Estava entediado no velório do doutorzinho enquanto Linsey fazia sua cena em cima do caixão lacrado.
O inquérito policial foi aberto e depois de toda a pericia no corpo estava enfim sendo enterrado. Gabrielly com todo o seu sangre frio estava ao lado da minha irmã amparando a mesma.
Confesso que me divertia muito com isso, ela estava virando a minha cópia fiel, assassina matando inocentes a sangue frio apenas pelos seus interesses próprios. Isso logo se tornaria um hábito, logo seria apenas para satisfazer seu desejo de morte.
Revirei os olhos quando Gabrielly fez sinal para que ajudasse com minha irmã. Caminhei até elas tirando Linsey de cima do caixão para que pudessem desce-lo.
Assim que voltamos para casa Linsey se trancou no quarto para se depreciar e levei Gabrielly para o quarto fechando a porta.
- Como se sente? - Perguntei me sentando e tirando os sapatos.
- Bem. - Disse tirando os saltos e o vestido que minha irmã havia lhe emprestado e parou a minha frente. Encarei seu quadril a minha frente e subi meu olhar até o seu. - Estou virando uma vagabunda.
Sorri passando minhas mãos pelas suas pernas nuas e apalpei sua bunda.
- Você sempre foi. - Afirmei a jogando na cama com um movimento rápido e Gabrielly sorriu afastando suas pernas e tirei minha camisa me encaixando no meio das mesmas.
- Parem... Eles vão me pegar. - Ouvimos minha mãe gritar e Gabrielly me olhou.
- Quer fazer uma coisa louca? - Perguntei e a mesma assentiu mordendo os lábios.
- Mãe, é o melhor para você. - Ouvimos Linsey falar. - Noah esta ai no quarto da frente. - Avisou e me levantei.
Peguei a arma carregada e sai do quarto.
- Calma rapaz, guarda isso. - Disse um dos homens de branco.
- Eu sou louco Linsey? Você acha que eu sou louco?
- Noah...
- Você ainda não viu nada. - Afirmei destravando a arma.
- Se acalma ou--
Antes que ele terminasse disparei contra a sua cabeça e Linsey gritou. Mirei nos outros dois que seguravam minha mãe.
- Soltem ela e segurem a Linsey. - Mandei. - AGORA.
Sai do quarto vestindo uma blusa de Noah e o mesmo me olhou quando me encostei ao batente da porta.
- Querida, pegue a Linsey e se tranque com ela no quarto. - Mandou e assenti pegando na mão da Linsey que me seguiu em silêncio e entrei em seu quarto trancando a porta.
- Não tenha medo, eles devem conte-lo logo. Noah irá apodrecer no manicômio como deveria ter sido feito. - Disse e sorri me sentando ao pé da cama e liguei o som. Melanie Martinez - Mad Hatter começou a tocar.
- Sabe. - Murmurei dançando pelo quarto e a mesma me encarou confusa. - Como diz a música, as melhores pessoas são loucas... Será que somos loucas?
- Gabrielly o que deu em você?
- Por quê você tenta tanto machucar seu próprio irmão? Mandar sua mãe para um lugar onde você sabe que ela vai ser maltratada... Será que você não é louca também, tanto quanto eles?
- Fique quieta.
- Você é uma puta Linsey, uma hipócrita com dor no cotovelo.
- Qual é o seu problema? Noah não é bom, não o defenda. - Afirmou se virando para mim com fúria.
- Eu sou o monstrinho dele Linsey, sabe quem matou o seu doutor? - Perguntei e a mesma abriu a boca em choque. - Fui eu.
- Você... Sua doente. - Cuspiu as palavras tentando avançar sobre mim.
- É, eu já fui uma pessoa normal, e agora... Agora, olha o que sobrou de mim. Uma louca atrás de qualquer vestígio de atenção daquele que ama. Eu estou amando um psicopata e você... Você esta no meio do meu caminho. - Afirmei destravando a arma que carregava e apontei para ela.
- Ele vai matar você. - Afirmou e sorri inclinando a cabela para o lado.
- E você não estará aqui para ver.
Dois disparos a sangue frio, foi o que eu fiz e Linsey estava no chão. Me sentei na cama olhando para a janela e me lembrei de quando eu era pequena, eu gostava de correr entre as flores da primavera.
Mas então, eu me lembro do meu pai deixando minha mãe em uma manhã de outono, e me lembro de matar alguém em uma manhã de inverno.
Em algum momento entre o trajeto até os dias de hoje, eu me perdi. E agora, não passava de uma maldita doente vagando pelo mundo atrás da próxima pessoa que entraria em meu caminho.
Eu era o pequeno monstrinho, que Noah queria que eu fosse.
Me levantei olhando uma última vez para as flores da primavera e sorri. Aquela menina morreu, e agora a próxima a morrer, seria a minha mãe.
Sai do quarto largando a arma e encontrei Noah sentado no sofá com todos mortos a sua volta.
- Cadê a sua mãe? - Perguntei e ele apontou para a porta do quarto.
- Esta trancada lá dentro. Cuidou da Linsey?
- Cuidei. - Afirmei e o mesmo se levantou pegando na minha mão e me puxando para o quarto.
- Ótimo. - Noah se sentou na cama e parei em frente a ele tirando a camiseta.
- Será que podemos transar agora?
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𝗗𝗼 𝗡𝗼𝘁 𝗢𝗽𝗲𝗻 𝗧𝗵𝗲 𝗗𝗼𝗼𝗿 ※ Noany ※
Mystery / ThrillerEm Nova Brunsvique Canada tudo era tranquilo, um lugar calmo, rodeado de florestas e com habitantes bem gentis uns com os outros. Mas quando um alerta é emitido por todo o Canadá por conta de mais uma fuga na prisão psiquiátrica Asylum todos parecem...