#Capítulo Dezoito:

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Shinso bebericou seu copo de água, umidecendo os lábios, sentindo o líquido descer com dificuldade pela garganta seca, e colocou o recipiente, agora vazio, na mesa de quina

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Shinso bebericou seu copo de água, umidecendo os lábios, sentindo o líquido descer com dificuldade pela garganta seca, e colocou o recipiente, agora vazio, na mesa de quina.

O efeito da adrenalina havia passado, sentia suas mãos formigarem. Mirou para baixo, olhando-as, encontrando a vermelhidão marcando seus ossos, como cicatrizes de guerra.

Jogou o corpo para trás, descansando-o nas costas da poltrona, e passou a mão pelo cabelo, acalmando sua respiração.

Toda vez que fechava os olhos a cena se repetia.

Conseguia ver mãos imundas tocarem seu marido sem permissão, perguntas insenuativas sendo proferidas e o desconforto claro do loiro perante isso.

Quem aquele bastardo pensava que era para assediar seu marido na sua frente?

E ainda debochar da situação, se vangloriando quando confrontado?

Jirou que o desculpasse, mas que se fodesse o evento musical, não pensou duas vezes antes de partir pra cima do babaca. Foram necessárias cinco pessoas para o tirar de cima do homem, mas o roxinho só se deixou ser levado quando teve certeza de ter feito um estrago considerável.

— Achei, estava escondida no armário do banheiro. — Kaminari anunciou sua presença na sala, se aproximando com um kit de primeiro socorros em mãos.

O loiro se agachou a sua frente, abrindo a caixinha e umidecendo uma aste flexível de algodão no remédio, levando para os lábios do marido.

— Outch. — Shinso sibilou baixo em desconforto, sentindo o álcool entrar em contato com a ferida.

— Desculpe, serei mais delicado.

O Hitoshi silenciosamente acompanhou todos os movimentos de Denki. A respiração quente do rapaz roçava em seu rosto, graças a proximidade, e conseguia ver de perto sua feição retida, os olhos sem foco, e o conhecia suficiente para saber que em sua mente se passavam os mais absurdos pensamentos.

Shinso segurou sem força a mão do amado no ar, impedindo-o de prosseguir, fazendo seus olhos se encontrarem.

— Não pense isso.

A postura de Denki fraquejou perante a fala, e o loiro espremeu os lábios, tentando falhamente conter o tremor de sua voz.

— Você está machucado por minha causa. — Engoliu em seco, baixando o olhar.

Shinso pegou as mãos do amado, o guiando para sentar em seu colo na poltrona, e segurou seu rosto com as duas mãos, fazendo-o lhe fitar com suas íris ensolaradas marejadas.

— Você não teve culpa de nada, ouviu bem? A vítima nunca tem culpa. — Persuadiu com a voz calma, recendo um relutante aceno de cabeça positivo do marido. — Foi minha escolha resolver as coisas desse jeito, então é minha responsabilidade. — Beijou a ponta do nariz avermelhado do esposo. — E eu não me arrependo de nada, faria de novo quantas vezes forem necessárias pra te proteger.

O AMOR É MAIS RESISTENTE QUE O TEMPO (SHINKAMI)Onde histórias criam vida. Descubra agora