Capítulo 22

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Já se passaram alguns dias que voltei para casa, estou sentada na janela do meu quarto observando o céu estrelado, a lua está linda hoje, mas brilha menos que o normal, como se tivessem apagado ela. Em minhas mãos se encontra uma foto em conjunto, minha mãe, meu pai e minha versão bebê, a foto estava dobrada no meio das coisas que minha mãe enviou, atrás tem uma letra que suponho ser de uma música que conheço.

Conheço as palavras dispostas ali, eram cantadas para mim a muito tempo e com muito amor, consigo lembrar seu ritmo e alguns versos de cabeça, mas a letra ali está incompleta e não consigo lembrar tudo. Minha mãe sempre cantarolava ela, dizia que meu avô que ensinou para ela e era para ensinar para mim, talvez eu não tenha aprendido direito, dizia também que essa música podia trazer algo, fazer algo florescer, mas nunca nascer, realmente não entendia isso, mas é umas das poucas coisas que tenho de lembrança do meu avô.

- At night when the stars light up my room - irônico estar fazendo o mesmo. - I sit by myself, talking to the Moon - me assusto com o brilho da Lua aumentando. - Tryna get to you, in hopes you're on the other side - parece que algo está mudando com cada verso. - Talking to me too, or am I a fool who sits alone, talking to the Moon? - Seu brilho agora é mais intenso do que já vi. - Oh, oh - paro com um clarão intenso que me atinge.

Por mais estranho que pareça usamos essa música pra se conectar com alguém que amamos, minha mãe cantava e dizia que meu vô e pai escutavam, ela cantava para que eles lembrassem dela e hoje eu estou cantando pra ela, para que lembre que eu não esqueci dela e que a amo intensamente.

O clarão foi embora, levei minhas mãos ao meus olhos para se acostumarem com a iluminação que acabou de entra em contato com eles, respiro fundo para me levantar e caio sentada quando vejo quem está ali. Eu só posso estar enlouquecendo, isso é impossível, talvez seja dor de cabeça ou a luz me afetou, pode até ser tontura por ter levantado rápido, minha respiração fica acelerada, me belisco e a pessoa ainda está ali, penso ser coisa da minha cabeça até a pessoa falar.

- Eu também estava com saudade - disse sorrindo.

- Mamãe? - meus olhos se encheram de lágrimas. - Como?

- A música e o medalhão são a combinação, a sua combinação - certo, eu não entendi isso.

- Minha?

- O medalhão se fará útil quando mais precisa e te ajuda em momentos difíceis.

- E o que ele fazia para você?

- Eu podia falar com seu pai - sorri docemente.

- O poder é do medalhão ou da música?

- Dos dois, mas o medalhão que me trouxe.

- A música fez o que?

- Isso você terá que descobrir.

- Você não acha que já está bom de enigmas? - respiro fundo e ela ri. - É realmente você?

- Sim, mas não em carne e osso, acho que como um fantasma - disse.

- Certo, então...

- Então o que?

- O medalhão te mandou agora, então tem algo que eu preciso fazer, porque eu tenho certeza que não estou em um momento difícil - falo.

- Sim, você está certa - sorri perdida. - Não deixe o garoto Cedrico chegar até a taça do campeonato, faça de tudo para impedir.

- Outro enigma - revirou os olhos. - Que campeonato? Que taça? E quem é Cedrico? E por qual motivo eu deveria ajudar ele?

- Ele não merece o que pode acontecer se encostar lá - ela se aproximou e encostou em mim.

Selene Black - Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora