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— E agora? Já tá pronto?
Mina perguntou, as pernas balançando no ar pela altura da banqueta, a cabeça apoiada nos braços encostados no balcão. Os olhos brilhavam em ansiedade para saciar logo seu estômago faminto com a comida de aparência e aroma delicioso, parecia uma verdadeira criancinha impaciente, bombardeando os pais com "já chegamos?" de um em um segundo. Denki grudou seus olhos na amiga, continuando atento a panela e não parando de mexer, e franziu o cenho, com uma expressão que dava pra ver, literalmente, pontos de interrogação passando por sua cabeça. Os dois estavam na cozinha, cuidando do almoço. Ou melhor, Kaminari cuidava do almoço enquanto Mina, segundo a própria, ajudava com o apoio moral, sentada no balcão e deixando todo trabalho braçal para o loiro.
— Mina, você literalmente me perguntou isso a dois segundos atrás e a resposta continua sendo não. — A rosada bufou e cruzou os braços, desencostando do mármore. — Agora, a senhorita poderia parar de ficar só me olhando e ir colocar a mesa, por gentileza?
A mulher franziu as sobrancelhas com um expressão preguiçosa e um bico insatisfeito no rosto, como se sair do seu lugar e ser, de fato, obrigada a trabalhar, fosse extremamente doloroso, mas não demorou pra deixar o cômodo correndo quanto Denki levantou o pano de prato em direção dela. O loiro sorriu olhando pra porta que ela passara, voltando para o fogão e mexendo a panela uma última vez antes de desligar a boca. Mesmo agora, com os traços mais fortes, a aparência jovial marcada pelo tempo, uma carreira de sucesso, e a aliança de noivado brilhando no dedo, Ashido Mina continuava a mesma maluca, alegre e espontânea pessoa. Quando terminaram o ensino médio, havia ficado preocupado com a amizade dos dois, desenvolveram uma ligação tão especial, que teve medo de com o tempo esfriar e se tornarem apenas memórias de conhecidos colegas de escola.
Entretanto, ao contrário do que imaginaram, a amizade só se fortaleceu, e depois de sete anos, estavam ali, no apartamento de Denki e Shinso, nos costumeiros jantares de sábado, que já era tradição. O loiro vestiu as luvas, e com cuidado, deixou a cozinha, saindo em direção a mesa de jantar, encontrando essa já pronta e todos sentados. A rosada só faltou saltar de emoção quando Kaminari retirou a tampa e foi possível ver a deliciosa macarronada, mas foi acalmada por Uraraka, sua noiva, segurando sua mão, sentada na cadeira ao seu lado. Shinso ajudou, levando os sucos e refrigerantes, e quando Kaminari se sentou a mesa, atacaram.
— Meu deus, valeu a pena esperar tanto. — Ashido disse de boca cheia, as bochechas gigantes parecidas com as de esquilos guardando suas nozes. — Isso aqui é o paraíso.
Chegava a ser uma cena icônica a rosada com o queixo sujo de comida, os olhos fechados, se deliciando do sabor maravilhoso, e suspirando longamente enquanto a boca não parava de trabalhar.
— Fecha a boca pra comer, monstra.
Ochako acusou, recebendo as sobrancelhas arqueadas da mulher e um sorriso ladineo presunçoso.
