#Capítulo Quatorze:

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— Tadaima

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— Tadaima.

Shinso anunciou sua chegada em casa, depois de um cansativo dia de trabalho. Deixou a pasta em cima da mesinha, tirou os sapatos, colocando-os no armário, e quando deu um passo a frente dos degraus, na intenção de sair da entrada e adentrar sua casa, acabou pisando em algo. Com a surpresa dolorosa, soltou um palavrão e tampou a boca instantâneamente, torcendo aos céus para que o marido não tivesse escutado pois se não levaria uma bronca. Se abaixou, tirando o carrinho de brinquedo debaixo do seu pé, praguejando baixo, e calçou sua confortável pantufa, caminhado pelo corredor em busca de sua família. Se desfez da gravata a medida que andava, passou pela coleção de quadros pendurados, agora maiores, e sorriu ao chegar na porta branca fechada a sua frente, enfeitada com vários desenhos e rabiscos.

Com cuidado para não fazer barulho, abriu devagar, sentindo seu coração esquentar com a visão presenciada. As luzes estavam apagadas, o cômodo sendo iluminado pelo abajur roxo infantil que fazia seus raios luminosos terem formato de estrelas pelas paredes, e composto pela lâmpada projetora, que reproduzia uma galáxia no teto do quarto, especialmente escolhido a dedo por Denki, que planejou todos os detalhes. O berço de madeira rente a parede ficava na direita, junto com um tapete circular embaixo de si, e ao seu lado ficava a cômoda e o pequeno armário, tendo uma cesta cheia de brinquedos entre os dois, com alguns espalhados pelo chão. Mas, o que chamava atenção não era a decoração em si, e sim a poltrona amarela que estava ocupada, tendo dois pequenos olhos sonolentos lhe observando em meio a escuridão.

Kaminari estava dormindo, a cabeça apoiada no encosto, sentado no estofado, mas mesmo descansando, seu instinto protetor nunca desligava, e seu corpo segurava o pequeno, seus braços o envolvendo em segurança. O bebê estava deitado no peitoral do pai, seus ralos fios loiros penteados para o lado, vestindo um pijama lilás estampado de raios amaros, e suas grandes bochechas coradas se movimentavam ao sugar a chupeta. As inocentes íris roxas ensolaradas lhe fitaram felizes, mas cansadas, e os bracinhos rechonchudos se esticaram, pedindo seu colo. Shinso se aproximou, com cuidado para não acordar o esposo, e pegou seu filho no colo, sentindo o cheiro único de neném que o mesmo tinha. O aconchegou em seus braços, começando um leve balançar, e não foi preciso niná-lo mais do que alguns segundos para o mesmo cair no sono.

Delicadamente o pôs no berço, vendo-o se remexer e resmungar pela falta do pai, mas se rendeu ao mundo dos sonhos, dormindo sereno. Verificou se a babá eletrônica estava ligada, e o velou por um tempo antes de se virar para o esposo. Se agachou na altura do loiro, sentindo o ronronar de um sono profundo, e beijou sua testa, acompanhando o processo do mesmo abrir os olhos. Quando o energético olhou pra baixo e viu que o filho não estava em seu colo, se alarmou, levantando instantemente, sendo impedido pelo Hitoshi.

— Eu o coloquei no berço. — Shinso explicou baixo, para não acordar a criança.

Kaminari se virou para o móvel, ainda digerindo a informação, e suspirou aliviado vendo seu pequeno anjo dormindo. O loiro coçou os olhos, numa tentativa de espantar o sono, e se apoiou na cerca ecoplada no berço, sendo acompanhado pelo marido que se juntou, o abraçando de lado. Os dois observavam seu filho, o fruto de seu amor, dormindo de bruços, as bochechas gordinhas sendo amassadas pelo colchão.

O AMOR É MAIS RESISTENTE QUE O TEMPO (SHINKAMI)Onde histórias criam vida. Descubra agora