— Meu filho, você está bem??
A matriarca Hitoki pontuou enquanto o filho remexia seu prato, seus pensamentos lhe deixando doente e influenciando sua fome. Estava ansioso, nervoso, mas não sabia o porquê.
Ultimamente estava sentindo isso muito constantemente, parecia que manter seus sentimentos em segredo era bastante cansativo, desgastante.
Não sabia mais o que fazer, não conseguia ficar calado mas também não queria agir. Estava ferrado, e isso era, sem dúvidas, frustante.
— Tudo mãe, é só...... — O roxinho não conseguia colocar em palavras o que sentia, pois nem ele mesmo sabia descrever.
— Isso tem haver com um loirinho que conhecemos bem, estou certa?
Shinso olhou pra sua mãe como se ela fosse algum tipo de vidente, o que fez a mulher tapar a boca para não cuspir o café que bebia em uma risada.
— Como a senhora sabe?
A mesma o encarou com sobrancelha erguidas.
— Ora, meu filho, já está na cara que vocês se gostam.
O menor piscou algumas vezes, desacreditado, como se tivesse escutado errado. A matriarca se levantou, levando a louça para a pia enquanto o filho a acompanhava pelo caminho.
— Desculpa, eu escutei vocês.....?
Perguntou encostado no batente da porta, encarando as costas da mãe enquanto lavava a louça, cantarolando uma música qualquer de comercial. A mulher suspirou fundo, secou as mãos no pano de prato e o pendurou no ombro antes de segurar o ombro dos filhos, trazendo sua total atenção.
— Eu vejo o jeito como ele te olha filho, e também, eu converso bastante com ele, sei bem o que passa naquela cabecinha elétrica dele. — A mais velha passou as mãos no rosto do filho, em um carinho materno.
As vezes, sentia como se o filho ainda fosse uma criancinha, inocente demais, sempre focado em seus pensamentos para notar os sentimentos das pessoas a sua volta. Já havia conversado com Denki antes, escutado seus sentimentos e inseguranças em relação ao relacionamento dos dois, o aconselhou a ser sincero com outro, conhecia seu filho e sabia que, se Shinso soubesse que era retribuído, não perderia mais tempo.
Toda vez que o loiro falava que não seria correspondido a mais velha tinha vontade de explodir, contar a verdade, mas não podia, isso era dever do seu filho, seu papel era só apoiar e respeitar a decisão de ambos. Mesmo assim, isso não a impedia de ajudar secretamente o romance dos dois. Queria vê-los felizes, e era só.
— Meu filho, vocês dois se amam mas não tem coragem de dar a primeiro passo, eu entendo, de verdade, mas quanto mais enrolarem, mais tempo que já poderiam estar juntos perderão. A vida é uma só e passa rápido demais, então por favor, não perca a chance de passá-la com quem ama por medo.
Shinso, ainda digerindo tudo que a mais velha falou, a abraçou apertado, a rodando pelos ares e arrancando gargalhadas da mesma.
— Obrigada mãe, por ter os melhores conselhos, a senhora sempre tem razão. — O menino pós a mãe no chão, que deu um beijo na bochecha do filho. — Eu te amo.
Sempre foram muito apegados, ainda mais depois do divórcio, a mulher não se abalou, muito pelo contrário, parece que ela floresceu, cresceu ainda mais. Não precisava de nenhum homem homofóbico dentro de casa, amaria o filho acima de tudo, independente de quem ele amasse.
Depois de alguns anos, em uma reunião escolar, conheceu Aizawa. Mentiria se dissesse que não se apaixonou a primeira vista pelo moreno, afinal, ele não era de se passar despercebido. Ainda era jovem, tinha apenas 35 anos e mantinha uma beleza estonteante, com seus cabelos longos e ondulados de coloração roxa, também arrancava olhares por onde passava.
Se surpreendeu quando descobriu que o professor de seu filho sentia o mesmo, e, em menos de dois anos, já estavam casados e muito bem apaixonados. Aizawa assumiu Shinso como seu filho e mantinham um ótimo relacionamento, o mesmo o via como seu pai. Hoje, depois de 5 anos de casamento, ainda se sentiam apaixonados como no começo, se amando a cada dia mais.
— Eu também te amo, meu pequeno.
A mulher respondeu, emocionada, enquanto abraçava novamente o filho. Ele sempre seria seu bebê, e odiava vê-lo sofrer, iria até o inferno por ele. Beijo-lhe os cabelos, tão parecidos com os seus, tinha orgulho de falar que Shinso havia lhe puxado totalmente, era sua versão masculina. Seu filho, gerado de seu ventre, era por ele que enfrentava tudo com a cabeça erguida, sendo exemplo pra ele. Logo, um par de braços tão conhecidos se juntaram a eles, e a voz tão família soou pelo cômodo.
— Opa, abraço familiar, que que foi que eu perdi? — Aizawa perguntou, brincalhão.
A cozinha inteira foi preenchida pelas gargalhadas de ambos, e a mulher sentiu seu coração aquecer.
Era feliz, estava completa.
to tão soft depois dessa cena da família <3 <3
amo amo amo <3
vcs estão gostando da história? sejam sinceros por favor, o meu coração aguenta.
enfim, bjsss e até o próximo capítulo :))
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O AMOR É MAIS RESISTENTE QUE O TEMPO (SHINKAMI)
FanfictionDesde a infância avisavam que aquilo se tornaria mais do que uma simples amizade, mas sempre negavam, mesmo com seus corações disparando dentro do peito. Afinal, Shinso e Denki pertenciam um ao outro. ©2020 por hatake_cuca, todos os direitos reserva...