eu faria, não sei porque tenta. 

- Ela acha que eu matei o meu padrasto, acha que eu sou doente e por isso seria capaz de matar outras pessoas.. 

- E você..

- Eu matei ele, mas não foi porque quis.

- Como alguém mata uma pessoa sem querer Gabrielly? 

- Foi em um domingo, eu havia acordado mais cedo do que o de costume e ele estava chegando do mercado com pão fresquinho. Eu lembro que me sentei na bancada enquanto ele passava um pão para mim, antes de me entregar ele disse que queria um beijo, um beijo para que eu ganhasse o pão.. Eu me aproximei para dar um beijo na bochecha dele e ele virou o rosto.

- Ele te beijou?

- Sim, foi horrível e enquanto eu esperneava por cima do balcão minha mãe desceu as escadas, assim que viu a cena ela voltou a subir em silencio, como se não tivesse visto nada.

- Ela não te ajudou? Não pediu para ele parar e nem te protegeu? 

- Não. Do beijo ele começou a apalpar o meu corpo, eu tinha quinze anos, nunca tinha sido tocada por ninguém e estava com nojo de tudo aquilo. Ele dizia que eu era linda, era uma perfeição e a tempos queria fazer aquilo. 

- E então?

- Então eu o empurrei, com toda a força que eu tinha. Ele caiu em cima do fogão que estava atrás de nós e toda a panela com a água que fervia para o café pendeu para o lado derramando tudo sobre o rosto dele. 

- Ele morreu queimado? 

- De inicio não, mas ele estava de olhos abertos e a água queimou todo seu rosto, ele gritou, agonizou e minha mãe correu para baixo, começou a gritar comigo, me xingar e ligou para a emergência. Ele morreu a caminho do hospital. Minha mãe disse para os policiais que eu havia jogado a água no rosto do meu padrasto, sem mais nem menos, que a tempos eu estava tentando seduzi-lo como se fosse uma mulher adulta e que eu era doente. Passei três meses no lugar de onde você saiu e quando foi constatado que eu não tinha problema nenhum me liberaram. 

- Sua mãe definitivamente tem problemas. - Afirmei voltando a andar com o carro. 

- Eu morei um tempo com o meu pai antes da minha mãe conseguir minha guarda novamente, e desde então, ela nunca mais foi a mesma comigo. Ela sempre disse que eu era sim doente, e um dia teria o que merecia. - Disse olhando pela janela. - Ela me quer morta Noah, e o meu único medo é que um dia ela consiga o que quer. 

- Eu não vou deixar. 

- Ela fará sua cabeça.. Anos de experiencia. 

- Eu vou cuidar de você Gabrielly, eu sempre irei. - Afirmei e a mesma assentiu segurando na minha mão que não estava no volante. 

- Obrigada Noah. - Agradeceu apertando minha mão contra a dela e sorri assentindo. 

Se eu dissesse qualquer um diria que eu estou mentindo ou brincando, mas eu sou um doente, uma maniaco.. Um maldito maniaco apaixonado por aquela que deveria ser a minha próxima vitima..

𝗗𝗼 𝗡𝗼𝘁 𝗢𝗽𝗲𝗻 𝗧𝗵𝗲 𝗗𝗼𝗼𝗿 ※ Noany ※Onde histórias criam vida. Descubra agora